O brasileiro tem um comportamento muito peculiar, entre eles o hábito de lidar com velhos problemas como se fossem fatos novos. O novo museu de grandes novidades é a chuva que cai sobre todo território Fluminense. Seja em Rio Bonito, Tanguá, Itaboraí, Rio das Ostras, São Gonçalo, Guapimirim, Angra dos Reis, Niterói ou Petrópolis; a razão da choradeira de todos é por conta de problemas que vejo acontecer desde que me entendo por gente. Chego a pensar que os mais de 60 dias de estiagem estimularam as pessoas a colocar a chuva e suas consequências no esquecimento.
Razões para ocorrências como alagamentos, movimentação de terra, transbordamento de córregos e obstrução de bueiros e bocas de lobo; são as de sempre. Historicamente a maioria de nós só presta atenção nisso quando a água da chuva sobe e causa transtornos, desconfortos e prejuízos. É o famoso colocar cadeado quando a porta arrombada.
O ser humano tem capacidade para aprender tudo, mas não consegue aprender que esse não é o melhor momento para debater iniciativas que mitiguem as causas de alagamentos e enchentes. Por outro lado, não adianta, agora, que o transtorno está instalado, reconhecer falhas no projeto de obras prontas, por exemplo, a duplicação da BR – 101, que estrangulou inúmeros cursos d’água no território riobonitense sem deixar alternativas.
Reportagens em variados veículos de Comunicação trazem notícias de árvores que caíram. Quando vejo isso eu fico me perguntando: sabendo que vivemos num país tropical e numa Região que de tempos em tempos é atingida por chuvas, ventos e temporais, por que essas árvores ainda não foram retiradas? Episódios climáticos ocorrem em quatro meses específicos do ano. Será que não dá para deflagrar ações preventivas nos outros oito meses? Será essa distração uma pandemia? Não é possível! Em todos os municípios a realidade é essa.
O alagamento da ponte seca que dá acesso ao bairro Marajó e a RJ – 124 (ViaLagos) é resultado de uma das ‘burradas’ da Arteris Fluminense, concessionária que administra a BR – 101. As localidades da Mangueira, Praça Cruzeiro e Sambê já sofreram bastante com as obras na rodovia, isso já foi debatido noutros momentos, mas quando o sol voltou a brilhar e as aguas voltaram ao seu curso, os próprios atingidos esqueceram o assunto.
Ainda vemos muita gente cornetando prefeito, vereadores e os políticos em geral, por problemas que tem seu nascedouro na nossa omissão, desinteresse e conformismo. O famoso “larga isso pra lá, não vai adiantar nada falar”. A verdade é que as razões para essas intercorrências deveriam ser tratadas em dias de sol e calor, mas além de deixarmos cair no esquecimento, ainda temos a pachorra de fazer cara de surpresa quando problemas já conhecidos voltam a se repetir.
Vamos em frente! #flavioazevedo
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