domingo, 12 de setembro de 2010

Eleitor deve ser “consciente” na hora de votar, diz juiz

Por Flávio Azevedo


A obrigatoriedade de o eleitor apresentar um documento de identidade com foto na hora de votar, a criação de um novo local de votação no município (Rio Vermelho), a fiscalização da propaganda eleitoral irregular e a participação “consciente” do cidadão, no processo eleitoral que vai escolher presidente, governador, senadores, deputado federal e estadual nas eleições do próximo dia 3 de outubro, foram os principais temas abordados pelo Juiz Eleitoral de Rio Bonito, Marcelo Chaves Espíndola, na tarde de ontem (sexta-feira, 27), na sala de audiência do Fórum Desembargador Admário Alves de Mendonça, no Centro da cidade.

– Estamos preocupados com o desenrolar das próximas eleições, porque aconteceram mudanças significativas na legislação eleitoral. A partir de agora o eleitor terá que apresentar um documento de identidade com foto, porque é necessário que ele mostre que ele é ele mesmo, para que ninguém vote em seu lugar – comentou.

O magistrado reconhece que, em Rio Bonito, algumas pessoas não têm documentos, “e infelizmente, elas serão impedidas votar. Nós estamos sugerindo, inclusive, que o eleitor faça uma Carteira de Trabalho e Previdência Social, por ser um documento que se faz com rapidez e tem a foto”, sugeriu o juiz. Segundo ele, “se todos os eleitores estiverem portando o documento de identidade muitos transtornos, como filas e perda de tempo poderão ser evitados no dia das eleições.

Questionado sobre a possibilidade de se repetir os problemas que ocorreram nas eleições do Conselho Tutelar de 2006 – alguns locais de votação cobravam o documento de identidade e outros não, e o pleito foi cancelado – o juiz assegurou: “a história não vai se repetir, porque na tarde do dia 24 setembro, eu vou me reunir com todos os presidentes de sessão e todas as dúvidas serão tiradas. Além disso, a lei é clara, só poderá votar quem estiver portando documento de identidade com foto”.

Nova sessão


Ao lado do chefe do Cartório Eleitoral José de Tárcio Teixeira da Fonseca, o juiz Marcelo Espíndola anunciou a criação de um novo local de votação no município, a Escola Municipal Jaudet Curi, no Rio Vermelho. O objetivo é desafogar a seção da Escola Municipal Professora Maria Lydia Coutinho, no Rio do Ouro, onde em eleições anteriores foram registrados relatos de brigas, facadas e até tiros entre os cabos eleitorais que se agrupam no local tentando conquistar o voto do eleitor indeciso. “As sessões 87, 103, 109, 120 e 122, agora, funcionarão no Rio Vermelho, e as pessoas que votam nessas seções devem se dirigir diretamente para esse local para evitar os tumultos na Escola Maria Lydia Coutinho”, revelou o juiz.

Mais 900 eleitores

De acordo com dados da Justiça Eleitoral, a 32ª Zona Eleitoral (Rio Bonito), ganhou 900 novos eleitores. São 122 seções espalhadas pelo município, para receber 42.882 eleitores. Desse número, cerca de 20% não devem comparecer para votar, ou seja, cerca de 8,5 mil eleitores. “São pessoas que nasceram no município, têm familiares aqui, mas moram em outras cidades, outros estados e até no exterior. Eles não querem cortar o cordão umbilical de Rio Bonito, mas não aparecem para votar. De qualquer forma, o comparecimento de 80% dos eleitores é um número satisfatório”, diz o magistrado, ressaltando esperar que as eleições do próximo dia 3 de outubro sejam muito disputadas, “mas com transparência, limpeza e, sobretudo, educação”.

Conscientização

De acordo com o juiz Marcelo Espíndola, o eleitor tem que votar com mais consciência, pesquisar a história dos candidatos, saber quem eles são e que valores representam. “As pessoas irão nos representar, sendo assim é importante que as famílias, independentemente da sua formação conversem sobre esse tema, mostrando aos componentes em formação, o que é o mundo real e o mundo ideal”, destacou.

– Nós não podemos ter medo de conversar em família, sobre o mundo real e o mundo ideal. Também devemos nos questionar sobre que exemplos nós estamos transmitindo àqueles que estão com a personalidade em formação a nossa volta. Precisamos conversar e dialogar, dentro de casa e nas escolas, porque as crianças são um terreno fértil para novas ideias – concluiu.

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