segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

“Pimentorium in anus outrem refrescus est”

Flávio Azevedo

Motos barulhentas, carniças e carcaças de animais mortos despejados nas estradas vicinais, entulho jogado em pontos afastados do Centro da cidade, carros pessimamente parados atravancando o Trânsito, carcaças de veículos largadas pelas ruas centrais e bairros. Esses são alguns desafios do futuro governo que figuram na ordem do dia, mas também estão no arcabouço dos “usos e costumes”, onde a gestão pública comumente não avança, porque os sem educação votam.

Além disso, no Brasil, sobretudo nas cidades de menor porte, a grande maioria, tem postura frouxa, cínica e adora sentir prazer com o instrumento alheio. Isto é: os incomodados estão sempre a procura de quem fale ou tome providências por eles. Todavia, quando um “bocudo” trata do tema ou a autoridade toma providências, logo surgem as críticas, inclusive de quem estava incomodado que até posa de indignado para ficar bem com os sem educação. 

Agora pense comigo: se o cidadão incomodado com a falta de educação de alguém, a título de fazer média com o mal educado, posa de indignado com a ação corretiva do governo ou o clamor por ação governamental na direção de coibir desordem, imagine o governante que depende do voto do frouxo e do sem educação.

Não será tarefa fácil para qualquer governante arrumar a casa, num cenário onde as medidas a serem tomadas precisam avançar na direção dos usos e costumes. Carniça jogada em estradas vicinais é porcaria. Quem faz isso não tem educação, desconhece regras de convivências e o governo precisa ser implacável para acabar com isso. Porém, o porco vota e daqui quatro anos tem eleição.

Entulho, móvel velho, colchão e outras coisas que jogam as margens dos rios e estradas vicinais é sinal de uma sociedade porca e sem educação. Outra vez chegamos ao tal usos e costumes. No fundo falhou a educação familiar e essa deficiência desenvolveu indivíduos espaçosos, egoístas que são orientados pela lógica “foda-se eles”.

É discussão pra mais de metro. É claro que teremos um monte de gente ofendida e entre os ofendidos teremos gente que está reclamando das carcaças jogadas nas estradas vicinais e motos barulhentas. Mas a realidade é essa e sua insatisfação com meu texto não muda a realidade de que somos um povo infantilizado que precisa ser tutelado até quando vai no banheiro.

Vou provar que precisamos ser tutelados até quando vamos no banheiro. É comum em cima do vaso sanitário ter uma plaquinha onde se lê: “não jogue papel no vazo” ou “dê a descarga”. E mesmo assim sempre tem um lerdo ou um espírito de porco que não atende a recomendação escrita na plaquinha. Sim amigo, a coisa é tão feia que nós brasileiros precisamos ser tutelados até quando vamos no banheiro.

Mas vamos em frente! #flavioazevedo

Um comentário: