Há quem diga que o brasileiro atualmente entende mais de política do que entendia antigamente. Não sei se é verdade! Penso que o brasileiro, por conta das redes sociais, está mais ligado sim, todavia, essa atenção é nas fofocas e tretas do ambiente político. Estivesse realmente entendendo de política, Brasil a fora os votos seriam mais assertivos e qualificados.
Para provar essa desorientação a respeito de política eu vou usar um exemplo doméstico. Dias atrás causou grande alvoroço um vídeo onde o prefeito de Rio Bonito, Marcos Abrahão (União Brasil); aparece tratando de um tema recorrente que também incomodou seus antecessores: pessoas de Itaboraí usando equipamentos de Saúde de Rio Bonito, em especial o Hospital Regional Darcy Vargas. Abrahão aproveitou a oportunidade para dar uma cutucada na gestão de Itaboraí. Sua fala tinha um endereço certo: a família Delaroli (PL).
Quase ao mesmo tempo, outro vídeo trouxe uma entrevista do prefeito, Marcos Abrahão; tretando com o ex-prefeito de Araruama, Francisco Carlos Fernandes Ribeiro; o Chiquinho da Educação (PP).
É claro que as torcidas organizadas de Marcos Abrahão e dos grupos políticos atingidos por suas declarações ficaram em polvorosa. Nitidamente eles ignoraram o sentido da célebre frase do poeta e dramaturgo, William Shakespeare: “há mais coisas entre o céu e a terra do que pode imaginar nossa vã filosofia”. Ou seja, ao contrário do que muita gente está pensando, as tretas entre, Marcos Abrahão e os Delaroli; ou com Chiquinho da Educação; estão prateleiras acima dessa conversa de “prefeituras”.
Marcos Abrahão por consecutivos mandatos foi o representante da Região Leste Fluminense na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Nos anos que ocupou o cargo de deputado estadual a sua influência se espraiou para Região Serrana – com forte presença em Cachoeiras de Macacu, por exemplo – e parte da Região dos Lagos, com lastro principalmente em Saquarema e Araruama.
Aqui é necessário fazer parênteses para lembrar que boa parte de nós tem por hábito ignorar o sucesso e o talento daqueles que não contam com a nossa simpatia. Por outro lado, nós temos por hábito endeusar quem não tem talento algum, mas é meu amigo ou conta com meu afeto.
O prefeito, Marcos Abrahão; ao longo dos seus mandatos foi vítima desse comportamento intrigante do riobonitense. Vivemos num país democrático e não há nenhum problema as pessoas terem preferência pelos ex-prefeitos, José Luiz Antunes e Solange Almeida. Todavia, por conta dessa preferência, por anos a fio, a liderança e crescimento regional do então deputado Marcos Abrahão passou despercebida. Ele só era lembrado quando o assunto era Detran, um dos órgãos do estado que ficava sobre seu controle.
Feita essa explanação, vale ressaltar que o confronto de Marcos Abrahão com os Delaroli, por exemplo; é uma questão territorial. A treta com Chiquinho da Educação também. Enquanto o eleitor bobo e fofoqueiro olha esses embates como se fosse um FlaxFlu, achando que eles estão se estranhando por conta de prefeituras, a disputa tem contornos muito maiores. A questão é regional minha gente!
Todavia, como boa parte dos riobonitenses ignora o tamanho que Marcos Abrahão ganhou na condição de deputado, porque não prestaram atenção na sua trajetória, e o próprio Marcos Abrahão não fez questão de comunicar esse crescimento; elas não conseguem entender essa queda de braço regional e muito mais abrangente.
No ano vindouro (2026) nós teremos eleições. Além dos cargos de presidente e governador, também estarão em disputa vagas para o Senado e os cargos de deputado federal e deputado estadual. Os dois últimos certamente são a razão dos tais falatórios que parecem ser coisa de eleição municipal, mas trata-se de uma disputa territorial. O prefeito Marcos Abrahão busca manter os espaços que conquistou ao longo dos anos de deputado, sobretudo em Regiões vizinhas; e seus adversários buscam ampliar seus territórios.
Não existe inimizade, guerra... Aquele ódio todo que você pensa enxergar? Então, isso só existe na sua cabeça de torcedor. Rola disputa, competição, confronto, mas rola também muito teatro para engrupir incautos e seduzir os neófitos no assunto. É por isso que por várias vezes você viu personagens que se odiavam se aliando. É porque a raiva toda que você pensa existir só existe na sua cabeça. É desse modo desde que o mundo é mundo.
Se você só descobriu isso agora – muitos sabem e fingem não saber – fique sabendo que está tudo bem! É do jogo democrático e político! Só não fique aí igual um bobo achando que essa treta toda é por conta daquele buraco na sua rua, do restinho de pagamento que ainda falta ser quitado ou porque a escola do seu filho não tem climatização. “Há mais coisas entre o céu e a terra do que pode imaginar nossa vã filosofia”. Vamos em frente! #flavioazevedo
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