Flávio Azevedo
Nunca a política do
“café com leite” e a lógica do “pão e circo” estiveram tão ameaçadas no Brasil.
Os tempos modernos estão obrigando a coisa pública trocar de mãos. A política
velha e o político que não se moderniza estão com os dias contados. Gradativamente,
espertinhos estão sendo substituídos por gestores; e assistencialistas dão
lugar a quem deseja promover política pública. As realizações compensatórias
jazem no passado, porque a busca por propostas e projetos que visem o bem estar
da coletividade é o desejo popular. Tapinhas nas costas não têm mais o mesmo efeito
de outrora; assim como percorrer as ruas, sorrindo e acenando, não é mais
garantia de votos.
O povo tem evoluído,
está ficando cada vez mais exigente e os que se vendem cobram cada vez mais
caro. Está mais barato investir em propostas e ações que visem o bem estar
coletivo, porque a listinha da “boca de urna” já não é certeza de vitória. O povo
quer ser representado por quem tem projetos de governo e não projetos de poder.
Mas como se comportar diante desse novo cenário? Não é difícil, bastando conhecer
o sentido conceitual de PLANEJAMENTO, GESTÃO e GOVERNANÇA, palavras ignoradas pela
velha política.
É inadmissível que em
pleno século XXI ainda exista quem negue a importância do PLANEJAMENTO, uma vez
que sem ele tudo tende a ser mais penoso e mais caro. Para o gestor público do
futuro, o planejamento é um aliado. Já o gestor público ultrapassado encara o
planejamento como atrapalho, por ele se opor as práticas condenáveis.
Sobre a GESTÃO não há
muito que falar. Há cerca de dois mil anos, o apóstolo S. Paulo escreveu que
“se alguém não sabe governar a sua própria casa, não terá cuidado com a casa que
não é dele”. Sendo assim, o perfil gestor é outra faceta que a modernidade exige
daqueles que desejam governar. Todavia, a gestão também se opõe as práticas
condenáveis. Por exemplo, não dá para colocar recurso público no bolso em tempos
de pouco dinheiro na praça e governos, federal e estadual, anunciando corte de
verbas.
Por último e não
menos importante, eu destaco a GOVERNANÇA, que nasce eficiente quando é antecedida
por planejamento e gestão. O sucesso da governança depende da escolha da equipe
de governo e colaboradores, que precisa ser formada essencialmente por quem tem
competência e capacidade. Entretanto, hoje, boa parte dos governantes prioriza os
puxa sacos e aqueles que aceitam fazer parte de esquemas escusos e emprestar o
nome para assinar negociatas.
Encerro essas reflexões
destacando que o meio
político é um retrato da sociedade, logo, esse setor está dividido em três
grupos. As pessoas honestas, os picaretas e um grupo grande de gente
influenciável, que tende a caminhar na direção apontada pelo líder. Se o gestor
é corrupto e o tempo todo maquina sacanagem, a maior parte, sobretudo dentro da
máquina pública, caminhará na direção da roubalheira. Todavia, se a liderança prioriza
a honestidade, o respeito com a coisa pública e a retidão; os influenciáveis
também caminharão na direção do que é correto.
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