Flávio Azevedo
A prefeita Solange Almeida apresentou uma série de realizações da Prefeitura em dois anos de governo, mas não explicou os problemas que estão sendo reclamados pela população. |
As palavras de otimismo da prefeita
Solange Almeida (PMDB), na abertura dos trabalhos Legislativos de Rio Bonito,
nessa terça-feira (24/02), não foram suficientes para calar os vereadores,
inclusive, os que integram a base aliada do governo, de onde vem a maior parte
das críticas que a administração municipal recebe. A prefeita voltou a dizer
que não tem problemas com as críticas, “porque elas servem para ajudar a
melhorar”; ignorando o fato de que o grande problema dela é não assimilar as
críticas, uma vez que boa parte das reclamações direcionadas a ela é feita
desde 2013 e ela ainda não atendeu.
Em sua participação, a prefeita
esboçou otimismo; convocou os riobonitenses a falar bem da cidade; alertou para
“o ano difícil que nós teremos por conta dos problemas que o governo federal está
enfrentando”; enumerou realizações alcançadas nos dois anos de gestão; mas não
deu explicações para o que emperra a gestão. Apresentando uma cidade que
somente ela e os seus colaboradores conhecem, a prefeita terminou a sua participação
com uma alegoria para ilustrar que as pessoas não prestam atenção nas coisas
positivas da vida, um discurso bem ao estilo Solange Almeida.
Novo
ano velhas críticas
O vereador, Marquinhos Luanda; e a vereadora, Rita de Cássia cobram maior eficiência do município na sua prestação de serviço. |
Na pauta das críticas ao governo
municipal; a Educação, o Carnaval e a prestação de serviço de maneira geral. O
conserto do sinal de transito da cidade foi solicitação dos vereadores Rita de
Cássia (PP) e Marcos da Luanda (PMDB). O primeiro a cobrar mais dedicação a
Educação da rede municipal foi o vereador Aissar Elias (PMN). Ele acredita que a
prefeita deve começar a mudar na Educação, que ainda luta com a falta de
professores, “ao ponto da secretária de Desenvolvimento Urbano ter assumido uma
sala de aula”. Aissar concluiu abordando a crise hídrica que atinge os estados
da Região Sudeste; cobrou atuação mais eficiente da CEDAE, mas não comentou os
desmatamentos que estão matando as cachoeiras de Braçanã e já mataram o Rio
Seco.
O vereador Marcos Luanda (PMDB)
criticou a não realização do Carnaval e destacou que “a falta de recursos pode
ser superada com gestão e criatividade. Nós sabemos que existe recurso para a
Saúde, Educação e Cultura”. Ele também destacou o aspecto de abandono da
cidade, convocou a Comissão de Obras a fiscalizar mais de perto esse assunto, “porque
a cidade está cheia de entulhos”; contou que recebeu amigos de fora do
município durante o Carnaval “e como vereador da cidade eu fiquei com
vergonha”.
Já a vereadora Marlene Carvalho (PPS) fez
discurso voltado a Saúde e revelou que no Hospital Regional Darcy Vargas as
pessoas estão morrendo. “A situação da Saúde do nosso município é grave e nós
precisamos resolver”, frisou a vereadora, acrescentando que os professores
estão esperando a implantação do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração, “mas
pelo visto vai para o espaço”. Ela acrescentou que espera pelo menos a
implantação do piso nacional e revelou que esteve na Secretaria de
Administração, “onde me disseram que chega na conta em fevereiro”.
O vereador Claudinho do Bumbum Lanches
(PSB) também tocou na sujeira que atinge a cidade; lembrou que “a qualidade de
vida é o principal atrativo de Rio Bonito”; e comentou que os caminhões
agregados foram reduzidos por contenção de despesas.
– Eram oito caminhões, três máquinas,
quatro Patrois e, segundo a prefeita, para reduzir gastos o município, agora,
conta apenas com quatro caminhões e eles estão trabalhando no sistema de
rodízio. Trabalha apenas quinze dias. Já não estava conseguindo prestar o
serviço com oito caminhões imagine reduzindo. Por outro lado, o cidadão precisa
ser mais consciente na hora que corta uma árvore, produz entulho, para a cidade
não fica entulhada como está acontecendo na Bela Vista – frisou Claudinho,
alegando que só não teve epidemia de dengue porque não choveu e por isso os
mosquitos não conseguiram procriar.
O vereador Marcinho Bocão (DEM) disse
que a cidade precisa estar limpa, comentou que tem comentado essa questão com a
prefeita, frisou que a população precisa fazer a sua parte e destacou que o
local de despejo dos entulhos e resto de obras recolhidos estão sendo
descartados quase em Nova Cidade. “O preço pago pelo veículo agregado é muito
pouco e se o caminhão for duas vezes ao “bota fora”, o óleo que gasta para ir
até lá vai dar prejuízo ao dono do veículo agregado”.
O discurso, porém, mais contundente
foi da vereadora Rita de Cássia, que destacou a importância dos pensamentos
divergentes e frisou que os vereadores estão usando discursos repetitivos, “porque
os problemas se repetem e não se resolvem”. Ela criticou a falta de
professores; comentou os problemas com o processo seletivo e atribuição falsa
que estão dando aos vereadores no processo de seleção; reclamou da forma como a
chefia de gabinete da Prefeitura responde as solicitações da Câmara; lembrou
que o Colégio Municipal Dr. Kingston Motta continua na mesma situação; que a
prefeita ainda não cumpriu compromissos de campanha assumidos com ela; revelou
que alguns veículos agregados estão desde setembro sem receber pelo serviço
prestado.
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