Doação de sangue precisa estar na pauta da sociedade

Uma série de campanhas por doações de sangue pipocam nas redes sociais em Rio Bonito/RJ. Nas últimas semanas três famílias estão empenhadas na busca por doadores de sangue. Um desses pedidos de sangue, tipo O, fator – é para o Sr. Nasareno Figueiredo Soares, internado no Hospital Regional Darcy Vargas (HRDV).

Do Rio Vermelho chega um pedido de doação de sangue para Célio da Cunha Franco, também hospitalizado no Darcy Vargas. A família de Ana Cláudia Paineiras Rodrigues é outra nessa busca por doadores. Ela também está internada no HRDV. 

Nas últimas semanas o Centro Municipal de Hemoterapia Dr. Edson José da Silva (Banco de Sangue) está batendo recordes negativos de coletas. Os doadores desapareceram, segundo especialistas no assunto, por conta do frio. Sim, infelizmente o inverno espanta doadores. Na semana retrasada, em cinco dias (segunda a sexta-feira), apenas 10 doadores.

O sumiço dos doadores de sangue prejudica os pacientes do HRDV e pacientes de unidades de saúde de outros municípios, que têm o Banco de Sangue de Rio Bonito como referência.

A verdade é que se fala pouco a respeito desse ato de solidariedade. As doações de sangue estão fincadas no senso de coletividade e empatia, posturas que não são comuns ao povo brasileiro. Quando quem precisa de sangue é conhecido e/ou popular, os doadores se amontoam na porta do Banco de Sangue. Entretanto, se o necessitado não é popular, os doadores se restringem ao círculo familiar. Esse fenômeno mostra que as doações voluntárias são poucas. A maior parte das doações só ocorre por ter caráter dirigido, ou seja, o doador só o fez por ter identificação com o beneficiário.

O tema é desafiador, mas só é lembrado quando os estoques do Centro Municipal de Hemoterapia estão em estado crítico de abastecimento. Até aqui as prefeituras têm relegado o tema captação de doadores aos sobrecarregados coordenadores dos bancos de sangue. Outra verdade é que a sociedade deveria ser muito mais sensível a essa pauta. Podemos concluir sem medo de errar que a inercia dos governantes é reflexo da sociedade. Ambos são impermeáveis ao tema, só percebendo a complexidade da questão quando quem precisa de sangue é famoso ou influente.

Pensemos nisso e vamos em frente! #flavioazevedo