Como ficou a bike e o aspecto da mesa quebrada para o leitor conferir. |
Passado o Dia Municipal do Ciclista, celebrado em Rio Bonito/RJ ontem (03/05), eu gostaria de trazer um relato e um agradecimento sincero a Papai do Céu. Ainda sinto dores por conta do tombo, mas quando penso que poderia ser muito pior agradeço a Deus o livramento.
Vou contar detalhadamente o que aconteceu.
Na última quinta-feira (02/05) eu pedalei até a Cachoeira Secreta, em Lavras de Gaviões, território de Silva Jardim/RJ. É um dos meus destinos favoritos (caminhando ou pedalando).
A Cachoeira Secreta e seus encantos. |
Por ser uma descida acentuada, o peso do corpo está depositado no guidom, onde estão os freios e direção do veículo. Com a quebra do guidom, ou seja, sem direção; a roda da frente dobrou, a bike tombou e eu voei estrada abaixo. Parecia que eu estava de skate, mas a prancha era meu peito e abdome.
Quando o corpo parou de escorregar morro abaixo, deitado naquele chão quente, empoeirado e cheio de barro da estrada acidentada, eu me lembrei dos protocolos de saúde que na condição de técnico de Enfermagem e socorrista conheço bem. Ficar quieto sem se mexer.
A igrejinha batista em Capivari/SJ |
Acredito que tenha ficado naquela posição por cerca de 10 ou 15 minutos. Votei a enxergar novamente (o teto clareou). Ao olhar para trás, há cerca de dois metros estava a bike. Vi a mesa do guidom partida e entendi o que aconteceu. Enxergando melhor, consegui me arrastar até uma sombra, na beira da estrada, onde eu devo ter ficado mais uns 10 ou 15 minutos deitado.
O corpo estava ferido, mas o cérebro estava ótimo! Eu só pensava na minha mãe, esposa e amigos; que sempre me repreendem por andar sozinho. Mas outra vez eu estava só. Voltei a olhar a bicicleta, pensei que o pior poderia ter acontecido e agradeci a Papai do Céu por estar vivo e sem nenhum osso partido. Desconforto somente as escoriações.
Morro Gramado e seu cenário verde deslumbrante. |
Levantei a bike, vi a mesa partida, algo que eu nunca vi nos meus 40 anos de ciclista. Andei cerca de 1km até a próxima moradia, onde parei e pedi ajuda. A sede era grande, mas como eu sei que acidentado não deve ingerir nada antes de ser examinado, eu preferi segurar a sede. Já eram quase 11horas.
O caseiro da propriedade em que parei, no Sítio Alvorada, permitiu que por lá eu deixasse a bicicleta. Enviou mensagem a um sitiante vizinho, que rapidamente veio, de moto, me resgatar. Esse moço, Alef, me deixou no ESF de Imbaú, onde fui examinado pela médica, Mariana; e recebi os primeiros socorros (limpeza) da enfermeira, Marilsa. Gratidão! A melhor notícia que recebi é que podia beber água. E na surrada mochila que se acidentou comigo tinha uma garrafa d’água geladinha. Sorvi aquela água como se fosse uma espoja.
Ainda sem internet para fazer contato com minha família, vi que o ônibus Rio Ita, linha “Rio Bonito” vinha na minha direção. Entrei e vim embora. Cheguei a minha casa às 14h30m. Depois do ônibus fui regatado pelo taxista e amigo, Joel Jeferson.
Uma das quedas da Cachoeira Secreta. |
Medicado com analgésico (dor) e antiemético (enjoo e náusea), voltei para casa, dormi bastante e no dia seguinte estava pronto para retomar minhas atividades.
Encerro esse registro agradecendo aos que me atenderam e, sobretudo, a mão divina que me protegeu do pior. Na foto, a imagem da mesa partida. A bike, que chamo de Antonella, também recebeu os devidos reparos e já está pronta para nova atividade. Gratidão e vamos em frente! #flavioazevedo
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