terça-feira, 31 de agosto de 2010

O Brasil é uma piada?


As piadas de péssimo gosto feitas no exterior sobre o Brasil me deixam indignados. Contudo, o brasilianista (estudioso de assuntos relacionados ao Brasil) Joseph Page, afirma que “ser alvo de piadas nos outros países significa que o país é conhecido e tem relevância global. Independentemente do que pensam os brasilianistas, eu acredito que todo brasileiro que tenha um mínimo de carinho pela sua pátria, não fica satisfeito quando vê a nação ser motivo de pilhéria mundo a fora.

No último mês de julho, quem fez uma dessas piadas foi o ator Sylvester Stallone. Vale lembrar que o ator filmou em 2009, no Brasil, o filme “Os Mercenários”. Stallone teria dito que você pode explodir o país inteiro e eles (os brasileiros) dirão “obrigado, e aqui está um macaco para você levar para casa!”.

O suposto comentário do ator, que no Brasil é idolatrado por ter interpretado personagens como “Rambo” e “Rocky Balboa” – todos eles sucesso de bilheteria, de locação e de audiência, quando passaram pela primeira vez na TV aberta – repercutiu mal. No Twitter, rede social da internet, a frase “Cala boca Stallone” foi uma das mais repetidas no mundo.

No dia seguinte, através da assessoria de imprensa do filme “Os Mercenários”, o ator se desculpou. “Eu sinceramente peço desculpas ao povo brasileiro. Todas as minhas experiências no Brasil foram fantásticas e eu recomendei para todos meus amigos que filmassem lá. Ontem, eu tentei fazer humor, mas fui infeliz. Tudo que eu sinto, pelo grande país que é o Brasil, é muito respeito. Novamente, peço desculpas!”.

Outro ‘hollywoodiano’ que fez um comentário jocoso sobre o Brasil foi o ator Robin Willians, em dezembro do ano passado. Durante uma entrevista sobre a cidade de Chicago ser derrotada pelo Rio de Janeiro na luta para sediar as Olimpíadas de 2016, o ator teria dito: “Chicago enviou a Oprah e a Michelle. O Brasil mandou 50 strippers e meio quilo de pó. Não foi uma competição justa”.

Um episódio dos “Simpsons” – desenho animado que falando bem ou mal do Brasil é de péssimo gosto – também ridicularizou o país. O nome da história era “O feitiço de Lisa”. Com a intenção de ajudar um órfão chamado Ronaldo (nome de um famoso brasileiro. Seria coincidência?), Lisa manda dinheiro para ele no Rio de janeiro. Na trama, o garoto desaparece, e a família decide vir ao Brasil procurá-lo. Ao chegar, os Simpsons descobrem que a cidade um perigo. Têm macacos andando nas ruas e a criminalidade é grande, ao ponto de Homer ser sequestrado por um taxista. Na ocasião, a Fox, produtora do desenho, pediu desculpas ao Rio.

Um episódio recente do seriado americano “Law and Order" (Lei e Ordem), mostra uma empresa multinacional que tinha a promessa de um contrato para fazer a segurança dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro tentando corromper uma integrante do Comitê Internacional da Bélgica, para votar no Rio e garantir o negócio. O comitê organizador da candidatura do Rio aos Jogos Olímpicos de 2016 repudiou a história, e classificou o filme como “irresponsável e leviano”.

Tem ainda o longa “Turistas”, filmado em 2006, que podemos chamar de ridículo, porque o Brasil é retratado como um lugar perigoso. No filme, um grupo de turistas norte-americanos, que chega ao Brasil pensando apenas em sexo e drogas – eles até conseguem – é sequestrado, apanha, sofre tortura e acabam levados para uma clínica clandestina, onde têm os seus órgãos arrancados para transplante.

É desagradável ver tanto má vontade com a minha terra! Mas, por que será que o estrangeiro continua enxergando o Brasil como a tripulação de Pedro Álvares Cabral? Eu não sei se o amigo eleitor está lembrado, mas a carta à corte portuguesa, que detalhava a terra recém-descoberta descreve os ameríndios como exóticos. O problema é que em pleno século XXI, continuamos sendo olhados dessa forma.

Alguns estrangeiros pensam que em nossas cidades os macacos andam soltos pelas ruas, e que as brasileiras, como as índias encontradas aqui em 1500, andam desnudas de um lado para outro. E, pior, alguns acreditam que elas estão à espera dos turistas, para em troca dos dólares lhes oferecerem os prazeres da carne.

Talvez essa visão seja culpa nossa, porque, depois dos jogadores de futebol, o produto brasileiro mais procurado é o Carnaval, onde, infelizmente, algumas brasileiras comercializam a beleza de seus corpos sem nenhum pudor. Além disso, as notícias de brasileiros envolvidos em escândalos, simplesmente por não gostarem de trabalhar – por isso buscam o ganho fácil – certamente orientam, equivocadamente, o conceito dos estrangeiros sobre o Brasil e o seu povo.

É uma pena, mas eles deveriam conhecer os verdadeiros brasileiros! Aqueles que trabalham, correm atrás do pão de cada dia, batalham pela educação dos seus filhos e lutam por uma nação sem os parasitas que mostram, no exterior, uma imagem que não nos representa!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

A Saúde está abandonada!


Estamos mais gordos e sedentários. Abusamos do álcool... Temos comido menor quantidade de feijão, frutas, hortaliças, e o mais preocupante: estamos mais sujeitos à hipertensão e ao diabetes. Essa situação foi percebida pelo Ministério da Saúde, através de pesquisas que estão sendo realizadas desde 2006. Foram pesquisados 54 mil moradores de todas as capitais do país. Os resultados foram publicados no mês de junho pela revista Época, que comparou a estatística de 2006 com a de 2009.

A Vigitel, o nome da pesquisa, não traduz o que acontece em todos os cantos do país, mas dá uma ideia do comportamento daqueles que vivem nas capitais. O trabalho é baseado na metodologia adotada pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos. A pesquisa, uma ferramenta que monitora os fatores de risco de doenças crônicas, orienta a máquina governamental sobre os gastos com remédios no futuro e tem sinalizado que a coisa está feia na área da Saúde!

Os dados mais alarmantes são os índices de sobrepeso e obesidade. Entre os entrevistados do sexo masculino, 51% têm excesso de peso (em 2006, eram 47%). Entre as mulheres, o índice é de 42% (em 2006, era de 38%). O Brasil se aproxima com rapidez de países como os Estados Unidos, onde 60% da população têm sobrepeso.

Entre as mulheres, o excesso de peso é mais evidente entre as pessoas de menor poder aquisitivo. Já nas regiões onde as pessoas têm menor escolaridade (zero a oito anos de estudo), 50% das mulheres têm sobrepeso. Na faixa mais culta (12 anos de estudo ou mais), o índice é de 31%. No sexo masculino a situação é diferente: a barriga independe da escolaridade. Tudo isso é fruto do que aconteceu nos últimos 30 anos, quando o Brasil viveu uma complicada transição nutricional. A nação saiu da desnutrição para o sobrepeso (pouco acima do normal) e a obesidade (bem acima do normal).

Um dado interessante: quando uma criança sofre de desnutrição ainda no útero e/ou nos primeiros anos de vida, é bastante provável que ela se torne obesa no futuro. Isso acontece porque o seu organismo se programou para sobreviver com pouco. Quando essa pessoa passa a ter maior oferta de alimento, ele vira excesso. Também contribui para o aumento do peso, o acesso aos alimentos baratos, engordativos e de baixo valor nutricional, como biscoitos, salgadinhos e o fast-food, um grande inimigo da vida saudável.

Outro dado preocupante é o baixo consumo de feijão, que apesar de ser rico em proteínas vegetais, ferro e outros nutrientes, por ter o preparo demorado, fez o brasileiro diminuir o seu consumo, que caiu de 71%, em 2006, para 65%, em 2009.
Entre as doenças provocadas pelos maus hábitos alimentares ou pela falta de exercícios, as campeãs são hipertensão e diabetes. Entre os entrevistados, 24% disseram ter recebido diagnóstico de hipertensão (em 2006, eram 21%). Já o diabetes foi mencionado por 5,8% dos entrevistados (em 2006, eram 5,2%). Não se sabe se elas estão mais frequentes, ou se a facilidade de acesso aos exames permitiu diagnosticar estas doenças com maior precisão.

O interessante é que para a maioria dos brasileiros, a Saúde deveria ser a prioridade número um do próximo presidente da República. Contudo, esses brasileiros não pensam assim na hora de modificar os seus hábitos de vida. Um exemplo é o consumo de bebidas alcoólicas. Para o Ministério da Saúde, o consumo de mais de cinco doses num único dia, para os homens, e quatro doses, para as mulheres, é abuso. No sexo masculino, o consumo de álcool cresceu de 25,5%, em 2006, para 28,8%, em 2009.

O elevado consumo de álcool se dá ao fato do hábito estar associado à celebração e ao lazer. Os brasileiros destroem o corpo e acham que os investimentos em Saúde, por parte do governo, são insuficientes. Aliás, uma pesquisa do Ibope ouviu de 63% dos entrevistados, que a prioridade número um do governo deveria ser a Saúde. Todos reclamam da Saúde, mas será que não deveríamos nos abster daquilo que causa doenças, provoca acidentes e consequentemente traz prejuízos à saúde?

A pesquisa mostra que nós não estamos fazendo a nossa parte. Aliás, viver os prazeres imediatos sem pensar nas consequências é humano, sobretudo quando se é jovem. Porém, como convencer quem tem 20 anos, e se sente invulnerável, que ele terá de pagar no futuro, o preço das escolhas erradas do passado? Médicos e especialistas afirmam que por achar que hipertensão e diabetes são coisas de gente velha, os jovens continuam violentando a saúde. Contudo, uma triste realidade os espera: aqueles que ‘conseguirem’ envelhecer, fatalmente, chegarão a esta fase da vida doentes e dando prejuízos, à família e ao Estado.

Viu? A Saúde está abandonada!

A volta do mentiroso!


Gente... Eu quase não acreditei quando li a reportagem principal da edição 504, do jornal FOLHA da Terra, de Rio Bonito. Bem, eu não sei se entendi, mas parece que o prefeito José Luiz Antunes (DEM), outras vez, as turras com a Câmara de Vereadores, pode não inaugurar a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), porque os parlamentares não colocaram em pauta, uma mensagem que liberaria recursos para fazer a nova unidade de saúde funcionar. É isso?

Aliás, segundo a matéria, outras mensagens também estariam emperradas no Legislativo, entre elas, uma que viabilizaria a construção do segundo bloco, do Centro Administrativo. Também teríamos uma que liberaria recursos para as obras de urbanização das cerca de 90 casas que estão sendo construídas no Parque Andréa, e outra que, se aprovada, seria utilizada na sinalização vertical da área urbana da cidade.

Confesso que por um momento, como se fosse um filme, eu fiquei me lembrando de um fato ocorrido comigo em março de 2008. Acredito que muitos irão se lembrar! Mas se você esqueceu... Irei refrescar a sua memória. Na época, o então secretário de Obras e Serviços Públicos, Ronen Antunes, me disse, durante uma entrevista, publicada na edição 367 da FOLHA, que “o governo estava sendo pressionado por alguns vereadores”. Esses parlamentares não teriam critério, não faziam críticas construtivas e visavam, tão somente, jogar a opinião pública contra o governo.

O secretário disso, inclusive, que a cidade não poderia ser prejudicada pelo que classificou como “jogo de poder”. Ronen Antunes também criticou as mudanças efetuadas no orçamento de 2008 e disse que “obras de vital importância não seriam realizadas”. Bairros como Jacuba, Mangueirinha, Parque Maravilha, Rua Monteiro Lobato e Green Valley, que dois anos depois continuam do mesmo jeito, eram “obras comprometidas”.

De acordo com a matéria assinada pelo colega Guilherme Duarte, na época, o então presidente da Câmara, vereador Carlos Cordeiro Neto, o Caneco (PR), disse que as acusações do secretário não tinham fundamento. Outros parlamentares, como Marcus Botelho, e os ex-vereadores, Jorge Brandão e Reginaldo Dutra, o Reis, repudiaram as declarações. Porém, o ex-vereador Marcos Braga foi o mais incisivo: “Quem é Ronen? Qual é a sua carreira política? Ele está ali porque é sobrinho do prefeito. Acabou a farra das suplementações”, disparou.

Sendo assim, o presidente da Casa convocou o secretário a prestar esclarecimentos sobre as declarações. No dia 17 de abril de 2008, frente aos vereadores, que na presença do secretário, estranhamente, já não estavam tão indignados, Ronen disse que “nem tudo que está escrito no jornal eu falei”. Disse ainda, que eu (Flávio), havia sido infeliz na interpretação das suas palavras. Daí em diante, se seguiu uma cena grotesca, porque aqueles que na semana anterior vociferavam críticas contra o secretário, passaram a elogiá-lo. Alguns chegaram a dizer que ele era o melhor secretário do governo.

Na verdade, eu não sei como ainda tenho estômago para me recordar desse fato e da postura dos envolvidos, mas lembro que escrevi, na semana seguinte, no dia 26 de abril, um artigo, publicado aqui, neste mesmo espaço, com o seguinte título: “O MENTIROSO”! Por isso, esse texto de hoje, eu decidi chamá-lo de “A volta do mentiroso”, exatamente porque estou voltando ao assunto. Você já deve ter ouvido falar que a vingança é um prato que se come frio, eu também. Mas, sinceramente, não considero estas reflexões uma vingança, mas confesso que esperei 2 anos e 4 meses para conseguir subsídios, e voltar ao assunto.

Analise sobre dos políticos – Executivo e Legislativo –, a eles dedico o meu silêncio. Mas aos correligionários, puxa sacos, assessores e simpatizantes, que brigam, se descabelam, ficam de mal, discutem, se agridem e se xingam, por conta das diferenças políticas dos seus chefes...? Amigo, não faça isso! Não vale à pena! Depois eles estão almoçando juntos – já vimos isso em várias ocasiões –, e você é quem fica com cara de bobo. E, detalhe... Se você perguntar pelo escrúpulo, ele dirá que “não se pode guardar rancor”, que “política é assim mesmo”, e para fazer você ficar quieto e convencido, ele vai explicar que “tudo que você me ouviu dizer até aqui foi uma falha na comunicação”.

E não se esqueça, na política, aqueles que hoje, se odeiam, amanhã podem ser os melhores amigos. Mas, e as críticas, às vezes, ações na Justiça, entre outras coisas? Isso tudo dá lugar a cordialidade e as lisonjas. Alguns desses usuários de óleo de peroba chegam a classificar o ex-desafeto como o mais eficiente!
Isso, porém, também acontece com o povo, que já se acostumou a criticar até ganhar uma migalhinha. Ajeitada uma coisinha, quem era peste vira santo! E se perder a boquinha? Aí acontece o inverso: quem era santo vira o próprio Satã!

Pensemos nisso!

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Farra com o dinheiro público

Acompanhamos com revolta, náuseas e estarrecimento, a reportagem exibida pelo Fantástico, programa dominical da TV Globo, que mostra vereadores farreando com o dinheiro público. À custa do contribuinte, eles viajam para fazer supostos cursos de qualificação, que na prática, são apenas oportunidades para se divertir, passear e fazer compras.

E, detalhe... Às vezes, tudo isso acontece na companhia de esposa, filhos, apadrinhados e até da sogra. Os cursos, que teriam a função de capacitar os vereadores – função geralmente ocupada por indivíduos ignorantes quando o assunto é o funcionamento do parlamento e da administração municipal – também são utilizados como ferramenta para apropriação do dinheiro público.

Os passeios que o Fantástico mostrou são bons roteiros de férias, mas, infelizmente, eles estão distantes da realidade de 80% dos brasileiros, que para melhorar o minguado salário, geralmente vendem as suas férias ao patrão. Perguntado se teria ido a um curso ou a um passeio, pelo repórter Giovani Grizotti, o presidente da Câmara de Triunfo (RS) saiu correndo como um louco pelas ruas da cidade que visitava a passeio.

O legal desta reportagem do Fantástico é que ela não esculachou apenas os vereadores – sempre merecedores –, mas ela também mostrou que esses cursos picaretas são ferramentas eficientes na mágica de fazer o dinheiro público desaparecer. O problema é que em todo o Brasil existem empresas especializadas em cursos de qualificação para funcionários de prefeituras e câmaras municipais. Por ano, são pelo menos 150 seminários que recebem também secretários municipais, funcionários públicos e prefeitos.

Em alguns municípios, o vereador aumenta o magro salário, através destas 'cansativas' viagens. “A maioria das câmaras mandam dois ou três representantes em cada curso. Aí sobra um bom valor para o vereador”, explicou um assessor. A Câmara paga tudo! Se for de avião, até a passagem ela dá. O bom é que sobra um dinheirinho!”, diz a assessora paramentar Inajara Costa, que trabalha na equipe do presidente da Câmara Municipal de Estância Velha, também no Rio Grande do Sul.

Outro escândalo que mostra que esses cursos são pura armação é que apesar dos alunos irem embora antes do término do curso, ou nem aparecerem em sala de aula, todos recebem os certificados de conclusão. Aliás, a lista de presença, que serviria para controlar a frequência, é preenchida de uma só vez, ou, às vezes, antes do curso começar. Com o registro antecipado das presenças, os participantes mergulham nos passeios. Foi o que fez o bobalhão do vereador Geraldo Pereira (PMDB), do município de Tubarão (SC), que parecia estar de férias numa das praias do Recife. Detalhe, sem saber que estava sendo filmado, ele assumiu a bandalheira. “Eu não vou vir de tão longe pra fazer um curso de vereador. Eu vim passear! Vou cair fora!”.

Enquanto as aulas aconteciam no hotel, o vereador embarcou com a mulher, a filha e a assessora – que também deveria estar no curso – rumo a um dos destinos turísticos mais procurados do país: Porto de Galinhas. Aproveitou o dia para comer e beber. Penso que o termo “bandido” para classificar esse vereador é pouco, porque o patife teve a cara de pau de negar qualquer irregularidade. “O curso começa às 8h e vai até as 12h, à tarde. Você está vago durante o dia. Não dá para ficar parado no hotel”, justificou. O problema é que às 9h55min, o malandro estava chegando a Porto de Galinhas!

A reportagem mostrou também, que as viagens podem servir para manter viva a profissão mais antiga do mundo, a prostituição. Também é comum os episódios de superfaturamento. A coisa é tão escandalosa, que um vereador, falecido em 1995, foi diplomado, e esteve presente em todas as aulas. Também recebeu o diploma, o jogador de futebol paraguaio Roque Santa Cruz, artilheiro da seleção paraguaia e jogador do Manchester City, da Inglaterra. Além de ser um craque de fama internacional, o jogador é, agora, aluno do curso de elaboração e gestão de projetos, da empresa Sibram. O diploma foi comprado por R$ 300. O dono da empresa, Ivo Rêrs, participou pessoalmente da negociata.

Apesar da indignação do representante do Ministério Público, no fim da reportagem, eu me pergunto: “quem foi ou vai ser preso por conta disso?”. A resposta, amigo, é cínica e um tapa na cara do cidadão brasileiro: “como esses pilantras tem foro privilegiado, eles serão investigados com uma série de privilégios e no fim nada vai acontecer”. Aliás, em 2012, ano de eleições municipais, se você for ao município onde esses "bandidos" atuam como vereadores, nós vamos encontrá-los em campanha, animados, confiantes e ostentando um rótulo que já virou clichê: “FICHA LIMPA”.

A hipocrisia do NEPOTISMO!

Em todos os anos de eleições, o nepotismo é um dos principais assuntos a ser abordado pela mídia e pelas rodinhas de bate papo onde o tema é política. Mas o que é o nepotismo? É quando aquele que está no poder, na hora de contratar alguém para a função pública, valoriza mais o laço de parentesco do que o mérito e a formação técnica.

Sobre o assunto, especialistas afirmam que o nepotismo é uma prática que viola as garantias constitucionais da impessoalidade administrativa, na medida em que estabelece privilégios em função de relações de parentesco e desconsidera a capacidade técnica para o exercício do cargo público.

Eu, porém, sou da opinião que, sobre esse conceito, há controvérsias, porque alguns amigos são mais chegados que um irmão. Aliás, determinados irmãos são mais traiçoeiros que um inimigo.

Para quem não sabe, a palavra nepotismo deriva do termo “nepote”, que significa sobrinho ou favorecido do Papa. De acordo com a história, a prática do nepotismo é mais antiga do que nós imaginamos. O nepotismo surgiu na Idade Média, quando certos papas mantinham e favoreciam sobrinhos e outros parentes na administração eclesiástica. A palavra também pode ser definida como “favoritismo ou proteção dos governantes aos seus parentes”.

Eu confesso... Eu era totalmente contrário ao nepotismo, até descobrir que eu era um ferrenho nepotista. Aliás, tem muita gente que, como eu fazia, critica, condena, mas pratica o nepotismo. Em nossa cidade, por exemplo, inúmeros estabelecimentos são administrados pelos filhos dos antigos proprietários. Outros podem ainda não estar administrando, mas já trabalham com o pai.

Aliás, você e eu conhecemos várias histórias onde o filho não tem o tino empresarial e comercial do pai e a consequência já sabemos: os negócios da família são totalmente dilapidados e o herdeiro acaba ficando na ‘banca rota’. Às vezes, o patrimônio construído é tão sólido, que o filho não dá conta de destruir, mas o neto, esse sim, consome tudo, até o último centavo. Penso que se o patriarca soubesse – às vezes ele sabe, mas finge não saber – o destino que os herdeiros dariam a sua fortuna, certamente ele deixaria os seus bens em mãos mais competentes.

Sobre o tema nepotismo, inúmeros políticos fazem discursos acalorados contra essa prática, mas quando vamos investigar a sua vida particular ou pregressa, os seus bens, estão todos em nome de um familiar. Já viram isso? Alguns, porém, são mais sinceros! Eles defendem que num mundo onde não se pode confiar em ninguém, a única pessoa, que, às vezes, são dignas de confiança, é um parente.

Por exemplo, recentemente, quando eu decidi criar o jornal O Tempo em Rio Bonito, eu convidei o meu irmão para ser o meu sócio. Ele é o diagramador e chargista do jornal, mas eu escolhi o meu irmão. Portanto, vamos deixar a hipocrisia de lado e parar de reclamar do nepotismo na administração pública, porque no fundo, no fundo, e no raso também, todos nós somos nepotistas!

Só para lembrar, em 18 de outubro de 2005, o Conselho Nacional de Justiça editou a Resolução nº 07, banindo definitivamente o nepotismo do Poder Judiciário brasileiro. A norma especifica os casos em que o favorecimento de parentes na nomeação para cargos de provimento em comissão ou função gratificada representam nepotismo, salvaguardando situações nas quais o exercício de cargos públicos por servidores em situação de parentesco não viola a impessoalidade administrativa, seja pela realização de concurso público, seja pela configuração temporal das nomeações dos servidores.

Fica, porém, uma pergunta: resolveu? Parece que não, porque surgiu o nepotismo ‘camuflado ou trocado’, onde os detentores do poder trocam a contratação de parentes. O meu familiar é contratado por um amigo de outra cidade, eu contrato o parente do meu amigo da outra cidade, e todos ficam felizes. Mas e se alguém reclamar? Simples, nós dividimos alguma coisinha com o reclamante e ele fica bem quietinho! Que beleza!

O futebol riobonitense e suas mazelas!

Por Flávio Azevedo

A minha experiência como jornalista esportivo é bem recente! Apesar de estar na equipe do jornal FOLHA DA TERRA desde 2005, onde comecei agenciando os espaços de publicidade, quando eu comecei escrever, as coberturas esportivas não me atraíam. Eu preferia que elas ficassem por conta do meu amigo e jornalista Guilherme Duarte. Até que em abril de 2008, quando eu comecei apresentar o programa “O Tempo em Rio Bonito”, pela rádio Sambê FM (98,7), como a nossa proposta era abordar todos os setores da sociedade riobonitense, o esporte não poderia ficar de fora.

Na verdade, logo que eu comecei transitar no setor, na esperança de me atrair para este ou aquele lado, os grupos que dominam a área esportiva do município me revelaram fatos, às vezes, esdrúxulos, às vezes, pitorescos. Ouvi foi história! Algumas enobrecem e enaltecem o esporte doméstico. Outras, porém, a maior parte delas, me deixou muito envergonhado! Aliás, estas narrativas – as coisas feias, é claro, – me levaram a perceber quem seriam os culpados pelo nosso esporte, sobretudo o futebol, estar no fundo do poço.

Não sabemos se o amigo eleitor sabe, mas os especialistas e palpiteiros são unânimes: “um dos problemas do futebol de Rio Bonito é a relação conflituosa entre a Liga Rio Bonitense de Desportos (LRD) e a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (Semel), que deveriam gerenciar o desporto, juntos, sem vaidades e sem permitir que a política partidária interferisse nas decisões de interesse do setor. Contudo, penso que as diferenças entre LRD e Semel, que realmente são reais, são utilizadas como cortina de fumaça para esconder a cabeça dura dos dirigentes locais, que administram o desporto e, às vezes, os seus clubes, olhando para os seus próprios umbigos.

Muitos desses dirigentes esquecem que eles são responsáveis por um setor, que se bem administrado, pode diminuir o crescimento de um dos negócios mais rentáveis da nossa região: o comércio de drogas e as bocas de fumo. Na posse dos conselheiros tutelares, que ocorreu em janeiro de 2009, o padre Eduardo Braga, convidado para dar alguns aconselhamentos para os conselheiros, destacou que as nossas crianças estão expostas ao alcoolismo, as drogas, e essa realidade precisa ser mudada.

Quanto a exposição dos menores, o pároco está coberto de razão. É bom ressaltar, porém, que grande parte das quadras e áreas de lazer dos bairros, quando estão abertas, não oferecem professores de educação física ou recreadores para trabalhar com a população. Isso contribui para que estas quadras sejam utilizadas, inclusive, em algumas comunidades, como ponto de venda de entorpecentes e/ou local para utilização de drogas.

Mas surgiu, nas últimas semanas, uma luz no fim do túnel! É que finalmente reinou o bom senso, e o secretário municipal de Esporte e Lazer, Ronen Antunes, e os dirigentes da LRD, Faiça Abrahão e Renato Melo, chegaram a um acordo de cooperação, e, a contra gosto de alguns, vão realizar a Copa Rio Bonito de Futebol Sub-17. Os jogos serão disputados nos estádios José Alves Ventura, no Rio Bonito Atlético Clube (RBAC) e Alfonso Martinez, no Cruzeiro, sempre nos fins de semana. A competição começa no próximo dia 8 de agosto e oito equipes confirmaram presença no campeonato.

As equipes são Rio Bonito Atlético Clube, agremiação esportiva de muita tradição no município; o Nova Cidade, que representa uma localidade do 2º Distrito, extremamente carente de atenção do poder público, e sempre exposta a criminalidade; o Esperança, um clube também de muita tradição, localizado no 2º Distrito, também exposto ao tráfico de drogas, e o Corinthians, agreiação sediado em Palmital, uma localidade onde as pessoas se identificam mais com Saquarema do que com Rio Bonito.

Também participam da competição, o Cruzeiro, um dos clubes de bairro mais tradicionais de Rio Bonito. Aliás, a Praça Cruzeiro, onde a agremiação está inserida, foi apontada pelo padre Eduardo Braga, como alvo do tráfico de drogas. Ainda participam da competição, o Hermano Ramos, que representa a localidade do Sambê, bairro distante do Centro, e, às vezes, esquecido; o Amigos do Monteiro Lobato, outra localidade onde o tráfico de drogas, apesar da atuação da polícia, persiste em continuar; e o Unidos da Galera, que representa a Serra do Sambê, onde a situação não é diferente das demais localidades.

Por esse motivo, nós parabenizamos a LRD, a Semel, os clubes, e fazemos um pedido aos partidários políticos e puxa sacos: “pelo amor de Deus, não atrapalhem esta parceria, que começa promissora e, certamente, é fundamental para a ressurreição do futebol riobonitense”.