terça-feira, 10 de agosto de 2010

O futebol riobonitense e suas mazelas!

Por Flávio Azevedo

A minha experiência como jornalista esportivo é bem recente! Apesar de estar na equipe do jornal FOLHA DA TERRA desde 2005, onde comecei agenciando os espaços de publicidade, quando eu comecei escrever, as coberturas esportivas não me atraíam. Eu preferia que elas ficassem por conta do meu amigo e jornalista Guilherme Duarte. Até que em abril de 2008, quando eu comecei apresentar o programa “O Tempo em Rio Bonito”, pela rádio Sambê FM (98,7), como a nossa proposta era abordar todos os setores da sociedade riobonitense, o esporte não poderia ficar de fora.

Na verdade, logo que eu comecei transitar no setor, na esperança de me atrair para este ou aquele lado, os grupos que dominam a área esportiva do município me revelaram fatos, às vezes, esdrúxulos, às vezes, pitorescos. Ouvi foi história! Algumas enobrecem e enaltecem o esporte doméstico. Outras, porém, a maior parte delas, me deixou muito envergonhado! Aliás, estas narrativas – as coisas feias, é claro, – me levaram a perceber quem seriam os culpados pelo nosso esporte, sobretudo o futebol, estar no fundo do poço.

Não sabemos se o amigo eleitor sabe, mas os especialistas e palpiteiros são unânimes: “um dos problemas do futebol de Rio Bonito é a relação conflituosa entre a Liga Rio Bonitense de Desportos (LRD) e a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (Semel), que deveriam gerenciar o desporto, juntos, sem vaidades e sem permitir que a política partidária interferisse nas decisões de interesse do setor. Contudo, penso que as diferenças entre LRD e Semel, que realmente são reais, são utilizadas como cortina de fumaça para esconder a cabeça dura dos dirigentes locais, que administram o desporto e, às vezes, os seus clubes, olhando para os seus próprios umbigos.

Muitos desses dirigentes esquecem que eles são responsáveis por um setor, que se bem administrado, pode diminuir o crescimento de um dos negócios mais rentáveis da nossa região: o comércio de drogas e as bocas de fumo. Na posse dos conselheiros tutelares, que ocorreu em janeiro de 2009, o padre Eduardo Braga, convidado para dar alguns aconselhamentos para os conselheiros, destacou que as nossas crianças estão expostas ao alcoolismo, as drogas, e essa realidade precisa ser mudada.

Quanto a exposição dos menores, o pároco está coberto de razão. É bom ressaltar, porém, que grande parte das quadras e áreas de lazer dos bairros, quando estão abertas, não oferecem professores de educação física ou recreadores para trabalhar com a população. Isso contribui para que estas quadras sejam utilizadas, inclusive, em algumas comunidades, como ponto de venda de entorpecentes e/ou local para utilização de drogas.

Mas surgiu, nas últimas semanas, uma luz no fim do túnel! É que finalmente reinou o bom senso, e o secretário municipal de Esporte e Lazer, Ronen Antunes, e os dirigentes da LRD, Faiça Abrahão e Renato Melo, chegaram a um acordo de cooperação, e, a contra gosto de alguns, vão realizar a Copa Rio Bonito de Futebol Sub-17. Os jogos serão disputados nos estádios José Alves Ventura, no Rio Bonito Atlético Clube (RBAC) e Alfonso Martinez, no Cruzeiro, sempre nos fins de semana. A competição começa no próximo dia 8 de agosto e oito equipes confirmaram presença no campeonato.

As equipes são Rio Bonito Atlético Clube, agremiação esportiva de muita tradição no município; o Nova Cidade, que representa uma localidade do 2º Distrito, extremamente carente de atenção do poder público, e sempre exposta a criminalidade; o Esperança, um clube também de muita tradição, localizado no 2º Distrito, também exposto ao tráfico de drogas, e o Corinthians, agreiação sediado em Palmital, uma localidade onde as pessoas se identificam mais com Saquarema do que com Rio Bonito.

Também participam da competição, o Cruzeiro, um dos clubes de bairro mais tradicionais de Rio Bonito. Aliás, a Praça Cruzeiro, onde a agremiação está inserida, foi apontada pelo padre Eduardo Braga, como alvo do tráfico de drogas. Ainda participam da competição, o Hermano Ramos, que representa a localidade do Sambê, bairro distante do Centro, e, às vezes, esquecido; o Amigos do Monteiro Lobato, outra localidade onde o tráfico de drogas, apesar da atuação da polícia, persiste em continuar; e o Unidos da Galera, que representa a Serra do Sambê, onde a situação não é diferente das demais localidades.

Por esse motivo, nós parabenizamos a LRD, a Semel, os clubes, e fazemos um pedido aos partidários políticos e puxa sacos: “pelo amor de Deus, não atrapalhem esta parceria, que começa promissora e, certamente, é fundamental para a ressurreição do futebol riobonitense”.

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