Por Flávio Azevedo
Se não acontecer nenhuma reviravolta, a eleição da mesa diretora da Câmara de Vereadores de Rio Bonito acontece na próxima terça-feira (30), quando será escolhido o novo presidente da Casa para o biênio 2011/2012. O novo presidente do Legislativo vai gerenciar um orçamento, hoje, de cerca de R$ 3 milhões (R$ 290 mil mensais). Apesar de outras mensagens importantes que tramitam na Casa, como o Orçamento para o próximo ano, a sucessão do vereador Fernando Soares (PMN), atual presidente, é o assunto que está em pauta.
De acordo com a procuradoria geral da Câmara, apenas a chapa do vereador Humberto Belgues (PSDB), foi apresentada em tempo hábil (16 de novembro). O assunto tem motivado muita polêmica, bate boca e desconforto entre os parlamentares. Na sessão da última terça-feira (23), os ânimos estiveram acirrados entre os vereadores. Enquanto os munícipes aguardavam o início da reunião, era possível ouvir os gritos dos parlamentares que discutiam o assunto na sala de reuniões da Casa.
A Câmara está dividida em dois grupos. A oposição é formada por Marcus Botelho (PR), candidato a presidência; Carlos André Barreto de Pina, o Maninho (PPS), Rita de Cássia (PP), o Marcinho Bocão (DEM), Carlos Cordeiro Neto, o Caneco (PR) e Abner Alvernaz Júnior, o Neném de Boa Esperança (PMN). Já os vereadores Fernando Soares, Humberto Belgues (PSDB), Saulo Borges (PTB) e Aliézio Mendonça (PP) fazem parte do grupo da situação.
O motivo da confusão
De acordo com a Procuradoria da Câmara, o projeto de resolução, inicialmente, marcava a eleição da nova mesa diretora para o dia 16 de novembro. As chapas dos candidatos a presidência também deveriam ser apresentadas na mesma data. De acordo com o procurador, François Ranieri, o vereador Carlos Cordeiro Neto, o Caneco, fez uma emenda mudando a data da eleição para o dia 30 de novembro, mas não citou a data da apresentação das chapas.
– Sendo assim, o dia do registro das candidaturas continuou 16 de novembro. Apenas o dia da eleição foi mudado! Ao contrário do que estão dizendo, não existe fraude. O projeto de resolução foi feito pelos vereadores do grupo que fazem oposição ao presidente, eles emendaram o projeto – que foi aprovado pelos vereadores –, mas infelizmente, eles também se equivocaram e deram brecha para o outro candidato – disse o procurador.
Segundo fontes ligadas a Câmara, no dia 16 de novembro, apenas o vereador Humberto Belgues registrou a candidatura e o setor de protocolo teria ficado aberto até depois do expediente. Esses fatos nortearam os acalorados discursos na sessão da última terça-feira. O mais exaltado era o vereador Caneco, que acusou os pares do grupo adversário ao seu de “má fé”.
– Quando fizemos a emenda, ela previa mudanças para o dia da eleição e o dia da apresentação das chapas. Será que nós seríamos loucos de emendar apenas a data da eleição? Pelo amor de Deus, nós aprovamos a emenda! Não aprovaríamos o que é contrário ao que nós acreditamos! Será que nós somos doidos? Então o Hospital Colônia agora é aqui – ironizou.
Mais discussões
O vereador Marcus Botelho estava desolado. Segundo ele, alguns fatos que acontecem na Câmara estimulam a crítica da imprensa e da sociedade. “É triste atuarmos numa Câmara onde a democracia não existe. Digo isso, porque as nossas solicitações não são atendidas. Eu nunca vi quatro votos ganhar de seis. Se for assim, joga uma dinamite neste prédio e acaba com isso! Mas nós vamos trabalhar, porque estão subestimando a nossa inteligência”.
A vereadora Rita de Cássia descarregou toda a sua indignação. Ela classificou os acontecimentos da casa como armação e fraude. “Já podemos encontrar vários candidatos pelas ruas, mas será que todos sabem o que acontece aqui? É muito doloroso ser vereador nesta Casa. Não somos atendidos, mas precisamos trabalhar e agir com dignidade! É só interesse pessoal, conta bancária e trabalhar para o povo! Eu estou preocupada com a política de Rio Bonito, que está precisando de gente com coragem! Será que as pessoas sabem o que está acontecendo aqui?”, disparou.
O vereador Saulo Borges disse que não se deve tentar prejudicar os vereadores contrários ao grupo do vereador Marcus Botelho como se fossem agentes do mal. “Não quero dar razão a Humberto ou Marcus Botelho, mas sugiro que nós ouçamos a gravação e respeitemos o parecer da Procuradoria da Casa”, pontuou.
– O que acontece nesta casa é que as pessoas sentam aqui, fazem tudo verbal, depois fica por isso mesmo! Porque muitas vezes, a palavra não está de acordo com o que você pretende. Uma vírgula fora de lugar pode causar transtornos irreparáveis. Na ata, o pedido do vereador é que a eleição fosse mudada para o dia 30, não o registro da chapa! Quem quiser pode ouvir a gravação da reunião do dia 11 de novembro, que é isso será comprovado – concluiu.
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