terça-feira, 30 de abril de 2024

Comunicação e Expressão

Nesse domingo (28/04) celebrou-se o Dia Mundial da Educação, conforme decidido em Dakar há exatos 24 anos, no Fórum Mundial de Educação. Na ocasião, lideranças de centenas de países, reunidos por lá para pensar Educação, escolheram a data. Sou ferrenho defensor da Educação e das revoluções que ela propõe. Todavia, atualmente eu entendo que precisamos colocar a Comunicação na mesma prateleira da Educação.

Não pense você que estou legislando em causa própria por conta da minha formação (sou jornalista). A questão é que há alguns anos eu comecei a perceber que está cada vez mais difícil se comunicar com as pessoas. O pior é que dentro desse cenário, a principal fragilidade está no quesito “Ouvir”. Vejo muita gente querendo falar, mas poucos desses faladores querem ouvir.

A Publicidade e o Jornalismo são os segmentos que mais sofrem com a falência da Comunicação. É comum, nos comentários de uma postagem publicitária que contém todas as informações, um sujeito perguntar algo que está inserido no anúncio em letras garrafais. Penso ainda que a deficiência na Comunicação também está fincada em dois fatores: pressa e preguiça, sendo essa mais determinante que aquela. É mais cômodo perguntar o que já foi informado do que perder alguns segundos lendo o conteúdo da publicidade ou da notícia.

Sai também aniquilada, por conta da deficiência na Comunicação, a reflexão. A pressa e a preguiça impedem que o sujeito pare, pense, analise e reflita. Inclusive, parte da sociedade entende o reflexivo como um chato de galocha, mala, detalhista, entre outros rótulos dados aos que privilegiam a reflexão.


Há quem aposte na pouca inteligência. Outros culpam a praticidade do Dr. Google e do mestre YouTube, principais fontes de consulta e pesquisa de muita gente apressada e preguiçosa, sobretudo aqueles quem se recusam a pensar e refletir. 

Em resumo, precisamos falar mais de Comunicação, porque governos estão sendo enterrados pela deficiência na Comunicação. Empresas estão falindo pela Comunicação ineficaz. Pilantras estão conseguindo se vender como virtuosos por conta da Comunicação eficiente; e boas pessoas são preteridas para cargos e funções por causa da Comunicação deficiente. 

Em ano eleitoral isso fica ainda mais patente. Opções ruins, por terem Comunicação eficiente, são abraçadas pelo eleitorado, que também tem Comunicação deficiente, sobretudo no ouvir. Do outro lado, pela deficiência na Comunicação, boas opções acabam ignoradas. 

Há décadas está assim e deve permanecer por muito tempo. Saiba que apenas 3% de um total de 100% de pessoas conseguem terminar o que começaram a ler. Ou seja, se você chegou até aqui está inserido nos 3%. Parabéns! Vamos em frente! #flavioazevedo

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