Exoneração de Dawson Nascimento desrespeita a Cultura de Rio Bonito

Flávio Azevedo

Dawson Nascimento

O abrir da página de atos oficiais do jornal Gazeta (edição 441) desse sábado (10/10) foi de revelações. A portaria 1575/2015 dá publicidade a exoneração do artista Dawson Nascimento, personagem que deveria ter cadeira cativa no setor cultural de qualquer governo. Anunciada a pré-candidatura do empresário Aécio Moura (PDT) à Prefeitura de Rio Bonito, fontes ligadas ao empresário e ao partido, informaram que Aécio escolheu Dawson para ser o seu vice-prefeito.

O artista se reuniu durante a semana com a prefeita Solange Almeida (PMDB) para tratar do assunto e buscar a opinião da mandatária sobre a situação. Eu particularmente desconhecia o resultado do encontro entre Dawson e Solange, mas ao abrir o jornal Gazeta desse sábado e encontrar a exoneração de Dawson, já sei o que ela decidiu.

Repito: independente da visão política de Dawson, do que ele pensa, do time que ele torce, da religião que ele professa ou da escola de samba do seu coração; ele está entre aqueles que devem estar sempre dentro do setor cultural de qualquer governo. Todavia, a atual gestão aposta nas vacas de presépio, naqueles que têm tendência a ser capacho etc.

A verdade é que a prefeita não governa mais, porque ela está sendo governada!

PS: Dawson Nascimento da Silva, filho de família humilde da Serra do Sambê, irmão de ícones da música riobonitense como Gatão e Bira Rasta; acaba sendo o artista mais completo dos irmãos Nascimento. Além de músico, ele é pesquisador que reúne profundo conhecimento da história de Rio Bonito e cidades vizinhas. Escultor, artesão, compositor, e letrista. Curiosamente, Dawson figura dentro de quase todos os movimentos culturais surgidos e realizados no município nos últimos 30 anos. Esse currículo é o que nos permite escrever o título: "exoneração de Dawson Nascimento desrespeita a Cultura de Rio Bonito".