Flávio Azevedo
Há cerca de um mês, o Centro de Atenção Psicossocial (Caps), Dr. Cléber Paixão está funcionando em novo endereço: no antigo Centro de Saúde Municipal Dr. Almir Branco, em frente ao Colégio Estadual Barão do Rio Branco, no Centro. A antiga sede, na Avenida Sete de Maio, está sendo reformada. Voltado ao tratamento de pacientes com transtornos mentais e doenças de fundo emocional e psíquico, o Centro é um dos instrumentos idealizados pelo Ministério da Saúde para o tratamento do doente mental.
De acordo com a coordenadora administrativa do Caps, Jocimar Brust, além de realizar acompanhamento psíquico, trabalhar a reinserção social do indivíduo, a unidade tem valor estratégico na “Reforma Psiquiátrica”.
– Com a criação desses centros possibilita-se a organização de uma rede substitutiva ao Hospital Pisiquiátrico. Os Caps são serviços de Saúde municipais, abertos, comunitários, que oferecem atendimento diário. Desospitalizar o doente mental, um tema muito debatido nos últimos anos, é uma realidade. O Caps é uma das principais ferramentas para a consolidação desse projeto – afirmou.
Álcool e drogas
Além das emergências psiquiátricas (pacientes em surto), que podem ser encaminhadas ao Caps, entre às 8h e 17h, nas segundas, terças, quintas e sextas-feiras – fora desses horários o paciente deve ser encaminhado a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) –, o Centro também está atuando na recuperação de indivíduos com problemas causados por drogas lícitas e ilícitas.
De acordo com o vice-prefeito Matheus Neto, em parceria com a sociedade civil organizada, o município está apoiando a “Caminhada Pela Vida”, ato público idealizado pelo Padre Eduardo Braga, pároco da Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição, que acontece na próxima sexta-feira (15).
– Eu não tenho dúvida que durante a ‘Caminhada’, as pessoas que são vítimas das drogas serão sensibilizadas a abandonar os vícios e buscar socorro. O Caps já oferecia um setor voltado para esse problema, mas nós estamos investindo e ampliando esse programa. Se a demanda por drogas é grande, a quantidade de indivíduos que precisam de ajuda também é muito grande – analisou o vice-prefeito.
Os serviços que eram realizados no Posto Dr. Almir Branco, como o Setor de Vacinação, foram transferidos para o Ambulatório Municipal Manoel Loyla Silva Júnior, na Mangueirinha.
Referência
A coordenadora do Caps informou, que os grupos dedicados aos usuários de álcool e drogas funcionam de 8h às 17h, às terças e quartas-feiras. Atualmente cerca de 30 pessoas integram esse programa, que foi instalado há cerca de cinco meses. “Os grupos funcionam terça e quartas, mas as pessoas podem se dirigir ao Caps, em qualquer dia útil da semana. Ela será atendida por um dos nossos técnicos e encaminhado ao programa específico”, informou Jocimar.
Um dado relevante apresentado pela coordenadora do Caps é que 70% das pessoas abandonam o tratamento por problemas familiares ou pelo envolvimento com amigos (também usuários). Ela também comentou que os adolescentes são os mais expostos e assediados, às drogas e pelos aliciadores, respectivamente.
– Não é raro a família tomar atitudes que estimulem o uso da droga. Por isso, embora o usuário abandone o tratamento, nós continuamos acompanhando a família. Isso acontece por entendermos que quando essa família está mais preparada para absolver a situação, a chance de recuperação do usuário é muito maior – analisou.
Parcerias com escola, igrejas e instituições em geral, são importantes mecanismos de prevenção às drogas. “Os professores são aliados importantes dessa causa. O adolescente sempre sinaliza quando está usando drogas ou quando têm problemas que podem levá-lo ao mundo das drogas. Quando o professor consegue perceber isso os resultados são muito interessantes”, ponderou a coordenadora, que para concluir, destacou que o Caps está de portas abertas a todos.
sexta-feira, 8 de julho de 2011
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