quarta-feira, 29 de novembro de 2023

A ventania, a falta de energia elétrica e a histórica falta de ‘culhão’

A ventania que passou pela Região na noite do último sábado (18/11) deixou um rastro de estragos que estão provocando uma série de indignações em todos os municípios atingidos. O referido fenômeno natural não tumultuou apenas a vida do riobonitense. A ventania bagunçou os municípios de São Gonçalo, Itaboraí, Tanguá, Saquarema, Maricá, entre outros. A falta de energia elétrica acabou resultando em falta de internet e falta d’água para milhares de pessoas.

Nas redes sociais cada um se manifesta de acordo com o conhecimento que tem do serviço público e a manifestação varia conforme o viés político do reclamante. Diante desses cenários algumas ponderações são importantes. O primeiro de todos é que a ventania que atingiu Rio Bonito, onde eu testemunhei, dificilmente não resultaria em transtornos para população. Foi um negócio assustador. Outra coisa: presidente da República, governadores, prefeitos, deputados e vereadores; acham que controlam muita coisa, mas não controlam nada, principalmente os fenômenos naturais (chuvas, ventos, calor e frio). 

Nesse arcabouço é impossível não falar da Enel, que administra um serviço estadual. Para quem não sabe e/ou não lembra, a Enel é a antiga Companhia de Eletricidade do Estado do Rio de Janeiro (CERJ). Embora seja responsabilidade do estado, muita gente cobra dos municípios (prefeito e vereadores) solução para os desserviços da referida concessionária.

O pior de tudo é que eu vejo prefeitos assumindo esse protagonismo, dizendo a população ignorante que está resolvendo, quando a verdade é que ele não está resolvendo nada simplesmente por não ser atribuição dele. Fosse eu o prefeito eu também nada faria, por não ser atribuição minha. Acrescento ainda que o telefonema de qualquer prefeito para a direção da Enel tem o mesmo peso que o telefonema do cliente para o 0800 da empresa: nenhum.

Não é de hoje que a Enel conta com serviços ruins, equipes de manutenção diminuta e pouco interesse em oferecer serviços de qualidade ao usuário. Por outro lado, a ventania da noite de sábado foi fora do normal e atingiu vários municípios, o que significa um número descomunal de usuários. Outro fator é que as horas seguintes ao vendaval foram de chuva, fato que prejudica o trabalho das equipes por conta dos protocolos de segurança. Junte a esse cenário o feriadão, época que tem gente de folga e/ou viajando, o que prejudica muito a tomada de decisões.

Para não isentar totalmente o poder público e, logicamente a Enel de suas responsabilidades, eu gostaria de acrescentar que mais da metade das ocorrências provocadas pela ventania se deu pela queda de árvores e galhos sobre a rede elétrica. Eu asseguro que 90% dessas árvores e desses galhos, se recebessem constante vistoria das Prefeituras, da própria Enel e fossem podados ou cortados, boa parte desses contratempos teriam sido evitados.

Eu não sou mais inteligente do que ninguém! Apenas sei que, como diz aquela canção, “moro num país tropical” e que nessa época são comuns as chuvaradas, trovoadas, tempestades, ondas de calor etc. Já observaram que em quase todas as ruas existe uma árvore com galhos encostados ou muitos próximos a rede elétrica? Por que não são podados? Aliás, não são poucas as ruas que a rede elétrica passa entre os galhos de uma árvore. Por que ninguém toma providência? Não precisa ser muito sabido para perceber isso e entender que quando ventar vai dar merda!

Quanto a Enel, as campanhas sem sentido em rede social tipo “Fora Enel” e o infrutífero clamor para que a classe política peite a empresa, esqueçam! Eu concordo, desculpem o trocadilho, que os governantes precisam ‘ter energia’ para lidar com isso. Todavia, a classe política brasileira não tem o perfil “pé na porta” que precisamos para esse e outros assuntos, muito menos está habituada a “colocar o pau na mesa” para defender a população. Asseguro que 95% dos nossos políticos são vaselina e tem na frouxura e na mediocridade o seu modus operandi. 

E por que eles são assim? Por escolha do próprio eleitorado, que não gosta do político “brigão”, do sujeito que “não guarda almoço para janta”, do cabra que fala o que pensa e seja verdadeiro. Aliás, todas as vezes que aparece alguém que se destaca por “colocar o pau na mesa” esse alguém logo é rotulado como encrenqueiro, brigão, desequilibrado, perigoso, ruim de tratar e coisas do gênero.

Mais isso tem explicação. É que a maior parte da sociedade brasileira é composta por pessoas de índole frouxa e medíocre. Logo, o político, figura que representa essa sociedade, será escolhido por essa sociedade pelo seu nível de frouxura e mediocridade (que chamam simpatia). Observe que as nossas escolhas sempre são direcionadas aos “gente boa”, aos populares, aos sorridentes, aos “tão bonzinhos”, aos emocionados, aos chorões... E não adianta ninguém espernear, porque a realidade é essa. E se você não é assim acabas de descobrir ser minoria.

Diante do exposto, a única coisa que posso escrever para os meus seguidores, leitores e ouvintes é que se ajeitem, porque o verão nem começou, outras chuvaradas e ventanias virão e, infelizmente, acontecerá tudo de novo. Abraço e até a próxima! Vamos em frente! #flavioazevedo

OBS: leram o termo “culhão” no título desse texto? Então, é parte de um teste de personalidade. Quem achou “horrível” eu ter usado essa palavra “grosseira” está sentadinho na fileira da frente da sala destinada a receber gente frouxa, medíocre e melindrosa.

Vamos em frente! #flavioazevedo

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