A estrábica e tendenciosa cobertura jornalista no Brasil e no mundo precisa ser alvo de nossa análise cidadã. É nítido que no Brasil a pauta política ganhou ares de FlaxFlu. Mas não vou falar de política e sim da cobertura esportiva (Futebol) que tem comportamento tosco e protagoniza momentos medonhos.
Quero começar falando de Flamengo e Fluminense. A cobertura jornalística insiste em criticar o técnico Tite, sob o argumento de que o Flamengo seria pouco produtivo e muito óbvio. Já a moçada que cobre o Fluminense critica o técnico Fernando Diniz, porque ele coloca o time para frente, cria, improvisa e isso deixa o time exposto. Mas a final de contas o que querem? Um cara que monta um time para não correr riscos ou um sujeito ousado que por consequência deixa o time exposto aos adversários?
Nem uma coisa nem outra! A verdade é que a imprensa sabe que desgraça, apreensão e fofoca; são ingredientes muito queridos do consumidor, logo, ela trabalha para deixar o torcedor (seu consumidor) o tempo todo apreensivo com informações nesse campo. Eu não sei se você já parou para observar isso. E se já observou, você segue se deixando manipular?
Na época do sorteio dos grupos da Copa Libertadores 2024, o Fluminense ficou no grupo que tinha Colo-Colo (Chile), Alianza Lima (Peru) e Cerro Porteño (Paraguai), equipes tradicionais do Futebol Sul-Americano, mas que atualmente estão longe das equipes brasileiras. Apesar disso, os jornalistas esportivos fizeram questão de deixar o torcedor apreensivo. Encheram o saco dizendo “cuidado, esses times são perigosos e blá-blá-bla”.
Terminada a tal fase de grupos, mesmo não jogando grande Futebol, o Fluminense terminou invicto. Conquistou 14 pontos dos 18 possíveis. O segundo colocado somou apenas seis pontos, menos da metade dos 14 do tricolor. Para mim não foi surpresa. Mas como a mídia esportiva não pode deixar o torcedor sossegado, agora, está dizendo que “o grupo do Fluminense era uma baba”, “são equipes decadentes”, “times que não exigiram do Flumiense” e blá-blá-blá... Gente, por que não disseram isso na época do sorteio? Simples, porque é preciso deixar o torcedor apreensivo, nervoso, discutindo no botequim etc. E tem gente que acha isso maneiro!
Finalizo essas reflexões frisando que a culpa não é unicamente da imprensa, mas da avidez do consumidor por desgraça, polêmica, fuxico, treta, vida alheia e coisas que causam insônia. Nasce desse comportamento a incapacidade da imprensa em noticiar os acontecimentos que integram a agenda positiva da vida.
Quem me conhece há mais tempo sabe que nem sempre eu pensei assim e que durante vários anos eu estive na trincheira da polêmica, da desgraça, da agenda negativa. Um dia, porém – foi durante o período pandêmico –, eu entendi que estava na direção errada. Percebi que as notícias ruins são como as drogas. As pessoas consomem sem saber que estão prejudicando a saúde e acumulando no organismo coisas ruins que não se manifestam de imediato.
Aprendi na infância que o mal está por toda parte. Papai dizia: “o mundo jaz no maligno”. Sendo assim é natural que o pecado seja corriqueiro e esteja em nosso dia-a-dia. Agora veja que curioso: a técnica de jornalismo diz que o obvio e o corriqueiro não é notícia, logo, se o mal é corriqueiro, porque ele é notícia? Simples, para deixar você apreensivo, com medo da vida e perdendo noite de sono.
A partir dessa premissa eu decidi focar na agenda positiva da vida, noticiar aquilo que é bom e que faz bem, porque se a sociedade é tóxica e maldosa, a novidade é o bem que poucos praticam e pouco é exercido. Vamos em frente! #flavioazevedo
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