Enquanto acompanhava a cassação de
Eduardo Cunha, nessa segunda-feira (12/09), um filme passava pela minha cabeça.
Lembrei as duas visitas desse senhor a nossa cidade. Ao lado do deputado
estadual, Paulo Melo, ele era apresentado como um “baita parceiro de Rio Bonito”
e o cara responsável por manter no mandato quem deveria ter deixado o cargo por
uma série de irregularidades.
Pois bem. Em 2014 eu acompanhei bem de
perto a candidatura ao cargo de deputado federal do vereador Marquinhos Luanda.
Inicialmente a ideia foi ridicularizada por muitos, inclusive, por colegas de
parlamento. Ele não se importou e saiu em busca dos votos. Eu consigo recordar
cada caminhada, cada movimento gesto de Luanda e não consigo esquecer,
sobretudo, a perseguição deflagrada contra ele, porque a cúpula do governo
municipal entendeu a candidatura dele como um movimento subversivo.
Só para refrescar a memória de alguns,
eu gostaria de lembrar que 99% dos funcionários da máquina, ligados a Luanda, foram
exonerados. Quem decidiu dar apoio a ele e não a Eduardo Cunha foi pressionado.
Na Serra do Sambê, um vizinho nosso que prestava serviço para a Prefeitura promoveu
uma confraternização e convidou Luanda. Passou por lá um espião (integrante do
DOI-CODI), deu a planta do que estava acontecendo aos seus superiores (que
vieram conferir) e no dia seguinte o sujeito estava na rua.
Quem decidia por placa de Luanda em
casa era visitado por integrantes do governo. A missão da “guarda pretoriana” era
tirar o voto de Luanda e direcioná-los a Eduardo Cunha. Para a candidatura,
Marquinhos Luanda só dispunha do Facebook como ferramenta de comunicação. Uma
das suas estratégias era publicar fotos das reuniões que fazia na sua mídia
social. Curiosamente, no dia seguinte a residência recebia uma reunião pró
Eduardo Cunha. É que a “guarda pretoriana” via as fotos no Facebook e partia
para lá! Não foram poucas as vezes que isso aconteceu! O remédio foi parar de
divulgar as visitas, as reuniões, os encontros, que passaram a ser fortuitos,
porque a “guarda pretoriana” estava de olho.
Nada
como um dia após o outro...
Dois anos depois, o “baita parceiro de
Rio Bonito” está cassado. Aliás, a tal parceria não resultou em nada de bom
para a nossa cidade. Dois anos depois, Marquinhos Lunda é candidato a prefeito
de Rio Bonito, uma candidatura que não foi planejada pela líder do diretório municipal
do PMDB, pois ela tinha outros planos e outros nomes para representar o partido,
mas o desempenho de Luanda para a vaga de deputado federal e a forma como lidou
com o “vento contra” mostrou que não haveria nome melhor para representar o
partido nesse pleito.
Injustamente rotulado como candidato
da máquina, Marquinhos Luanda enfrenta outra batalha: mostrar para a população
que embora esteja no PMDB ele não é igual ao que representou a sigla até aqui. Digo
que é injusto esse argumento de que “Marquinhos é o candidato da máquina”,
porque essa máquina que dizem estar ao lado dele é essa que oferece ruas
escuras; Saúde doente; postos de Saúde sem medicamentos; falta de exames; entulhos
e resto de obras, acumulados e mal descartados; servidores, ativos e inativos,
reclamando atraso nos salários; escolas sucateadas; bairros abandonados; folha
de pagamento insuflada; obras paralisadas; prédios públicos fechados e abandonados
e privados alugados... E dizem que essa máquina que está a serviço do candidato.
É Luanda... Eu conheço a sua história e
sei que você está acostumado a superar desafios quase intransponíveis. Penso
que você está diante de outro desses desafios! Por isso, como você sempre
escreve: “que Deus ilumine os seus caminhos”!
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