Uma “noite de Maracanã” no MetLife Stadium, nesse sábado (21/06), em Nova Jersey, na Copa do Mundo de Clubes. Veja o roteiro: o Fluminense enfrentava o Ulsan. Começou sufocando. Abriu o marcador (Arias de falta), mas acabou relaxando e permitiu que os coreanos, inferiores tecnicamente, virassem o placar. Esse cenário fez a partida se tornar, como diria o narrador, Galvão Bueno; “dramática”.
Para quem não tinha envolvimento emocional com o confronto, Ulsan e Fluminense, acabou sendo uma baita opção de entretenimento!
Mas vamos ao clima de Maracanã! Todo torcedor do Fluminense se recorda das inúmeras vezes que o Tricolor, jogando em casa contra uma equipe mediana, começou arrasador, mas por contar com o ovo no ‘bico’ da galinha, perdeu o jogo ou precisou fazer um esforço descomunal para recuperar o marcador, por várias vezes, pela atuação de um herói improvável.
Por isso comecei esse texto escrevendo “uma noite de Maracanã no MetLife Stadium”, porque Ulsan e Fluminense muito me lembrou aqueles jogos irritantes de primeiras fases de Copa do Brasil, Campeonato Carioca ou Brasileirão contra times inferiores, fora de casa, que o Fluminense nitidamente, displicente, se vê em apuros, perde o jogo ou acaba vencendo com herói improvável. Hoje, Keno, que veio do banco no segundo tempo, foi esse herói improvável. Ele não só fez a diferença com suas jogadas insinuantes como marcou o último gol da goleada de 4x2.
Curiosamente, depois da partida contra o Borússia, primeiro compromisso do Fluminense, na Copa do Mundo de Clubes, Jhon Arias alertou: “não pode haver desatenção no próximo jogo por ser diante de um adversário teoricamente inferior”. Parecia que o colombiano estava adivinhando, porque foi exatamente o que aconteceu. Em comparação com o jogo do Borússia, o Fluminense era um arremedo da equipe que teve apresentação brilhante contra o time alemão.
O importante é que, apesar do susto, a vitória veio – podia ser menos sofrido. Conseguiu até a liderança do grupo e o Fluminense só depende dele para marcar presença na próxima fase da Copa do Mundo de Clubes.
Se o torcedor se concentra unicamente na vitória, na zoeira e na rivalidade, um olhar superficial para o ‘negócio’ indica que a questão financeira deveria receber atenção. Veja os números: o Fluminense garantiu bônus de US$ 2 milhões, que significa R$ 11 milhões, pela vitória sobre o Ulsan Hyundai. Agora, observe o faturamento do clube na Copa do Mundo de Clubes até agora:
– US$ 16,21 milhões (R$ 90 milhões) por participar;
– US$ 1 milhão (R$ 5,5 milhões) pelo empate com o Borussia Dortmund;
– US$ 2 milhões (R$ 11 milhões) pela vitória sobre o Ulsan Hyundai.
Até aqui o só de premiação, fora patrocínios e outras coisas, o clube faturou US$ 19,21 milhões de dólares, o equivalente a R$ 106,5 milhões.
Se o Fluminense chegar as oitavas de final fatura US$ 7,5 milhões (R$ 41,9 milhões). Presença nas quartas de final, US$ 13,125 milhões (R$ 73,4 milhões). Quem chegar as semifinais embolsa US$ 21 milhões (R$ 117,4 milhões). O vice-campeão recebe o premio ‘consolação’ de US$ 30 milhões (R$ 167,8 milhões) e o campeão ficará com a bagatela de US$ 40 milhões (R$ 223,7 milhões).
Olhando esses números eu fico convencido de que esse papo de “europeus não estarem levando essa Copa a sério” é outra narrativa furada. Penso que não tem ninguém brincando por lá. Quanto ao meu Fluminense, eu acho que diante desses números os jogadores deveriam estar mais concentrados, porque se o faturamento pago pela Fifa ao clube é alto, eu desconfio que a premiação dos atletas deve ser alta também. Saudações tricolores e vamos em frente! #flavioazevedo
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