domingo, 28 de novembro de 2010

Eleita nova diretoria para o Conselho Comunitário de Segurança de Rio Bonito

Por Flávio Azevedo

Na última segunda-feira (22), foi eleita a nova diretoria do Conselho Comunitário de Segurança (CCS), de Rio Bonito. Com 22 votos, a Chapa 2, encabeçada pelo contador José Balbino, atual presidente do órgão, terá um ano de mandato. A chapa 1, liderada por Carlos Henrique Manhães Teixeira (Henrique Suerinho), obteve 17 votos. Das 59 entidades que tinham direito a voto, 20 delas não compareceram. A eleição aconteceu às 10h, no plenário da Câmara de Vereadores.

O processo foi liderado pelo capitão Odair Vianna, comandante da 3ª Companhia de Polícia Militar de Rio Bonito, e pelo inspetor, Guilherme Boy, da 119ª DP, que representou o delegado Juaraci Rodrigues Cardoso Vieira, titular da 120ª DP de Silva Jardim, que interinamente reponde por Rio Bonito, até a chegada do novo delegado, que pode ser apresentado ainda esta semana.

O presidente do CCS, José Balbino, disse que a nova diretoria representa melhor a comunidade, porque têm representantes de todos os distritos da cidade, se referindo a líder comunitária Cenita Chevrant, moradora do Parque Andréa (2º Distrito) e ao advogado Francisco Gonçalves, morador do Parque Indiano (3º Distrito). “Vamos dar continuidade ao trabalho que vínhamos realizando e continuar batalhando por melhorias para o município”, disse Balbino. A chapa vencedora conta ainda com Renato Parada (Primão) e Valdemira Zaniboni (Mirinha).

O candidato derrotado Henrique Suerinho, comentou que ficou satisfeito com o processo eleitoral, desejou sorte para a nova diretoria do CCS e se disse “feliz” com os 17 votos que a sua Chapa (nº1) recebeu. “Fiquei feliz, principalmente por Cenita e Primão, que desenvolvem projetos sociais importantes no município”.

O capitão Odair Vianna elogiou o comportamento das pessoas que participaram do processo de escolha, a tranquilidade dos integrantes de cada chapa, e destacou que “tudo ocorreu de maneira democrática e tranquila”. Ele avisou que pretende trabalhar em parceria com o CCS e lembrou que o órgão é os olhos da política na comunidade. “Acho também que a população deve comparecer nas reuniões, e trazer os seus anseios, porque é um conselho da comunidade”, concluiu.

Rio Bonito já tem novo delegado

Por Flávio Azevedo

O delegado José William de Medeiros, de 56 anos, é o novo titular da 119ª DP (Rio Bonito. Ele assumiu no último dia 25 de novembro. Medieros estava na 75ª DP de Rio do Ouro (São Gonçalo) e já estve em Rio Bonito há cerca de 16 anos. “Quando fui titular da 120ª DP de Silva Jardim - há 16 anos - durante um período, fiquei respondendo pela Delegacia de Rio Bonito”, disse.

Ele chega a cidade para assumir o lugar do delegado Alberto Thomaz da Silva, que se aposentou. O delegado Juaraci Rodrigues, titular da 120ª DP (Silva Jardim) respondia interinamente pela 119ª DP. O novo delegado da cidade já comandou a 73ª DP (Neves), 74ª DP (Alcântara) e a 6ª DP (Cidade Nova – Centro, do Rio de Janeiro).

Rio do Ouro sedia 1º Circuito Interno de Futsal

Por Flávio Azevedo

A bola rolou na última terça-feira (16), para o Primeiro Circuito Interno de Futsal do Rio do Ouro, em Rio Bonito. Os jogos estão sendo disputados na quadra poliesportiva do Rio do Ouro, às terças e quintas-feiras. A final está marcada para o dia 14 de dezembro. A organização é do desportista Elói Souza. O circuito conta com a participação de 10 equipes, que estão divididas em duas chaves (A e B).
Esquadrilha da Fumaça, Amigos de Chã, Rio Vermelho, Inconverbol e Caxuléu são as equipes da Chave A. Já na chave B, estão Máquina do Mau, Revelação, Ibro, Meninos da Vila e Rhamaneyd.

Os times jogam contra as equipes da chave oposta. Depois de cinco rodadas, classificam-se às semifinais, os dois melhores times de cada chave. O primeiro da Chave A enfrenta o segundo da Chave B e o primeiro da Chave B, joga contra o segundo da Chave A.

Na primeira rodada, na última terça-feira, aconteceram dois empates: Máquina do Mau 7x7 Ibro e Esquadrilha da Fumaça 5x5 Caxuléu. Já na última quinta-feira (18), Revelação x Rhamaneyd e Amigos de Chã x Inconverbol.
Na próxima terça-feira (23), jogam Rio Vermelho x Amigos de Chã e Meninos da Vila x Máquina do Mau. Na quinta-feira (25) se enfrentam Revelação x Meninos da Vila e Esquadrilha da Fumaça x Amigos de Chã.

Rio Bonito sedia 5ª Copa Hand Riba de Handebol

Por Flávio Azevedo

Disputada desde 2006, com a participação de equipes de todo o estado, a Copa Hand Riba será disputada pelo 5º ano consecutivo em Rio Bonito. Esse ano ela acontecerá entre os dias 4 e 5 de dezembro, nas categorias cadete masculino e feminino, e infantil masculino e feminino, respectivamente. A expectativa é que cerca de 20 equipes participem da competição.

A Copa Hand Riba, que é referência em organização e qualidade, é um das mais esperadas do calendário esportivo de Rio Bonito, e conta com a organização do professor de Educação Física, Luis Gustavo Machado, o popular Popó, idealizador da competição.

De acordo com o professor, o grande objetivo do evento, que teve o seu início no Colégio Cenecista Monsenhor Antônio de Souza Gens, é divulgar o handebol, “um esporte que, infelizmente, não tem muita visibilidade”.
Com o passar dos anos, a competição foi crescendo em qualidade e passou a ser referência no estado, contando com a participação de equipes de cidades vizinhas como Rio de Janeiro, Seropédica, Paty dos Alferes e Macaé. “A repercussão da Copa Hand Riba tem sido tão boa, que na edição de 2009 o Olympia Handebol, de Vila Velha/ES, participou da competição e entrou para a história da copa, como a primeira equipe de outro estado a participar do campeonato”.
– Destaco também, como parte da “vida” da competição, o C.E. Mauá, de São Gonçalo, que tem grande tradição do handebol nacional e foi o campeão de 2008 e 2009. Como em todos os anos, em 2010, a Copa Hand Rib de Handebol será disputada no Ginásio Antonio Figueiredo, no Rio Bonito Atlético Clube, entidade esportiva de tradição, que desde 2006 vem abraçou handebol – destacou Popó.

A expectativa, segundo o organizador, é que a Copa Hand Riba 2010 promova grandes jogos e onde o torcedor verá muitos gols. “Torcendo ou competindo, o que importa é não ficar de fora desta festa do handebol carioca”, concluiu Popó.

Carta aberta ao Padre Eduardo Braga

Por Flávio Azevedo - Reflexões

Confesso que já estava preocupado... Afinal, ninguém havia comentado, oficialmente, o texto “Guerra Santa”, que além de ser publicado aqui neste espaço, foi utilizado no editorial de “O Tempo em Rio Bonito” (rádio e jornal) e também no programa “Bate Bola Tupi”, que tem a direção deste jornalista. Até recebemos e-mails, telefonemas, ouvimos comentários nas ruas, mas todos eles provenientes de gente indignada, mas sem personalidade, porque dizem: “não diz o meu nome, porque eu não posso aparecer!”. Gente sem brio!

Eu comentei na ocasião, que o estado é laico, mas a impressão que tínhamos é que alguns líderes religiosos (católicos e evangélicos), que abertamente fizeram campanha contra a candidatura petista estavam esquecendo este detalhe. Também disse para aqueles que sonham com uma união entre estado e religião, que isso não é novidade, mas no passado, quando essa união aconteceu, a liberdade de expressão e pensamento foi proibida, e quem discordava perdia a vida.

Bem, até que na última edição (518 do jornal Folha da Terra), padre, o senhor comentou, através da sua coluna, que teve acesso ao texto que eu escrevi. Contudo, eu gostaria de refletir sobre o respeito entre os cristãos. O senhor, inclusive, citou que a “Marcha para Jesus”, onde deveriam estar católicos e cristãos, parou em frente da Paróquia de São João Batista, na Praça Cruzeiro, onde teriam feitos menções que desagradaram Padre Dedé.

O senhor também relata a agressão verbal feita ao padre Éric, de Boa Esperança. Uma senhora, que parecia ser protestante, no ponto do ônibus da Praça Fonseca Portela falou absurdos para o sacerdote. Aliás, um homem, que também parecia ser protestante, entrou na Missa e insultou ao Papa Bento XVI e o senhor aos gritos. Tem também o episódio de Tanguá, onde há cerca de um ano, certa denominação – evangélica, é claro – teria anunciado que fariam, em praça pública, uma fogueira com objetos utilizados no rito católico, que pertenciam a ex-católicos.

O senhor, padre, também comentou outros fatos que eu tomo a liberdade de classificá-los como falta de educação e respeito. Acredito, inclusive, que algumas pessoas que se dizem religiosas, nunca leram os evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João), para perceber a forma como Jesus tratava as pessoas.

Mas a intolerância religiosa e o desrespeito fazem outras vítimas. Por exemplo, os espíritas. Como são discriminados! Veja só: o católico usa o seu crucifixo, o evangélico carrega a sua Bíblia e ninguém diz nada. Porém, o sujeito que utiliza algum acessório que faça referência ao candomblé ou a Umbanda, por exemplo, logo é olhado de soslaio pela maioria. Vale lembrar que uma das únicas religiões brasileiras é a Umbanda, que surgiu no Rio de Janeiro, entre os anos de 1906 e 1908.

E as piadinhas direcionadas às mulheres evangélicas que não cortam o cabelo, que não usam adornos, maquiagens e pinturas? E as gracinhas que falam a respeito de alguns homens evangélicos que são orientados, em algumas denominações, a não usar bermudas ou andar sem camisa? E os gracejos direcionados aos padres e freiras, que por terem um estilo de vida diferente, são alvos de piadas e pilhérias? Você conhece os adventistas do 7º dia? Pois é, esses são chamados de preguiçosos, porque entendem que o sábado é um dia sagrado e neste dia não trabalham.

Na verdade, nós vivemos num tempo onde a intolerância, o abuso e a falta de respeito dominam a sociedade. O falso moralismo, sobretudo entre os cristãos é flagrante. Aliás, padre, os elementos que estimulam a “Guerra Santa” entre os religiosos, também instigam preconceitos contra as prostitutas, os gays e as lésbicas, atores sociais que são massacrados pelos ditos defensores dos “bons hábitos e dos bons costumes”.

Concluindo, deixo uma reflexão para católicos, evangélicos e espíritas. O texto foi escrito por São Paulo, na carta que ele destinou aos filipenses. “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz. (Filipenses: 2 . 5 a 8).

Eleição da Mesa Diretora pode ser próxima terça-feira (30 de novembro de 2010)

Por Flávio Azevedo

Se não acontecer nenhuma reviravolta, a eleição da mesa diretora da Câmara de Vereadores de Rio Bonito acontece na próxima terça-feira (30), quando será escolhido o novo presidente da Casa para o biênio 2011/2012. O novo presidente do Legislativo vai gerenciar um orçamento, hoje, de cerca de R$ 3 milhões (R$ 290 mil mensais). Apesar de outras mensagens importantes que tramitam na Casa, como o Orçamento para o próximo ano, a sucessão do vereador Fernando Soares (PMN), atual presidente, é o assunto que está em pauta.

De acordo com a procuradoria geral da Câmara, apenas a chapa do vereador Humberto Belgues (PSDB), foi apresentada em tempo hábil (16 de novembro). O assunto tem motivado muita polêmica, bate boca e desconforto entre os parlamentares. Na sessão da última terça-feira (23), os ânimos estiveram acirrados entre os vereadores. Enquanto os munícipes aguardavam o início da reunião, era possível ouvir os gritos dos parlamentares que discutiam o assunto na sala de reuniões da Casa.

A Câmara está dividida em dois grupos. A oposição é formada por Marcus Botelho (PR), candidato a presidência; Carlos André Barreto de Pina, o Maninho (PPS), Rita de Cássia (PP), o Marcinho Bocão (DEM), Carlos Cordeiro Neto, o Caneco (PR) e Abner Alvernaz Júnior, o Neném de Boa Esperança (PMN). Já os vereadores Fernando Soares, Humberto Belgues (PSDB), Saulo Borges (PTB) e Aliézio Mendonça (PP) fazem parte do grupo da situação.

O motivo da confusão

De acordo com a Procuradoria da Câmara, o projeto de resolução, inicialmente, marcava a eleição da nova mesa diretora para o dia 16 de novembro. As chapas dos candidatos a presidência também deveriam ser apresentadas na mesma data. De acordo com o procurador, François Ranieri, o vereador Carlos Cordeiro Neto, o Caneco, fez uma emenda mudando a data da eleição para o dia 30 de novembro, mas não citou a data da apresentação das chapas.
– Sendo assim, o dia do registro das candidaturas continuou 16 de novembro. Apenas o dia da eleição foi mudado! Ao contrário do que estão dizendo, não existe fraude. O projeto de resolução foi feito pelos vereadores do grupo que fazem oposição ao presidente, eles emendaram o projeto – que foi aprovado pelos vereadores –, mas infelizmente, eles também se equivocaram e deram brecha para o outro candidato – disse o procurador.

Segundo fontes ligadas a Câmara, no dia 16 de novembro, apenas o vereador Humberto Belgues registrou a candidatura e o setor de protocolo teria ficado aberto até depois do expediente. Esses fatos nortearam os acalorados discursos na sessão da última terça-feira. O mais exaltado era o vereador Caneco, que acusou os pares do grupo adversário ao seu de “má fé”.
– Quando fizemos a emenda, ela previa mudanças para o dia da eleição e o dia da apresentação das chapas. Será que nós seríamos loucos de emendar apenas a data da eleição? Pelo amor de Deus, nós aprovamos a emenda! Não aprovaríamos o que é contrário ao que nós acreditamos! Será que nós somos doidos? Então o Hospital Colônia agora é aqui – ironizou.

Mais discussões

O vereador Marcus Botelho estava desolado. Segundo ele, alguns fatos que acontecem na Câmara estimulam a crítica da imprensa e da sociedade. “É triste atuarmos numa Câmara onde a democracia não existe. Digo isso, porque as nossas solicitações não são atendidas. Eu nunca vi quatro votos ganhar de seis. Se for assim, joga uma dinamite neste prédio e acaba com isso! Mas nós vamos trabalhar, porque estão subestimando a nossa inteligência”.

A vereadora Rita de Cássia descarregou toda a sua indignação. Ela classificou os acontecimentos da casa como armação e fraude. “Já podemos encontrar vários candidatos pelas ruas, mas será que todos sabem o que acontece aqui? É muito doloroso ser vereador nesta Casa. Não somos atendidos, mas precisamos trabalhar e agir com dignidade! É só interesse pessoal, conta bancária e trabalhar para o povo! Eu estou preocupada com a política de Rio Bonito, que está precisando de gente com coragem! Será que as pessoas sabem o que está acontecendo aqui?”, disparou.

O vereador Saulo Borges disse que não se deve tentar prejudicar os vereadores contrários ao grupo do vereador Marcus Botelho como se fossem agentes do mal. “Não quero dar razão a Humberto ou Marcus Botelho, mas sugiro que nós ouçamos a gravação e respeitemos o parecer da Procuradoria da Casa”, pontuou.
– O que acontece nesta casa é que as pessoas sentam aqui, fazem tudo verbal, depois fica por isso mesmo! Porque muitas vezes, a palavra não está de acordo com o que você pretende. Uma vírgula fora de lugar pode causar transtornos irreparáveis. Na ata, o pedido do vereador é que a eleição fosse mudada para o dia 30, não o registro da chapa! Quem quiser pode ouvir a gravação da reunião do dia 11 de novembro, que é isso será comprovado – concluiu.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Violência assuta moradores do Rio de Janeiro


Diante dos últimos acontecimentos, nós somos forçados a acreditar que a melhor opção para resolver os problemas do Rio seria a Operação “AÇO NELES EU APOIO". Penso que para esta operação ser, realmente, legítima, ela também deveria invadir as Câmaras Municipais, a Alerj, o Congresso Nacional, o Senado Federal, e porque... não, os castelos onde funciona o poder Judiciário, grande responsável pela impunidade brasileira.

O Rio de Janeiro está sendo vítima dos abutres que SORVERAM os cofres do estado nos últimos 40 anos. Figuras que só promoveram políticas assistencialistas ao sofrido povo carioca.

O senhor Sérgio Cabral, que vem posando de salvador da pátria nos últimos dias, tem culpa no cartório, porque antes de chegar ao governo do estado, além de ser deputado estadual, presidiu a Alerj – conhecido esconderijo de bandidos – por um longo período. Para mudar essa triste realidade, o povo precisa votar com a consciência e não com o bolso!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Entrevista com o empresário Aécio Moura

Por Flávio Azevedo

Embora ainda faltem cerca de dois anos para as eleições municipais, os prováveis nomes que podem disputar a Prefeitura Municipal já começam a ser comentados e alavancados por correligionários dos principais grupos políticos de Rio Bonito. Contudo, nos últimos meses, o nome do empresário Aécio Xavier de Moura (PDT), de 50 anos, vem ganhando força, sobretudo entre os comerciantes, empresários, segmentos religiosos e correntes que defendem a ideia de que Rio Bonito precisa de uma quarta via além dos nomes que, indiretamente, já foram lançados para a disputa de 2012.
Para falar sobre esse assunto, o empresário recebeu o jornalista Flávio Azevedo no seu escritório, no centro, na manhã da última quarta-feira (17), onde falou sobre os seus planos. Ele não confirmou a sua candidatura, mas também não descartou a ideia de concorrer. Falou sobre política e destacou que “Rio Bonito deveria investir na qualidade de vida, que é o principal atrativo da cidade na atualidade”.


Flávio Azevedo – Tem se ouvido nas ruas, que o senhor é pré-candidato a prefeito de Rio Bonito. O senhor confirma essa pré-candidatura?

Aécio Moura – Confirmar que eu sou candidato, que eu já lancei candidatura eu não confirmo. Mas confirmo que as pessoas estão falando o meu nome – eu me sinto até muito honrado – mas não lancei candidatura.

FA – Diretamente, o senhor nunca esteve ligado à política. Sendo assim, porque o seu nome aparece como opção para as eleições de 2012?

AM – A colaboração que cada cidadão tem que dar ao processo democrático, alguns amigos que acham que seria uma opção interessante, a carência de políticos sérios dentro da cidade e a necessidade de renovação, são elementos que motivam este pensamento. Não prometo ser candidato, mas se for da vontade de Deus – eu não faço nada sem consultar a Deus – acontecerá. Se eu não for candidato, eu irei continuar tocando os meus negócios como sempre fiz.

FL – A economia do país atravessa um bom momento e o estado do Rio tem sido alvo de muitos investimentos do governo federal. Diante deste cenário, quais seriam, em sua opinião, as prioridades daqueles que pretendem governar Rio Bonito?

AM – Rio Bonito é uma cidade agradável, boa de morar e deveria pegar carona neste desenvolvimento do país e do estado. Os investimentos que estão chegando à região irão repercutir até 2030. Mas como Rio Bonito, infelizmente, não oferece nenhum tipo de cultura voltada para o Turismo, Agricultura, Indústria, entre outras coisas, nós deveríamos investir na qualidade de vida do município, que é o grande atrativo da cidade. Acho que a nossa cidade é fácil de administrar, porque é pequena, ajeitadinha e pode ser administrada com sucesso.

FA – Rio Bonito ainda não definiu a sua vocação. Se ela é Rural, é Urbana, é Industrial, é turística, entre outras vocações. O senhor acha que dá para tocar todos estes setores ao mesmo tempo, ou é preciso dar uma identidade à cidade?

AM – Nenhum setor pode ser desprezado. Rio Bonito nunca foi e nunca será, a meu ver, uma cidade que tenha um perfil industrial. Porém, qualquer administração tem que tirar todo o potencial que pode ser tirado da área industrial. Na Agricultura, no Turismo – que tem crescido muito – e outros setores, eu penso da mesma forma. Mas o nosso grande potencial é qualidade de vida, que deveria receber cada vez mais investimentos. O que seriam esses investimentos? Boas escolas, bons hospitais, ruas urbanizadas, para que os munícipes mantenham essa identidade: qualidade de vida.

FA – O seu diferencial político, segundo fontes, já começaria na forma como o senhor pretende estruturar a sua campanha, que não contaria com práticas comuns, e duvidosas, como: doação de campanha, negociação de cargos e direção de escolas, entre outros hábitos defendidos como necessários para se ganhar uma eleição. Se for candidato, o senhor confirma este diferencial?

AM – Ainda não decidi se serei candidato, mas se eu participar será assim. Também quero deixar claro que se eu concorrer, eu serei candidato a prefeito e não serei vice-prefeito de ninguém. Já ouvi boatos que eu seria o vice de Matheus Neto, de Solange Almeida, mas isso não existe. Seria até uma honra, mas para ingressar na vida pública eu teria que ser candidato a prefeito e dentro da minha filosofia de vida. Sobre esse vício, que é o financiamento de campanha, eu sou um sonhador, e sonho que um dia as pessoas em Rio Bonito possam se mobilizar em torno de um nome sério. Só uma mobilização popular pode acabar com esse vício que é o financiamento de campanha por parte de empresários e grupos políticos, que depois vão querer ser favorecidos de alguma forma. Se eu for candidato, não quero campanha cara. Aquela campanha tradicional, eu não farei. Também não vou impostar a voz para falar com o povo, porque isso é contrário a minha filosofia de vida. Quem sabe o próprio eleitor, como acontece nos Estados Unidos, faz essa campanha? Assim nós teríamos um prefeito, sem rabo preso, com total autonomia e liberdade para governar.

FA – Então, nenhuma possibilidade do senhor ser vice-prefeito de alguém?

AM – É isso mesmo! Eu tenho hoje, talvez, 1% de chance de ser candidato! E se por acaso eu participar é para ser candidato a prefeito. Digo isso, porque não fui eu quem lançou o meu nome. Há dois anos, quando comentavam isso comigo eu não dava confiança, mas depois eu comecei a pensar no assunto. Mas se eu não entrar na vida pública, já me sinto muito honrado em saber o que dizem sobre o meu nome nas ruas da cidade. Eu costumo dizer que ser sério e honesto vale à pena, e isso que está acontecendo comigo é a prova disso. Se eu for candidato e perder, já estou satisfeito com a confiança que foi colocada no meu nome.

FA – Todos concordam que as mazelas da política acontecem porque as pessoas de bem se afastaram do processo político. Há quem diga que o senhor mudaria esse cenário e traria consigo novos nomes. Como o senhor analisa isso?

AM – Essa é uma das motivações que me faz analisar essa possibilidade. É lógico que se as pessoas de bem não se aproximarem das coisas públicas, o mal vai prevalecer. Só que a situação do país hoje, e o município não é diferente, infelizmente, afasta as pessoas de bem da política. Existe um sistema que impede as pessoas de trabalhar com honestidade e isso desanima. Mas em janeiro vou definir se sou ou não candidato, porque eu não posso ficar em cima do muro. Nós pedimos uma pesquisa de opinião para ver a real intenção das pessoas. Será que eles realmente querem essa mudança?

FA – Dentro dessa lógica de novidade defendida pelo senhor, qual é a sua ideia para o Legislativo? O senhor terá que apresentar um grupo de candidatos a vereador, mas existem nomes problemáticos nesse meio. Como o senhor pretende administrar esta questão?

AM – Para começar uma nova concepção de política em Rio Bonito, nós precisamos reformar a campanha eleitoral, a política e a gestão. Parece que é a mesma coisa, mas não é. Eu costumo dizer que se o candidato começa errado na campanha, na gestão ele vai ter que continuar errado. Eu concordo que os candidatos a vereador deveriam ser novos, mas isso é um sonho. Vamos nos fechar para os candidatos medalhões? Não é possível! Mas não é incoerência. Agora, ficar comprometido com político antigo, isso não. Eu não serei candidato de uma corrente política ou de um político. O apoio, entretanto, eu aceito. Contudo, não farão parte da gestão. A não ser que tenham mudado as suas práticas. Acho que é possível se ganhar uma eleição com menos dinheiro, o que atrairá as pessoas de bem para a política.

FA – Rio Bonito, hoje, conta com três grupos políticos importantes, mas eles estariam desgastados. Algumas correntes defendem, por isso, uma quarta via, que no caso, seria o seu nome. Como o senhor analisa esses grupos?

AM – Eu sempre tive um relacionamento excelente com as lideranças dos três grupos. Eu sempre fui amigo do prefeito José Luiz Antunes, da deputada federal Solange Almeida e do deputado estadual Marcos Abrahão. Acho que o desgaste é natural ao mandato. No caso de José Luiz, esse desgaste é de três mandatos. Quanto a Solange, acho que ela saiu fortalecida da última eleição, porque apesar de não ter sido eleita, ela foi muito bem votada em Rio Bonito. Já Marcos Abrahão é um político que vejo em ascensão e está conquistando o seu espaço. Apesar disso, acho que uma nova via seria interessante para oxigenar o sistema político, porque nos últimos 40 anos, nós tivemos apenas quatro nomes na Prefeitura de Rio Bonito.

FA – Em recente entrevista à FOLHA, o deputado estadual Marcos Abrahão disse que “só não serei candidato a prefeito, se surgir um nome a altura do nosso município”, e descreveu um perfil que se enquadra com o seu nome. O senhor pode fazer uma composição com Abrahão?

AM – Eu fiquei muito satisfeito com a reeleição de Marcos Abrahão, que é meu amigo de infância. De um tempo para cá eu tenho aprendido a gostar dele e até ter confiança nele. Aliás, ele é um dos incentivadores dessa minha candidatura, e aquilo que ele disse na entrevista ele já falou para mim pessoalmente. Mas acho que o perfil de renovação que o eleitor está querendo, se nós tivermos alguma ligação com Marcos Abrahão, Solange Almeida, Mandiocão ou Aires Abdala, quebra esse processo de renovação que o leitor imagina.

FA – Anteriormente perguntamos quanto aos seus supostos candidatos a vereador. E quanto ao seu vice, ele pode vir de que segmento e teria que ter qual perfil?

AM – Se a minha candidatura não está definida imagine o vice (risos)! O primeiro perfil é seriedade e honestidade. Mas eu estava me imaginando prefeito e fiquei pensando no meu estafe de secretários, que para mim tem que ter três qualidades, que eu também buscaria no vice: ele tem que ser uma pessoa honesta, capaz e fiel. Se ele for honesto, mas não for capaz, não vai render. Se ele for honesto e capaz, mas não for fiel a mim, ele será honesto e capaz para o outro. Quanto ao segmento desse vice, acho que ainda é cedo para definir esse perfil. Uma coisa, porém, eu digo: eu sou bairrista e apaixonado por Rio Bonito.

FA – Até aonde o saudoso ex-vereador Paulo Moura, seu irmão, que faleceu em 2007, participa indiretamente desta decisão? Aliás, Paulo tinha como principal característica o perfil conciliador. O senhor tem um pouco desse perfil?

AM – Eu aprendi bastante com ele ao longo da nossa caminhada. Eu sou um pouco mais apavorado, confesso, mas ele sempre teve uma palavra que eu não esqueço: “não se apavora, não!”. Agora, quando surgiu essa história de candidatura é que eu estou vendo como o meu irmão está fazendo falta. Com certeza ele seria o meu conselheiro, porque eu perguntaria a ele: “o que você acha disse Paulo?”. Mas eu também aprendi muito com ele, que foi presidente da Câmara importante para que José Luiz conseguisse administrar os dois últimos anos do seu primeiro mandato (93/96) com tranquilidade.

FA – Nós temos representatividade no governo federal (Solange) e no Estado (Marcos Abrahão), mas esses representantes são adversários políticos do prefeito. Caso o senhor fosse prefeito, como seria essa relação?

AM – Os políticos precisam se unir em prol do bem comum. Não podemos virar as costas para Marcos Abrahão ou Solange, por eu ser de um segmento político diferente. Nesta última eleição eu trabalhei pela casadinha Abrahão e Solange, para que Rio Bonito não ficasse sem representatividade. Se fosse prefeito, eu continuaria defendendo esta ideia.

FA – Porque você quer ser prefeito e que melhorias o senhor aponta como essenciais para a cidade?

AM – Eu acho que a cidade, não querendo criticar a administração atual, precisa de muita coisa. Mas algumas coisas me incomodam muito. A Saúde precisa ser resolvida, a assistência as pessoas mais carentes, também, mas Educação, capacitação e formação profissional são imprescindíveis. Quando o povo é educado e consegue se sustentar com o seu próprio trabalho, a realidade da sociedade é diferente da que nós conhecemos. Outra coisa que está me incomodando bastante é a questão da droga, que está destruindo a saúde das pessoas, está acabando com as famílias e está trazendo insegurança, por isso, essa situação deveria ser resolvida com rapidez e urgência.

Moeda Social Capivari já circula em Silva Jardim

Por Flávio Azevedo

Um misto de esperança e desconfiança. Esta é a postura de comerciários e comerciantes silvajardinenses com o lançamento da moeda social “Capivari” (foto), a primeira do Estado do Rio de Janeiro, que tem como principal objetivo fortalecer a economia e o comércio de Silva Jardim. A moeda começou a circular na última terça-feira (16), quando foi inaugurado, na Rua Borges de Alfradique, nº 60, no Centro, o Banco Comunitário Capivari (BCC), que será responsável pelos negócios realizados com a nova moeda. O BCC também funcionará como uma casa de câmbio, onde a moeda vigente no país, o Real, poderá ser trocado pela moeda local.

Na Feira Solidária, entre os estandes que foram montados próximo ao BCC, a produtora rural Zeni Rodrigues, 53 anos, moradora de Mato Alto, recebeu a nova moeda na venda de um dos seus produtos. Segundo ela, “a iniciativa do prefeito é louvável, a cidade realmente precisa melhorar, mas para opinar, eu prefiro esperar para ver se a população silvajardinense vai aderir ao projeto. Tem tudo para dar certo, mas vamos esperar para ver, porque pior do que está (a economia) não pode ficar”, disparou Zeni.

No Centro da cidade, em uma loja de informática, o gerente Jean Carlos Bastos, de 20 anos, comentou que a iniciativa é muito boa, mas também quer esperar para dar qualquer tipo de opinião. “Antes de fazer qualquer tipo de análise, nós temos que esperar os resultados. A nossa expectativa é positiva, porque como se trata de uma moeda social, que só vai circular na cidade, o comércio local será beneficiado”, disse.

Numa butique, próxima a loja de informática, a comerciária Josiane Barreto, 29 anos, frisou que iniciativas como essa é o que se espera do poder público, “mas o povo precisa colaborar, principalmente, porque a moeda foi lançada próximo ao Natal, data de economia aquecida, mas uma época que as pessoas saem de Silva Jardim para comprar em outros centros”.

O balconista Marcelo Igor Vasconcelos, 28 anos, funcionário de uma loja de tintas, acredita que com a implantação do Capivari, o dinheiro vai circular no município, que pode alcançar o desenvolvimento planejado pelo prefeito.
– Foi válido, principalmente, porque estamos no fim do ano, época em que as pessoas estão pintando as suas casas e mexendo com obras. Para o nosso ramo de negócio, a expectativa é a melhor possível, mas o povo tem que colaborar – pontuou.

Primeiro cliente

O primeiro cliente do BCC foi o prestador de serviços Geneci Nascimento Conceição (no microfone), morador do bairro Fazenda Brasil. Proprietário de uma oficina de consertos de bicicletas, ele fez um empréstimo, no valor de 800 Capivaris, para a aquisição de peças de reposição para o seu negócio. No primeiro dia de circulação, o BCC trocou 6.413,50 Capivaris por Reais. Inicialmente, o BCC começaria a funcionar com 6 mil Capivaris, mas temendo uma procura maior que a oferta, esse aporte financeiro foi ampliado para 50 mil. “Tomamos essa iniciativa tendo em vista a grande expectativa de procura, que pode aumentar ainda mais”, disse o prefeito Marcello Zelão (PT) em entrevista coletiva a imprensa, antes da inauguração.

Um banco para os pobres

Durante a sua fala na inauguração do BCC, o prefeito Marcello Zelão (PT), deixou claro que o banco “não é da Prefeitura, da Câmara Municipal, mas do povo”. O banco é gerido pela Associação Comercial e Industrial de Silva Jardim, que conta com o suporte da Prefeitura local. O chefe do Executivo agradeceu aos comerciantes pela aceitação da moeda e aos vereadores que aprovaram o projeto de Lei Economia Solidária por unanimidade.

– Essa lei nos permitiu criar mecanismos importantes na administração do município. As pessoas menos favorecidas que recebem cesta básica do setor de Bem-Estar Social (cerca de mil), a partir de agora, irão receber o benefício em Capivari. Isto vai resgatar a cidadania e a dignidade dessas pessoas, pois elas poderão sacar o dinheiro e comprar aquilo que quiserem no local que acharem melhor, fazendo com que os valores também circulem mais na nossa economia – disse Zelão, que pensa em conceder vale-alimentação para os servidores públicos em Capivaris.

O prefeito comentou que o BCC é um banco para pobre e não para quem tem dinheiro e destacou a importância do micro-crédito. “O Capivari vai mudar a realidade econômica da cidade para as pessoas que tem menor poder aquisitivo. A moeda é apenas um instrumento, já o micro-crédito eu destaco como fundamental para o crescimento da economia do município”.

O Presidente da Associação Comercial, Aulus Macedo, lembrou que no início do lançamento da ideia houve alguma rejeição, “mas, hoje, já há 100% de aceitação e adesão. “Nós esperamos um aumento de cerca de 30% nas vendas na cidade, pois a ideia é muito boa; porém, ela só vai vingar mesmo se toda a população aceitá-la”, lembrou Aulus, acrescentando que a moeda chegou em boa hora, próximo às festas de fim de ano.

Já Joaquim Mello (foto), Presidente do Instituto Palmas, entidade que prestou consultoria técnica para a implantação da moeda em Silva Jardim, destacou que o Capivari já nasce forte, pois tem o total apoio da Administração Municipal, sendo a primeira incentivada pelo Governo local: “a moeda de Silva Jardim certamente servirá de modelo para outras cidades na Região”, garantiu, lembrando que com a de Silva Jardim já são 52 moedas em todo o Brasil (27 só no Ceará), e que “só não há mais porque dependem de incentivadores como Zelão”.

A secretária de Turismo, Indústria e Comércio (Semtic), Vera Brito, disse que hoje é o “Dia C”, “C” de Capivari, “C” de Comunidade que foi construído ao longo de um ano com a sensibilização de toda a sociedade. “Hoje isto se transforma em realidade e nos remete a uma reflexão de que devemos persistir na nossa caminhada”, destacou, enaltecendo o desprendimento do prefeito Zelão e a parceria com a Associação Comercial.

Festividade à tarde

Na parte da tarde ocorreu o work-shop “Economia Solidária”, apresentado por Joaquim Mello, que explicou como funciona o Capivari e como a experiência deu certo, principalmente lá no conjunto Palmeira, em Fortaleza/CE. “A economia solidária é para que todos ganhem; pois quando apenas uns ganham outros acabam perdendo, e não é possível criar uma sociedade em que todos ganhem ao mesmo tempo”. Ele também tirou dúvidas em geral apresentadas pelos participantes e falou das vantagens da iniciativa.

Após a solenidade, foram entregues kits com cartilhas e adesivos de identificação de estabelecimentos que aceitam o “Capivari” às dezenas de comerciantes que aderiram à ideia. O lançamento foi animado por um show de voz e violão da cantora Sheila Sá, acompanhada do violonista Ricardinho Leite. (Colaborou Evaldo Nascimento).

domingo, 14 de novembro de 2010

Sua dívida pode estar prescrita

Por Flávio Azevedo

Alertado por um colega tributarista sobre os benefícios da Lei 11.941, que previa o parcelamento de dívidas com a União em até 180 meses, nós decidimos nos informar sobre o tema e abordar o assunto aqui neste espaço. A matéria é pertinente, porque nos últimos meses do ano, em virtude do Natal, do décimo terceiro, e de algum dinheiro a mais que possa aparecer, o mais inteligente é quitar ou renegociar dívidas, embora nós saibamos que o brasileiro tem o hábito de, sobretudo no fim do ano, contrair novas dívidas.

Mas a Lei 11.941 entrou em vigor em maio de 2009, prevendo descontos progressivos de acordo com o número de prestações que o contribuinte escolhesse. Segundo informações colhidas com advogados tributaristas e sites especializados, no caso da pessoa física, o valor mínimo da parcela mensal podia ser de R$ 50,00. Já para pessoa jurídica o valor de cada prestação – mensal, é claro – não poderia ser inferior a R$100,00.

Por que eu usei o termo podia? Porque o prazo de adesão terminou em 30 de novembro de 2009, seis meses depois que a Lei entrou em vigor. De acordo com o advogado David Nigri, era importante o contribuinte conhecer a Lei, porque, em alguns casos, os descontos chegavam a 100% para multas e encargos. Sendo assim, uma dívida poderia ser reduzida em 30% do valor originário. O advogado comentou ainda, que o volume de pessoas, físicas e jurídicas, que tem dívidas federais (Imposto de Renda, Confins, dívidas previdenciárias etc.), é muito grande.

Para quem desconhecia estas informações, vale ressaltar que a lei também previa descontos conforme a forma de pagamento. Os descontos variavam de acordo com o número de parcelas. Para pagamento a vista, desconto de R$ 100%; para as multas de mora e de ofício, 40% nas isoladas, 45% nos juros de mora e 100% sobre o valor do encargo legal. No caso de valor parcelado em 180 meses, a redução era de 60% das multas de mora e de ofício, de 20% das isoladas, de 25% dos juros de mora e de 100% sobre o valor do encargo legal.

Na verdade, o parcelamento era uma oportunidade para o contribuinte, que ainda podia selecionar as dívidas que queria parcelar. Pessoas com essas pendências buscaram informações para avaliar em quais casos e condições era vantajoso aderir a Lei. Contudo, a análise era demorada, porque em alguns casos o processo precisava ser desarquivado, o que podia levar algum tempo.

Diante deste cenário, surgiu uma boa notícia para o contribuinte: ao tentar desarquivar alguns processos, o advogado David Nigri observou que muitas dívidas estavam prescritas. Segundo ele, vários contribuintes, sem saber, estão contando dívidas que já prescreveram. “Isso porque com a autorização do artigo 40, da Lei 6.830 (Lei de Execução Fiscal), ficou normatizada a prescrição intercorrente que autoriza a extinção do processo em virtude da inércia da Fazenda em localizar bens do devedor para penhora”, informou.

Enquanto nós apurávamos estas informações para escrever este artigo, nós também conversamos com a advogada Maria de Fátima Caldas Guimarães, que enfatizou a importância de fazer uma busca para avaliar a prescrição da dívida. Segundo ela, “é preciso deixar claro que a prescrição intercorrente só pode ser aplicada em dívidas já ajuizadas”.

Maria de Fátima destacou ainda, que uma pessoa contratou os seus serviços porque estava com quatro execuções, que somadas formavam um montante de R$ 145 mil. Entretanto, como três delas estavam prescritas, a dívida foi reduzida para R$ 30 mil e o seu cliente ainda teve direito ao parcelamento.

De acordo com tributaristas, isso seria a prescrição intercorrente, que é aplicada ao curso do processo de execução. O parágrafo terceiro, do artigo 40 da Lei 6.830 diz que o juiz pode manter o processo suspenso por um ano. Depois deste período, caso não seja encontrado nenhum bem do devedor, começa o prazo para a prescrição, que se dará em cinco anos.

A cantora Perla (Foto) é uma figura pública e famosa que de acordo com o jornal Extra tem problemas com a Receita Federal. A assessoria da cantora alegou que o ex-contador de Perla é o responsável pelo problema que já está sendo resolvido junto a Justiça.

Presidente do Conselho Tutelar faz balanço das atividades do órgão no município

Por Flávio Azevedo

Negligência, maus tratos, falta às aulas e abusos, sobretudo os sexuais, são os principais casos registrados pelo Conselho Tutelar (CT) de Rio Bonito. É o que informa o presidente da instituição, Alessandro Brito Silva, que recebeu a nossa reportagem, no seu gabinete, na manhã da última quarta-feira (10), para fazer um balanço sobre as ações, ocorrências e denúncias que chegam diariamente ao Conselho. “Os principais problemas que enfrentamos são realidades em toda classe social. Famílias menos ou mais favorecidas enfrentam problemas sociais”, analisou Alessandro, destacando que os mais humildes, por conta da carência acabam ficando mais expostos a esses problemas.

Da posse dos atuais conselheiros, que aconteceu em janeiro de 2010, até o dia da entrevista, foram 196 ocorrências novas. Se contarmos, porém, os casos que são reabertos, esse número chega a 400.

De acordo com Alessandro, a negligência é um fator que origina os demais problemas detectados pelos conselheiros. “São crianças que os pais saem e abandonam sem vigilância; são aquelas crianças que são encontradas embriagadas, entre muitas outras coisas”, enfatiza. Já os maus tratos são os casos de agressão. “As Fichas de Comunicação do Aluno Infrequente (Ficai), também são recorrentes. Esse problema, por exemplo, para ser solucionado é preciso que os pais exerçam maior vigilância sobre os filhos”, comentou.

A Ficai é um instrumento operacional de combate as faltas do aluno e o conseqüente abandono escolar, que surgiu mediante a celebração de Termo de Compromisso de Ajustamento, entre a Coordenadoria das Promotorias de Justiça da Infância e da Juventude, Secretarias Estadual e Municipal de Educação e Conselhos Tutelares, que combinam esforços com vista ao mesmo objetivo, que é a permanência ou o retorno do aluno à escola.

Já nos casos de pedofilia ou abuso sexual, segundo Alessandro, “a dificuldade que encontramos é que esses problemas acontecem, geralmente, dentro do ambiente familiar, o que gera uma série de problemas aos envolvidos e para que nós possamos atuar”.

Parcerias

O Núcleo de Atendimento a Criança e ao Adolescente (NACA), em Niterói, é um dos parceiros que o Conselho Tutelar de Rio Bonito conta para atuar nos casos de crianças e adolescentes que foram vítimas de abusos. Outra parceria que o presidente aponta como fundamental é a que existe entre os conselheiros (Cristiane Antunes, Leandra Vidal, Fabiano Pimentel e Sérgio Moreira). “Em nossas reuniões nós discutimos, divergimos, confrontamos as ideias, mas sempre respeitando o colega, porque o CT é um colegiado”, pontuou Alessandro.

Ainda segundo o presidente do CT, a equipe multidisciplinar, formada por psicólogo, pedagogo, assistente social e advogado, dá suporte ao trabalho dos conselheiros durante o desempenho das suas atribuições. O presidente também aponta a boa relação da instituição com o Ministério Público e com o juiz Marcelo Espíndola, que, segundo ele, “oferecem todo o suporte necessário para o amparo da criança e do adolescente”.

Concurso nas escolas

Com o objetivo de estabelecer parceria com as próprias crianças e adolescentes, o Conselho está promovendo um concurso cultural nas escolas do município para a escolha da nova logomarca da instituição. O concurso está aberto aos alunos que tenham até 17 anos, das escolas, particulares e públicas, das redes municipal e estadual. A escolha acontecerá no dia 27 de novembro. “Às vezes, algumas crianças enxergam o Conselho com desconfiança. Esse concurso tem, entre muitas vantagens, a de aproximar a instituição das crianças e adolescentes”, explicou Alessandro.

População pode denunciar

O Conselho Tutelar funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h. De acordo com Alessandro, a participação da população é essencial para o trabalho dos conselheiros, pois ela pode denunciar os maus tratos e abusos, entre outras irregularidades que atingem as crianças e adolescentes. “Nós não temos condições de saber de tudo que acontece no município, porque somos apenas cinco conselheiros. Por isso, a participação popular denunciando os problemas é importante para que nós possamos desempenhar as nossas funções de maneira satisfatória. Como acontece com outras instituições, o Conselho precisa ser provocado através das denúncias”, informou.

As denúncias podem ser feitas na sede do próprio Conselho, na Avenida Manuel Duarte, nº 605, ao lado do E. C. Fluminense; através dos telefones (21) 2734 – 4175 e 9882 – 4410; por e-mail (conselhotutelarriobonito@yahoo.com.br) e através do número 125, o disque denúncia do CT, número gratuito, que foi implantado pelo governo federal com o objetivo de dar melhor acesso às pessoas que querem entrar em contato com a instituição.

O Conselho também está preparando um site, que segundo Alessandro, é mais uma ferramenta de acesso ao CT. Ele comentou também, que a instituição tem recebido investimentos da Prefeitura, e um carro novo, “suporte importante para visitas domiciliares e verificação das denúncias recebidas pelo Conselho”, deve ser comprado para o Conselho nos próximos dias.

Autopista Fluminense quer fechar 111 acessos à BR-101 que cortam Rio Bonito

Por Flávio Azevedo

Representando o prefeito José Luiz Antunes (DEM), o vice-prefeito Matheus Neto participou na manhã de ontem (sexta-feira, 13), na sede da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), de um encontro para discutir os fechamentos dos acessos à BR–101 pela Autopista Fluminense. Participaram da reunião, o coordenador geral da ANTT, unidade regional, João Honorato; o subsecretário estadual de Transportes, Delmo Pinho; o superintendente da Autopista Fluminense, Carlos Alberto Gallo; o chefe da 5ª delegacia da Polícia Rodoviária Federal de Rio Bonito, Carlos Renato Queiroz Pessoa; e o secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, Isaías Class.

O gerente de tráfego da Autopista Fluminense, Edmundo Régis Bittencourt, informou que em toda extensão do trecho da rodovia que está sob concessão (entre a Ponte Rio/Niterói e a divisa do Rio de Janeiro com o Espírito Santo), cerca de 1,5 mil acessos deverão ser fechados pela concessionária. “Desse número, 111 estão em Rio Bonito, e cerca de 30 deles são extremamente perigosos, porque influenciam diretamente na segurança dos usuários”, disse Bittencourt, que apresentou um vídeo, mostrando veículos atravessando a rodovia do bairro Parque das Acácias para o Parque Indiano, e também no sentido contrário.

No fim da reunião, que durou cerca de uma hora, o coordenador João Honorato definiu que a Autopista Fluminense deverá apresentar à Prefeitura, na próxima sexta-feira (19), um relatório dos acessos que serão fechados, do Rio Tanguá até a entrada da RJ–124 (Via Lagos) e as soluções propostas. Ficou determinado também, que no dia 10 de dezembro o município devolverá o relatório com uma contraproposta para o que for apresentado pela concessionária. “No dia 17 de dezembro, aqui na sede da ANTT, às 10h, haverá um encontro final para definirmos as duas propostas para chegarmos a uma definição”, definiu Honorato.

A reunião

Ao abrir a reunião, o coordenador João Honorato deixou claro que como a BR-101 é uma rodovia federal, “o município não tem nenhuma gerência sobre ela, e a ANTT pode fechar qualquer acesso que achar importante para promover a segurança da via. Mas como estamos falando de transformações que irão influenciar a vida da população que está às margens da rodovia, nós decidimos dialogar com o município e mediar o impasse que se formou entre a Prefeitura e Autopista Fluminense”.

O vice-prefeito Matheus Neto disse que a Prefeitura reconhece que alguns pontos precisam ser fechados, mas ressaltou que fechar a principal entrada do Parque das Acácias sem dar outra opção aos moradores foi uma atitude arbitrária da Autopista Fluminense. “Um levantamento apontou que cerca de 6 mil pessoas moram ali, mas elas estão divididas. A escola está de um lado, a creche está do outro, o posto de saúde está de um lado, o núcleo de atendimento social está do outro”, ponderou.
“Nós não recebemos nenhum tipo de informação prévia desses fechamentos, ou seja, a autoridade municipal foi completamente ignorada pela concessionária. Nós não pudemos discutir os impactos que isso vai causar para a comunidade e também para o desenvolvimento do município; A principal área atingida é o Condomínio Industrial, que nos últimos anos recebeu R$ 20 milhões em investimentos”, continuou o vice-prefeito.

O tempo de resposta de ações mais simples, que dão satisfação à comunidade que foi prejudicada com o fechamento, também foi criticado por Matheus. “Já se passaram cerca de 40 dias desde a última reunião, e até agora nada foi feito!”, criticou. O vice-prefeito sugeriu que todos os acessos que deverão ser fechados sejam apresentados ao município, para que juntos, concessionária e Prefeitura, possam discutir os pontos e analisar as melhores alternativas para cada caso.
– Vou dar um exemplo: o acesso a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) já provocou uma manifestação popular dos moradores do Loteamento Schueller, porque as soluções apontadas para melhorar o acesso àquela localidade não foram realizadas. O que o município pede é que a Autopista nos informe os acessos que serão fechados para discutirmos juntos os impactos da ação – disse Matheus, afirmando que entende a participação de cada personagem na reunião, “mas nós estamos defendendo os interesses do município”.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Projeto Ichitus é apresentado na Faetec de Niterói

Por Flávio Azevedo

Um programa de combate as drogas, que tem o objetivo de conscientizar crianças e adolescentes, sobre o perigo do uso de substâncias lícitas e ilícitas, foi o tema da palestra realizada pelo ativista Carlos Henrique Manhães Teixeira, o Henrique Suerinho, coordenador do projeto Ichitus Missão Urbana. A apresentação aconteceu na Escola Técnica Estadual Henrique Lage, da FAETEC, Campus do Barreto, em Niterói, onde Suerinho estudou na sua infância. A palestra aconteceu no dia 21 de setembro. Cerca de 300 adolescentes, durante 1h ouviram atentamente as orientações.

De acordo com Suerinho, que atua em parceira com o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), as palestras também estão sendo realizadas nas escolas de Rio Bonito. Ele afirma que a receptividade dos alunos e professores é excelente. “Durante a palestra, nós distribuímos exemplares da revista em quadrinhos, de minha autoria (Kaique e a turma da pesada em: Xô drogas), que é uma ferramenta importante para que o plano de prevenção primária – o trabalho com crianças e adolescentes – alcance os objetivos pretendidos pelo programa”.
O projeto Ichitus Missão Urbana tem parceiros como a 35ª Subseção da OAB (Rio Bonito, Tanguá e Silva Jardim), a União de Pastores de Rio Bonito (Unipas) e a banda XicoChico.

Na última quarta-feira (10), Suerinho visitou as Escolas Municipais, Alzemiro Pereira Luz, em Cachoeira dos Bagres, e Raulbino Mesquita, no Parque Indiano. De acordo com ele, cerca de 200 crianças participaram ativamente das palestras.
– A dinâmica foi muito boa, as crianças estão conscientes dos malefícios das drogas, porque os pais e as escolas estão abordando o assunto com seriedade, o que é importante nessa luta – frisou Suerinho, que no mês de outubro também visitou a Escola Estadual Antonio Lopes Campos Filho, do Basílio, onde 120 adolescentes ouviram a palestra.

No próximo dia 26, o ativista estará em Rocha Leão, 2º Distrito de Rio das Ostras, onde vai palestrar e apresentar o projeto Ichitus Missão Urbana, para jovens, adolescentes, crianças e adultos, no Núcleo da Secretaria Municipal de Ação Social da localidade. “O nosso objetivo é implantar o projeto em Rio das Ostras, em outros municípios vizinhos e fechar parcerias com o poder público, entidades, empresários e a sociedade civil organizada, porque a participação da sociedade nesses programas pode mudar essa triste realidade do país, hoje”, concluiu.

Flamenguinho é campeão invicto em Tanguá

Por Flávio Azevedo

O tradicional campo do Só Cana ficou pequeno para abrigar a multidão que compareceu no último domingo (7) para acompanhar a final do Campeonato Tanguaense de Futebol Amador, que foi decidida por Flamenguinho, da localidade de Muriqui, e Ponte Preta, do bairro de Duques, em Tanguá.

Com gols de Ruan e Vinícius, duas vezes, o Flamenguinho se sagrou de forma invicta, campeão da competição, que foi organizada pela Liga Tanguaense de Desportos (LTD) e contou com o apoio da Prefeitura do município.

O Flamenguinho começou o jogo com autoridade e fez 2x0. Ainda no primeiro tempo, Éder, da Ponte Preta, desperdiçou uma cobrança de pênalti que poderia ter sido decisiva para as pretensões de reação da equipe, que até conseguiu marcar, já no segundo tempo, através de Ruan, mas logo em seguida levou o terceiro gol.
Além de não apresentar uma equipe desorganizada, a Ponte Preta não teve poder de reação, frente a um adversário mais bem postado em campo e que nos contra ataques levava muito perigo ao gol da Ponte Preta.

O Flamenguinho foi campeão com Paulo Vitor, Jessiel (Dinho), André, Cristiano e Zé Carlos; Alessandro, Robinho, Marcelo (Batista) e Ruan; Vinícius (Renato) e Wellington (Deco). Treinador: Antonio Carlos Gomes.

Já a vice Ponte Preta formou com Joninha, Nem, Quiquinho, Vaguinho, Felipe (Nei); Denis, Zaqueu (Luiz), Verlande (Eder Oliveira) e Eder; Júnior (Ruan) e Tietê. Treinador: Adailton.

A arbitragem foi de José Henrique ‘Ruck’, que atuou auxiliado por Renato Melo e Adalto Jesus. O quarto árbitro foi Paulo Henrique Lemos.

O atacante Wellington agradeceu o apoio da torcida, destacou a união da equipe do Flamenguinho, comemorou a campanha invicta da equipe e fez uma dedicatória: “essa vitória é para o senhor Jesus, porque a final aconteceu num clima de paz e tranquilidade, graças a Deus”. Já o artilheiro da partida, o atacante Vinícius, comentou que “Muriqui está em festa e o torcedor merece essa vitória. Agora, nós vamos comemorar”.

sábado, 6 de novembro de 2010

Eleição para a presidência da Alerj nas mãos de Sérgio Cabral


A disputa pela presidência da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) está nas mãos do governador Sérgio Cabral. A eleição só ocorre dia 2 de fevereiro, quando os deputados, eleitos em 3 de outubro, tomam posse, mas o governador, segundo parlamentares experientes, é o principal cabo eleitoral. “O favorito sempre é o candidato do governador”, afirma um político com vários mandatos na Alerj.

Cientes da influência, os três candidatos a presidente — Domingos Brazão, Edson Albertassi e Paulo Melo, todos do PMDB — tentam atrair o ‘voto’ de Cabral. Melo, líder do governo, é apontado como o preferido do governador, mas Brazão e Albertassi esperam mostrar a Cabral, até fevereiro, que são a melhor opção.

Apesar de estar voltado para as articulações do futuro ministério da presidenta eleita Dilma Rousseff — ele quer indicar dois nomes —, o governador já está se mexendo para influir na disputa na Alerj. Recentemente, conforme noticiou o ‘Informe do Dia’, Cabral sondou Brazão sobre a possibilidade de ele retirar a candidatura, mas ouviu do deputado que ela estava mantida.

Amanhã, o governador almoça com os seis deputados eleitos do PT. Segundo Carlos Minc, a bancada petista “vai votar em bloco”. Minc disse que o PT quer participar da mesa diretora e de comissões importantes da Alerj, mas não reivindica a presidência. “Cabe ao PMDB, que é a maior bancada”, disse ele.

Além do PT, segundo integrantes da base aliada de Cabral, o governador também vai conversar com o PDT, segunda maior bancada, com 11 deputados. Os pedetistas querem a secretaria-geral da Alerj para Wagner Montes. Ele disse que já conversou com Cabral e que a maioria do PDT deve votar unida.

Ao atrair PT e PDT, Cabral quer contrabalançar a divisão de seu partido, o PMDB, e evitar surpresas com uma suposta candidatura de oposição. Apesar de ter maior bancada, o PMDB perdeu espaço na Alerj, ao reduzir o número de deputados de 19 para 12.

PAULO MELO – Foi reeleito para o sexto mandato consecutivo. É líder do governo e presidente da Comissão de Constituição e Justiça e do Conselho de Ética da Assembleia Legislativa. Presidiu várias CPIS, como a do Propinoduto, que apurou corrupção de fiscais de renda.

DOMINGOS BRAZÃO – Empresário e ex-vereador do Rio. Eleito para o quarto mandato seguido. Em duas oportunidades, se apresentou como candidato à corrida pela presidência da Assembleia Legislativa, mas se retirou da disputa.

EDSON ALBERTASSI – Vai para o quarto mandato seguido. Antes, foi vereador em Volta Redonda. Preside, desde o governo Anthony Garotinho, a Comissão de Orçamento da Alerj. Foi relator dos processos de cassação de deputados no caso das fraudes do auxílio-educação.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Colégio Cenecista é campeão do Handebol nos JERB

Por Flávio Azevedo

O Colégio Cenecista Monsenhor Antonio de Souza Genss foi o grande vencedor da etapa de Handebol dos Jogos Estudantis de Rio Bonito. Os jogos aconteceram no dia 30 de outubro, no ginásio Antonio Figueiredo, no Rio Bonito Atlético Clube (RBAC). O campeão contou com os jogadores Allan, Luis Felipe, Pedro Augusto, Pedro Menezes, Bernardo, Daniel, Leonardo, Felipe Costa, Vitor, Rafael, Gabriel, Matheus, Eduardo e Álvaro. Eles foram orientados pelo professor Luis Gustavo Machado (Popó).

A vice-campeã foi o Colégio Atitude. A equipe do professor Célio Miranda contou com os seguintes jogadores: Allan, Thiago, Bruno, Gabriel, Matheus, Gilberto, Rafael, José, Vinicius, Weyler e Lucas.

Em terceiro lugar ficou o Colégio Municipal Raulbino Pereira Mesquita, do Parque Indiano, no 3º Distrito. Os atletas Ederson, Ronan, Marcos, Caio, Marcos Nunes, Mike, Sanderson, Ailton, Patrick, Hugo, Maicon, José Clovis, Matheus e Jean, foram orientados pelo professor Ciraldo Júnior.

Monsenhor Gens também vence a categoria feminina

No último sábado (6) aconteceu a etapa do handebol feminino. As partidas foram realizadas no Ginásio Antônio Figueiredo, no Rio Bonito Atlético Clube (RBAC). Na primeira colocação ficou o Colégio Cenecista Monsenhor Antonio de Souza Gens, que contou com as atletas Maria Paula Cavalcanti, Anna Luiza, Thaís Mozer, Beatriz Borges, Barbara Fonseca, Maria Paula Sena, Letícia Valente, Cintia Lobo, Ana Beatriz, Bruna Gazorla, Juliana Bigeti e Ariane Félix. Elas foram orientadas pelo professor Luis Gustavo Machado (Popó).

A escola vice-campeã foi o Colégio Estadual Professor Dyrceu Rodrigues da Costa. A equipe dos professores Christina Lorenzi e Luis Gustavo Machado (Popó) contou com as seguintes jogadoras: Dayane Rodrigues, Micaela Souza, Andreza Conceição, Aubrey Paloma, Caroline Santos, Jussara Silvano, Sávia Luz, Jéssica Moraes, Lorena Moreira, Mariane Conceição.

Em terceiro lugar ficou o Centro Educacional Criar. As atletas Tainá Silveira, Juliana Alves, Lívia Miranda, Bruna Pestana, Mariana Vieira, Lara Corrêa, Luma Araújo e Ana Beatriz Souza, foram treinadas pelo professor Humberto Corrêa.

Escola Criar é a campeã da etapa de Natação do JERB

Por Flávio Azevedo

Com 55 pontos na modalidade feminina e 34 pontos na masculina, a Escola Criar é a grande campeã da modalidade de Natação, dos Jogos Estudantis de Rio Bonito 2010. A etapa foi disputada no último dia 29 (sexta-feira), na piscina do Esporte Clube Fluminense.
Na modalidade feminina, a vice-campeã foi o Colégio Rio Bonito, que conquistou 18 pontos. Já na modalidade masculina, o vice-campeonato ficou com o Colégio Estadual Desembargador José Augusto Coelho da Rocha Junior (Colégio Bela Vista), que conquistou 31 pontos. Na terceira colocação, com 13 pontos, aparece o Colégio Rio Bonito.


Resultados Masculinos

Prova: 25m LIVRE

COLÉGIO ALUNO/ATLETA TEMPO CLASSIFICAÇÃO
Desembargador Caio Alves 14’’48 1º Lugar
Criar Ari Azevedo 16’’25 2º Lugar
Desembargador Caio Passareli 16’’68 3º Lugar

Prova: 25m PEITO

COLÉGIO ALUNO/ATLETA TEMPO CLASSIFICAÇÃO
Criar Ari Azevedo 21’’27 1º Lugar
C. Rio Bonito Silvio Monerat 22’’90 2º Lugar
Desembargador Caio Passareli 23’’64 3º Lugar

Prova: Revezamento 4x25m LIVRE

COLÉGIO ALUNO/ATLETA TEMPO CLASSIFICAÇÃO
Criar Ari, Guilherme, Yan e Yago 1’07’’49 1º Lugar
Desembargador Caio, Caio Alves, Matheus e Gabriel 1’08’’46 2º Lugar
Colégio Rio Bonito Filipe, Caíque, Silvio e Lucas 1’09’’69 3º Lugar

Resultados Femininos

Prova: 25m LIVRE

COLÉGIO ALUNO/ATLETA TEMPO CLASSIFICAÇÃO
Criar Lívia Miranda 17’’03 1º Lugar
Criar Lara Corrêa 17’’30 2º Lugar
Colégio Rio Bonito Bianca Demier 17’’99 3º Lugar

Prova: 25m PEITO

COLÉGIO ALUNO/ATLETA TEMPO CLASSIFICAÇÃO
Criar Lívia Miranda 23’’36 1º Lugar
Criar Lara Corrêa 24’’63 2º Lugar
Colégio Rio Bonito Bianca Demier 28’’00 3º Lugar

Prova: Revezamento 4x25m LIVRE

COLÉGIO ALUNO/ATLETA TEMPO CLASSIFICAÇÃO
Criar Lívia, Lara, Bruna e Bruna Azevedo 1’11’’26 1º Lugar
Rio Bonito Andressa, Bianca, Lívia e Rafaela 1’018’’37 2º Lugar

Segundo turno foi tranquilo em Rio Bonito

Por Flávio Azevedo

“As eleições ocorreram sem sobressaltos e num clima de muita tranquilidade. Não houve nenhuma ocorrência e nós remetemos as informações do nosso município rapidamente para o Tribunal Regional Eleitoral (TRE)”, disse o juiz eleitoral de Rio Bonito, Marcelo Chaves Espíndola, depois das eleições do último domingo (31), quando a ex-ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT) foi eleita presidente da República com 55.752.529 (56,05%). Já o ex-governador de São Paulo, José Serra (PSDB), foi o preferido de 43.711.388 (43,95%) brasileiros.
Em todo o país, 135.804.433 eleitores estavam aptos a votar, mas apenas 106.606.214 (78,50%) compareceram as urnas. O índice de abstenção foi de 21,50% (29.197.152 eleitores). A Justiça eleitoral também contabilizou 2.452.597 (2,30%) votos brancos e 4.689.428 (4,40%) anulados.

Segundo informações do juiz Marcelo Espindola (foto), de Rio Bonito, das 117 urnas espalhadas pelo município, apenas duas apresentaram problemas. Na sessão 81, na Bela Vista, e na sessão 114, no Boqueirão, as máquinas apresentaram problemas técnicos no início do dia. “O problema foi detectado, as urnas foram trocadas rapidamente e no restante do dia nenhum outro problema aconteceu”, informou o juiz.
Em Rio Bonito, num universo de 42.873 eleitores, apenas 33.715 (78,64%) deles compareceram às urnas, porém, apenas 30.455 (90,33%) votos foram válidos, sendo 1.222 (3,62%) brancos e 2.038 nulos (6,04%). Do total de votantes riobonitenses que estavam aptos a participar das eleições, 9.158 (21,36%) decidiram pela abstenção.
Em Rio Bonito, o candidato derrotado José Serra (PSDB) foi o vencedor com 15.454 votos. Já a candidata eleita, Dilma Rousseff, obteve 15.001 votos.

Sessenta para justificar
O eleitor que não votou no segundo turno tem até o dia 31 de dezembro para justificar a ausência no pleito. O prazo de 60 dias é contado a partir da data de cada turno. Assim, o prazo para quem deixou de votar no primeiro turno (3 de outubro) é até 3 de dezembro.
Quem não se justificar perante a Justiça Eleitoral, não poderá, por exemplo, obter passaporte ou carteira de identidade, inscrever-se em concurso ou prova para cargo ou função pública, além de ficar impedido de renovar matrícula em estabelecimento de ensino oficial ou fiscalizado pelo governo.
Quem não votar em três eleições consecutivas, não justificar sua ausência e não quitar a multa devida terá o Título Eleitoral cancelada e, após seis anos, ele será excluído do cadastro de eleitores. A regra não se aplica aos eleitores cujo voto seja facultativo (analfabetos, maiores de 16 e menores de 18 anos, e maiores de 70 anos) e aos portadores de deficiência física ou mental.
O requerimento de justificação deverá ser dirigido ao juiz da zona eleitoral onde o eleitor é inscrito, pessoalmente ou pelos Correios.

Opiniões divididas

A diferença mínima de votos entre José Serra e Dilma Rousseff mostra quanto o eleitorado riobonitense ficou dividido. A confirmação da vitória petista aconteceu por volta das 20h, quando a nossa reportagem foi às ruas saber a opinião dos eleitores. Se o resultado não surpreendeu os entrevistados, a velocidades da apuração impressionou os entrevistados.

Sem revelar o voto, o operador de caixa João Carlos Pereira, 28 anos, morador do Basílio, criticou a postura dos candidatos e seus correligionários durante o período eleitoral. “Já sabe quem ganhou? Legal, mas nenhuma proposta me agradou! Ainda bem que acabou. Falaram tanta maluquice durante o período eleitoral, que eu pensei que nós nem conseguiríamos votar! Que nas próximas eleições, os religiosos lembrem que Deus não tem partido!”.
Já a doméstica, Mariana Gonçalves, 33 anos, moradora do Centro, destacou a chegada de uma mulher a presidência. “Por motivos que eu não gostaria de comentar, o meu voto foi para José Serra, mas eu espero que a candidata eleita represente bem as mulheres. Eu acho que ela está ocupando o cargo mais importante do Brasil, então não pode fazer feio, porque se não vão dizer os aconteceram porque ela é mulher”, comentou.
Já o auxiliar de serviços gerais, Vicente Martins, 39 anos, morador do Bosque Clube, estava satisfeito com a vitória da candida petista. “Você já sabe quem ganhou? Ainda bem que o governo de Lula vai continuar. Toda minha familia votou na Dilma, por causa do Lula! Depois dele, nós que somos pobres passamos a ser tratados com mais amor. Coisas boas para o pobre, como essa UPA, isso a gente só via pela televisão, mas agora tem em Rio Bonito”, avaliou.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Mais cinco medalhas para o Taekwon-Do ITF de Rio Bonito

Por Flávio Azevedo

Mais uma vez a tradicional equipe riobonitense de Taekwon-Do ITF alcançou resultados expressivos numa competição internacional. Desta vez foram conquistadas cinco medalhas no IX Campeonato Open Amizade Internacional, realizado em Búzios, no último dia 30 de outubro. A competição aconteceu no Ginásio Poliesportivo Jardim Esperança. Os atletas que competiram são alunos do Centro Brasileiro de Taekwon-Do ITF Tradicional de Rio Bonito, coordenado pelo professor Marcelo Mollica.

Mais uma vez se destacaram os atletas Rodrigo Souza, de 16 anos, faixa preta, que conquistou a medalha de ouro em luta; e Natã Pinto, de 11 anos, faixa ponta amarela, que ganhou duas medalhas, sendo uma de prata e outra de ouro. Também trouxeram medalhas os lutadores Lucas Marins, de 17 anos, faixa preta ponta amarela, que ganhou medalha de prata; e Bruno Sales, de 23 anos, faixa vermelha, que conquistou uma medalha de bronze.

Cerca de 350 atletas do Brasil, da Argentina e do Chile participaram da competição.

Um vencedor

Aos 16 anos, o riobonitense Rodrigo Souza, é o filho caçula de uma família de três irmãos (Bruno, de 26 anos; Tiago, de 21; e Rodrigo, 16), que são filhos de Célia Maria de Oliveira Souza e Alédio Santos Souza. Morador da Vertente, no 2º Distrito, o atleta pratica o Taekwon-Do ITF há cerca de seis anos.

A medalha que conquistou no IX Campeonato Open Amizade Internacional foi a 20ª da carreira, sendo 10 delas de ouro, sete de prata e três de bronze. Apesar do número significativo de conquistas, Rodrigo disputou apenas 11 competições.

De acordo com Rodrigo, que vive um momento especial na carreira, ele está concentrado para disputar o 17º Campeonato Mundial de Taekwon-Do ITF que será realizado em março, na Nova Zelândia. “Além de estar treinando forte, eu estou em busca de patrocínio. Já fiz os cálculos e terei uma despesa de R$ 6 mil, com inscrição, passagem, alimentação e hospedagem. Em janeiro eu já preciso estar com esse dinheiro, para fazer o passaporte, que é preciso ser preparado com antecedência”.

A medalha de ouro conquistada no IX Campeonato Open Amizade Internacional empolgou o lutador, porque a sua vitória foi contra um argentino que é o número três do ranking mundial. “Na primeira luta enfrentei um atleta paulista, na segunda, outro lutador de São Paulo, inclusive, mais pesado do que eu, mas como era um atleta que eu já conhecia consegui vencer”, contou Rodrigo, que decidiu a luta final no primeiro round.

Demonstrando humildade, o vitorioso atleta riobonitense comentou que logo no início da luta teve sorte, por ter acertado o rosto do oponente. “Esse golpe que eu consegui encaixar me deu pontos suficientes para administrar a luta até o fim. Na verdade, eu acho que as duas primeiras lutas foram mais difíceis”, analisa Rodrigo, que é o professor do núcleo de Taekwon-Do, do Boqueirão, que funciona as terças e quintas-feiras, sempre às 19h30min.
– Para chegar bem preparado no Campeonato Mundial, representar bem o Taekwon-Do de Rio Bonito e trazer medalhas, eu estou treinando forte de segunda a quinta-feira, mas já estou intensificando os treinamentos, inclusive, nos fins de semana, porque além do Mundial, em 2011 nós teremos os Campeonatos, Brasileiro e Carioca – disse.

A ‘companheira Estela’

Por Flávio Azevedo

Escolhida pelo presidente Lula como a sua herdeira política, Dilma Rousseff (PT) contrariou as expectativas machistas, preconceituosas e direitistas e se tornou a primeira mulher, depois da proclamação da República, a governar o Brasil. Aos 62 anos, a mineira de Belo Horizonte/MG percorreu muitos caminhos na política. De guerrilheira e integrante de movimentos revolucionários de combate ao Regime Militar, até alcaçar a presidência da República, o caminho foi longo.

Em abril de 2008, quando o nome de Dilma Passou a ser comentado para suceder o presidente Lula, nós escrevemos sobre ela aqui neste espaço. Destacamos que ela era desconhecida apenas de quem não acompanha a vida política do país. Aliás, é inadmissível que uma pessoa que chefiou o Ministério de Minas e Energia e a Casa Civil não seja conhecida. Essa verdade é a prova daquilo que falamos já há algum tempo neste espaço: a maior parte dos brasileiros são alienados, despolitizados e despreocupado com os rumos do país.

Embora alguns achem essa Dilma forjada pelos marqueteiros mais simpática – precisamos acabar com essa bobagem de valorizar político simpático, porque a real virtude do político é competência e honestidade – eu, particularmente, preferia a ministra de semblante sério, porte altivo e fala firme que gerenciou os mistérios do governo Lula.

Aliás, por conta desse perfil firme, Dilma Rousseff recebeu o apelido de durona, mandona e chata, que são qualidades importantes para quem está no comando. Há quem diga que a presidenta eleita seria rigorosa com horários, perfeccionista no que faz e sôfrega por cumprir tarefas. Atributos que, certamente, colaboraram para que ela fosse escolhida para dar continuidade ao governo petista.

Se a presidenta eleita não é popular, menos conhecida ainda é a ‘companheira Estela’, um dos codinomes da guerrilheira Dilma Vana Rousseff Linhares, que nasceu em 14 de dezembro de 1947, estudou em colégio de freiras e casou duas vezes. O primeiro marido, o jornalista mineiro Cláudio Galeno de Magalhães Linhares, levou a jovem Dilma, com apenas 20 anos, para a luta política. O segundo casamento foi com o, também ex-guerrilheiro, Carlos Franklin Paixão de Araújo, pai da única filha da ministra, Paula, que é juíza do Trabalho em Porto Alegre.

O livro “A Ditadura Escancarada”, do jornalista Élio Gaspari, conta que a companheira Estela foi responsável por uma série de ações de guerrilha durante a ditadura militar. Ela teria ajudado a elaborar três assaltos a bancos e também a carros oficiais que transportavam armas. Um desses veículos teria sido uma Kombi carregada de fuzis. O fato ocorreu em Osasco/SP.

A incursão mais bem sucedida, porém, foi o roubo do cofre de Adhemar de Barros, ex-governador de São Paulo. O episódio aconteceu em 18 de julho de 1969. O cofre ficava escondido na casa do irmão de Ana Capriglioni, amante de Adhemar. A residência ficava situada em Santa Tereza, no Rio de Janeiro. Segundo o relato, 13 guerrilheiros teriam participado da operação, que durou cerca de meia hora. O cofre, que pesava cerca de 300 quilos, conteria US$ 2,5 milhões e documentos. Dilma nunca confirmou participação nessas ações.

Os guerrilheiros eram membros de uma organização marxista chamada de Vanguarda Armada Revolucionária-Palmares (VAR-Palmares). Esse grupo nasceu de uma fusão entre a Vanguarda Revolucionária, de Carlos Lamarca e o grupo Comando de Libertação Nacional (Colina), que tinha a liderança da jovem Dilma Rousseff. Ela não participava das incursões, para não correr o risco de ser presa, já que era a mente que arquitetava as ações.

Mas em janeiro de 1970, Dilma Rousseff, aos 22 anos, foi presa em São Paulo, pela Operação Bandeirantes (Oban). Ela ficou detida no Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), local onde os inimigos da ditadura desapareciam e/ou eram ‘SUICIDADOS’, como aconteceu com o jornalista Wladimir Herzog. A própria Dilma conta o que aconteceu durante os dias em que esteve em poder dos militares. “Levei muita palmatória, me botaram no pau-de-arara, me deram muito choque. Tive hemorragia, mas agüentei e não disse nem onde morava”.

Ela comentou esse fato durante a sua participação numa Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado Federal, em 2008. A narrativa emocionada foi uma resposta que Dilma deu a um dos muitos, como diria Leonel Brizola, filhotes da Ditadura, o senador José Agripino Maia (DEM), tradicional ‘coronel’ do Rio Grande do Norte.

Como outros aproveitadores daquela região do Brasil, este senhor alcançou fortuna lustrando a botina dos militares durante os anos de chumbo. À época, ele e os seus comparsas políticos não tinham tempo de verificar as atrocidades cometidas contra aqueles que lutavam contra a ditadura militar, por estarem ocupados explorando os seus conterrâneos que sofriam com fenômenos como a seca, a desnutrição, a miséria, a falta de Educação etc.

Essa realidade motivou o êxodo dos nordestinos para o eixo Rio/São Paulo, metrópoles que 40 anos depois enfrentam problemas sociais sérios como violência, alienação, infantilidade, falta de oportunidades, educação precária e o mal do século: a passividade.