Flávio Azevedo
Durante a reunião da
Agenda 21 de Rio Bonito nessa segunda-feira (13/04), organismo social que eu
tenho o maior prazer de fazer parte, enquanto se discutia o projeto “Cidade
Educadora”, a única coisa que passava pela minha cabeça, enquanto eu ouvia a
fala de alguns integrantes da reunião, é que determinadas pessoas tem “miolo
mole”.
Há anos algumas
pessoas (e eu estou entre elas), inclusive, muitos deles fazem parte da Agenda
21 e dos Conselhos Municipais, pregam que nós precisamos pensar coletivamente. Há
anos apontamos para a sociedade como a solução para os problemas que afligem a própria
sociedade... Há anos dizemos que a classe política é omissa, curte a corrupção,
mas botar esses caras no eixo depende da sociedade... Há anos eu escrevo que
nós precisamos fazer a nossa parte... Há anos eu digo que a classe política e
as nossas instituições refletem o comportamento da sociedade, por isso, nós precisamos
ser chamados a contribuir etc.
De tanto defender
essa tese, eu particularmente acabei sendo rotulado como “crítico”, “oposição”,
“sujeito que só vê as coisas ruins”, “intransigente”, “sujeito de coração duro”,
“encrenqueiro”, “o cara que não gosta de gente”, “mala”, “chato”, “estraga
prazer”, “insensível”, entre outras coisas, inclusive, termos impublicáveis...
Agora vem a melhor
parte. Depois de tantos anos defendendo esses pontos de vista e sendo olhado
como “desagradável”, por políticos e parte da sociedade (que não quer mudar os
hábitos insustentáveis), nos aparece uma colombiana chamada Lucila Martinez
Calvi, consultora de sustentabilidade, representante da Unicef, uma pessoa que
tem uma formação acadêmica significativa, pregando tudo aquilo que falamos há
anos.
E advinha o que
aconteceu? A gloriosa Lucila é recebida como “a inventora da roda”. Quer saber?
Seja bem vinda Lucila, porque é bom ter mais um soldado nesse exército que luta
por uma sociedade responsável. Todavia, está nítido que alguns personagens da
vida riobonitense são esquizofrênicos ou estão com as dosagens de lítio
desequilibradas.
A verdade é que as novidades
apresentadas por Lucila nós estamos defendendo há cerca de 10 anos. O próprio
Mauro Paes, um dos líderes da Agenda 21, tem uma cabeça muito boa e sempre
disse tudo que está sendo, agora, como grande novidade. O problema é que para
fazer os nossos políticos se mancar e escutar o que os nativos estão dizendo, o
que está sendo dito há anos precisa ser dito por um estrangeiro ou estar chancelado
por organismos internacionais. Ainda estou em dúvida se os governantes são esquizofrênicos
ou tem má vontade com os cérebros locais.
Entre esses políticos,
o amigo leitor pode incluir a prefeita Solange Almeida, que se não fosse tão
tapada e teimosa, já estaria com o bloco da “Cidade Educadora” na rua há anos e
nós teríamos avançado consideravelmente na direção dessas ideias. Enfim, quando
você ouvir uma sugestão de alguém de Rio Bonito, não descarte o que está sendo
dito, pelo simples fato do cara ser daqui ou porque o pensamento dele vai de
encontro ao seu. Por favor, ouça e reflita antes de rechaçar a sugestão, porque
aqui também temos cabeças pensantes e boas ideias. Fica a dica!
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