Flávio Azevedo
O Hospital Regional Darcy Vargas é uma das unidades de Saúde mais importantes da Região. |
A denúncia do presidente do Hospital Regional Darcy Vargas (HRDV), José de Aguiar Borges; contra o médico Luiz Eduardo Utrini Amim, acusado de “omissão de socorro”, continua rendendo e tendo novos desdobramentos. A notícia gerou indignação, motivou questionamentos e as informações sobre atitudes “estranhas” por parte do comando da entidade não param de chegar aos nossos canais de comunicação. As situações apontadas deixam muito nítido que “Kaki”, como o presidente do hospital é mais conhecido, é apenas o representante de figuras que comandam o HRDV através dele. A ideia de terceirização de setores da unidade, o tratamento dispensado aos funcionários e atos administrativos recentes; deixam claro que o dirigente máximo do HRDV é o instrumento de um grupo que comanda a entidade por ‘osmose’.
As principais denúncias que chegam as nossas mídias é de que existe vigilância diuturna sobre os funcionários. “Nos corredores nós ouvimos ameaças do tipo, cuidado com o que você curte e compartilha no Facebook!”, conta uma funcionária que implora para não ser identificada. Outro funcionário da unidade confessa que “estamos sendo persuadidos a agir de determinadas maneiras e somos vigiados o tempo todo”. Essas narrativas deixam claro o clima de tensão que existe no hospital, entidade que sempre foi sonho de consumo dos grupos políticos de Rio Bonito. Outro funcionário, que também pede para ter a identidade protegida, diz que “apesar do medo de perder o emprego, eu não posso ser omisso diante das injustiças que o presidente do hospital e aqueles que estão por trás dele estão cometendo”.
Uma informação no mínimo curiosa é que o presidente teria bloqueado a senha de acesso a movimentação bancaria do HRDV dos integrantes do departamento financeiro. Ele teria criado nova senha que só ele tem acesso. Outra notícia é que num momento de crise em que não há dinheiro para nada, o presidente do HRDV está contratando, para cargos de chefia, funcionários que recentemente eram do staff da Secretaria Municipal de Saúde de Rio Bonito, “o que mostra quem seriam os gênios por trás do presidente”.
– Essas pessoas estão sendo espalhadas por vários setores do hospital e tem a finalidade de vigiar o funcionalismo e as nossas ações. Elas não estão ali para produzir para o hospital, mas para os interesses de quem comanda até o presidente da instituição. O pior é que tudo isso acontece sob o olhar dos associados e do Conselho Deliberativo, que abaixa a cabeça para tudo isso – pondera uma das nossas fontes.
Outras situações
Alguns integrantes do quadro de enfermagem questionam o encerramento da greve que a categoria deflagrou no dia 12/01. A reclamação é que a decisão foi precipitada e baseada em promessas.
– O Sindicato determinou que os técnicos retornem as atividades, porque o pagamento estará na conta sexta-feira (20/01), mas o combinado era encerrar a greve quando o pagamento estivesse na conta. O pior, porém, é que o 13º salário, que também não recebemos, até agora sequer foi comentado. Assim como o presidente retirou benefícios dos nossos contracheques, com a argumentação que está fazendo empréstimo com os funcionários, o nosso medo é que ele também tenha decidido pegar o nosso 13º emprestado – comenta outro servidor do hospital.
Os funcionários que estão sendo contratados, que pertenciam ao staff da antiga Secretaria de Saúde, foram tema da reunião da diretoria do HRDV com os funcionários, na última segunda-feira (16/01). Na ocasião, o presidente José de Aguiar Borges teria dito que “ele contra quem ele quer e paga quanto ele quer”. Segundo nossas fontes, a ideia do presidente é contratar mais pessoas para vários setores.
– Essa situação gera desequilíbrio ao já combalido hospital, porque em alguns lugares têm funcionário batendo cabeça. Já em outros setores uma pessoa sozinha é obrigada a dar conta de serviços que deveriam ser divididos com mais gente – frisa a nossa fonte, que reclama o corte da insalubridade feito sob o pretexto de economizar, quando “os verdadeiros vazadouros de recursos do hospital, como sempre acontece, seguem sem ser mexidos por pura conveniência”.
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