Bancários de Niterói e região aprovaram por unanimidade greve por tempo indeterminado a partir desta terça-feira (06/09) nos 16 municípios que compõem a base atendida pelo Sindicato. A categoria rejeitou a proposta dos bancos de 6,5% de reajuste mais um abono salarial de R$ 3 mil em assembleia realizada na noite de quinta-feira (01/09). Os trabalhadores reivindicam a reposição da inflação (9,57%) mais 5% de ganho real, além de um valor maior na Participação de Lucros e Resultados (PLR). Na região atuam cerca de 4.300 bancários distribuídos em 253 agências. Como em 2015, o Sindicato afirma que 100% das unidades serão fechadas em toda região. Atendimentos a aposentados não serão prejudicados e acontecerão de forma contingenciada.
Os bancários disseram não à proposta da Fenaban, apresentada no último dia 29, de reajuste de 6,5% no salário, na PLR e nos auxílios refeição, alimentação, creche, e abono de R$ 3 mil. A oferta não cobre, sequer, a inflação do período, projetada em 9,57% para agosto deste ano e representa perdas de 2,8% para o bolso de cada bancário.
– A mobilização da categoria é essencial para que mostremos aos banqueiros a nossa força. A população não será prejudicada. Vamos manter o atendimento aos aposentados como fazemos todos os anos. Só queremos que os bancos paguem nossas reivindicações já que lucram mais e mais todos os anos – afirma Luís Claudio Caju, presidente do Sindicato.
Os eixos centrais da Campanha Nacional 2016 são: reposição da inflação do período mais 5% de aumento real, valorização do piso salarial, no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$3.940,24 em junho), PLR de três salários mais R$ 8.317,90, combate às metas abusivas, ao assédio moral e sexual, fim da terceirização, mais segurança, melhores condições de trabalho. A defesa do emprego também é prioridade, assim como a proteção das empresas públicas e dos direitos da classe trabalhadora.
O lucro dos cinco maiores bancos (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Caixa) no primeiro semestre de 2016 chegou a R$ 29,7 bilhões, mas houve corte de 7.897 postos de trabalho nos primeiros sete meses do ano. Entre 2012 e 2015, mais de 34 mil empregos foram reduzidos pelos banqueiros.
Os municípios que compõem a base territorial abrangida pelo Sindicato dos Bancários de Niterói são: Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Silva Jardim, Rio Bonito, Casimiro de Abreu, Tanguá, Maricá, Saquarema, Araruama, Iguaba Grande, Arraial do Cabo, São Pedro d'Aldeia, Cabo Frio, Armação de Búzios e Rio das Ostras.
Principais reivindicações dos bancários
- Reajuste salarial: reposição da inflação (9,57%) mais 5% de aumento real.
- PLR: 3 salários mais R$8.317,90.
- Piso: R$3.940,24 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).
- Vale alimentação no valor de R$880,00 ao mês (valor do salário mínimo).
- Vale refeição no valor de R$880,00 ao mês.
- 13ª cesta e auxílio-creche/babá no valor de R$880,00 ao mês.
- Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.
- Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.
- Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários.
- Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
- Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.
- Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transsexuais e pessoas com deficiência (PCDs).
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