segunda-feira, 4 de maio de 2020

Depressão, suicídio e nossas crises existenciais

Flávio Azevedo 
Não é a primeira vez que vemos, aqui em nossa pacata Rio Bonito, pessoas que se despedem da vida em virtude da depressão, da angustia existencial, do inconformismo com os problemas da vida ou pura e simplesmente porque não querem mais estar entre nós. Geralmente são pessoas de grande sensibilidade que perderam a “esperança” do sentido “esperar”.

Quando se perde a esperança do sentido “esperar” significa que há muito tempo se perdeu a esperança do sentido “esperançar”. Penso que protocolos e convenções sociais nesses tristes momentos servem unicamente para encobrir os casos de depressão a nossa volta. Penso também que boa parte dos deprimidos são “assintomáticos” (termo da moda), isto é, eles estão escondidos sob sorrisos e a aparência de que tudo vai bem.

No Brasil as convenções sociais deprimem, irritam, interferem na personalidade e buscam uniformizar o comportamento de uma sociedade plural, miscigenada e irrigada por culturas variadas e complexas. A busca por docilizar condutas, sobretudo os temperamentos é uma armadilha dos tempos modernos para muitas mentes.
O emblemático “vai pra puta que pariu”, só para dizer um dos palavrões que mais se tem horror, é encarado por inúmeros estudiosos da mente e do comportamento como “libertador”. Todavia, convencionou-se que mandar alguém para “puta que pariu” é falta de educação, falta de polidez, é deselegante; e pessoas que extravasam sua fúria, descontentamento ou frustração desse modo são desequilibradas.

Não sou psicólogo, sociólogo e/ou antropólogo. Mas entendo de Comunicação, leio muito, converso muito e estou convicto que um dos melhores remédios para depressão é nos libertarmos de amarras sociais, rótulos e bons mocismos que nos são impostos. Fale o que está dentro do seu coração e não se importe com o que vão pensar do que você está falando, porque prender o que você sente dentro de você pode ser muito ruim para saúde e te levar para um desfecho muito ruim. Vamos em frente! #flavioazevedo

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