sábado, 26 de junho de 2010

O Petróleo é nosso... E quando vaza?

A indústria petrolífera, sem dúvida, é a mais importante do mundo e uma das bases de sustentação do capitalismo e do imperialismo estadunidense mundo a fora. Extração, armazenamento, refino, transporte e distribuição do petróleo, sem dúvida, são atividades que demandam uma série de recursos que quase sempre em nome do lucro, não são suficientes para minimizar os graves acidentes ambientais, como o que aconteceu recentemente no Golfo do México.


A plataforma Deepwater Horizon, da British Petroleum (BP), considerada uma das seguras do cenário internacional, explodiu no último dia 20 de abril e está provocando um dos maiores vazamentos de petróleo da história. A explosão abriu uma rachadura que, segundo as autoridades dos EUA e dos executivos da BP, está liberando cerca de 5 mil barris de petróleo por dia. Apesar disso, cientistas e ativistas garantem que a quantidade é muito maior. Eles falam em cerca de 70 mil barris diários, o que equivale a 11,13 milhões de litros de petróleo sendo jogado no mar.


O desastre do Golfo do México já supera o que aconteceu no dia 24 de março de 1989, com o navio petroleiro Exxon Valdez, que ao derramar a sua carga no litoral do Alasca causou danos imensos. A versão da petroleira foi que o navio bateu num recife. Na verdade, o acidente ainda não foi esclarecido. Com o rompimento do casco do navio, cerca de 11 milhões de galões de óleo foram derramados no mar, e a área atingida chegou a 1.200 Km².


Como o acidente com o Exxon Valdez aconteceu em águas remotas, onde se abrigava uma abundante e espetacular vida selvagem, os danos foram terríveis. Aliás, milhares de animais foram mortos. Cerca de 250 mil aves marinhas e 2,8 mil lontras perderam a vida. O custo da limpeza ficou em torno de US$ 2,1 bilhões. Além disso, outros milhões de dólares foram destinados a imprensa mundial para que jornais, rádios, revistas e televisões não noticiassem a história na sua dimensão real. Aliás, 20 anos depois, as áreas ao longo da costa do Alasca ainda estão contaminadas.


Essa situação nos leva a algumas reflexões em relação ao petróleo brasileiro, que tem sido assunto em todo o país, sobretudo, por causa da emenda Ibsen. Aliás, falando nessa emenda, se acontecer um desastre ambiental no litoral do Rio de Janeiro, quem vai bancar o prejuízo? Os demais estados que estão querendo surrupiar R$ 7 bilhões dos cariocas, contribuiriam para purificar as nossas águas e para devolver as perdas que por ventura ocorressem?


Embora, em sua grande maioria, os chefes de estado e das cidades, não estejam preocupados com os temas ideológicos – estão de olho em quanto podem embolsar – os acidentes mencionados anteriormente ilustram a gravidade de um tema que não é debatido pela sociedade. Aliás, para aqueles que não sabem, no caso do Rio de Janeiro, onde se situa grande parte da camada pré-sal, os royalties são uma compensação para garantir uma vida saudável às próximas gerações.


Na verdade, concordamos que os cerca de 5 mil municípios brasileiros tenham direito a uma parcela dos royalties. Porém, acreditamos que os municípios brasileiros também deveriam ter um percentual nos lucros do minério que é explorado nas minas do Pará, entre outros bens nacionais.


Porém, não dá para igualar os municípios produtores com os não produtores, simplesmente porque desastres não atingem diretamente os demais municípios. Na verdade, o litoral do produtor seria frontalmente atingido, o que o deputado Ibsen Pinheiro, certamente esqueceu. Tomara que alguém tenha bom senso e ouça o clamor do povo, que geralmente soa diferente do que dizem assessores e puxa-sacos, que como peixes pilotos em volta dos tubarões, povoam as casas Executivas, Legislativas e Judiciárias.

Comemoração, falta de educação e formação familiar!

Apesar de magra e pobre, a vitória da Seleção Brasileira de Futebol, na tarde da última terça-feira (15) deixou o brasileiro muito feliz! Vuvuzelas, cornetas, caras pintadas, buzinas e fogos de artifício, são manifestações que nos acostumamos a ver em tempos de Copa do Mundo. Ao longo dos meus 35 anos, eu me lembro de ter acompanhado oito Campeonatos Mundiais de Futebol.

Em 82, na Espanha, deu Itália; em 86, no México, a Argentina levou o caneco; já em 90, a Alemanha se sagrou campeã. Em 94, nos Estados Unidos, depois de 24 anos de espera, o Brasil conquistou o Tetra. No mundial da França, em 98, a seleção da casa ganhou a Copa – para mim de forma suspeita. Em 2002, na Ásia (Coréia e Japão), o Brasil chegou ao Penta. Em 2006, na Alemanha, o título foi para a Itália.

Em todas estas ocasiões, sobretudo quando o Brasil levou ou quase conquistou o título, as comemorações sempre foram feitas com muito barulho e entusiasmo. Até aí nada demais. Além disso, as pinturas em ruas, muros, as tradicionais bandeirinhas e outros enfeites, também são sinais que estamos em ano de Copa do Mundo. Com o objetivo de dar um apoio moral para a seleção de futebol, o país se enfeita de verde e amarelo.

Em 2010, porém, está um pouco diferente. Apesar da Prefeitura de Rio Bonito ter anunciado na última semana, que vai premiar as três ruas mais bem decoradas com os temas da Copa, as famílias parecem não estarem muito empolgadas. Lembro que em 1982, o Naranjito, mascote daquela competição, estava pintado em grande parte dos muros e fachadas, o que não vemos acontecer com o Zakumi, mascote deste ano.

Para dizer a verdade, o que chamou a minha atenção foi a quantidade de gente, que com o pretexto de estar comemorando a vitória da Seleção, saíram enlouquecidas pelas ruas da cidade! Não sabemos se é uma questão de auto-afirmação, mas, sobretudo aqueles que pilotam motos, com raríssimas exceções, são extremamente amostrados e quase sempre irresponsáveis.

Presente à reunião do Conselho Comunitário de Segurança (CCS), no último dia 19 de maio, o presidente do Hospital Regional Darcy Vargas (HRDV), Luis Gustavo Martins, disse que quando o Flamengo conquistou o Campeonato Brasileiro, ano passado, entre 15 e 21h, nove acidentados deram entrada na emergência da instituição, sendo três com traumatismo craniano e risco de morte.

Penso que a sociedade riobonitense deve ficar alerta, porque esse quadro pode se repetir com mais gravidade. Dizemos isso, porque em 2009, apenas a torcida rubro-negra comemorava. Este ano, porém, as torcidas de Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo também estão em festa. Além disso, elas estão reforçadas por aquele torcedor que não acompanha futebol, mas torce pelo Brasil.

Mas, votando a desordem, na tarde da última terça-feira, logo depois do jogo, uma senhora foi atropelada, na Rua Dr. Mattos, próximo a padaria Rosa de Ouro. A vítima foi socorrida e levada para o hospital. O atropelador, que não prestou socorro, certamente não estava ‘sozinho’! A irresponsabilidade é tanta, que vimos um casal de inconsequentes que, além de estarem sem capacete, carregavam uma criança de cerca de 1 ano numa motocicleta. Aliás, a cada dia que passa é flagrante as infrações sobre duas rodas. Por exemplo, as motos agora transportam três passageiros – e já chegamos a ver quatro.

A essas irresponsabilidades, nós podemos acrescentar a falta de desrespeito com os outros e consigo mesmo. Os estampidos produzidos pelos escapamentos, os canos de descarga serrados ou arrancados – para fazer mais barulho – e o número absurdo de crianças que pilotam motos como se elas fossem velocípedes é um sintoma de que alguma coisa está errada. Mas o que seria?

Às vezes, chegamos a pensar que somos nós os errados, mas quando conversamos com as demais pessoas concluímos que não. Na verdade, a sociedade passa por um momento delicado, porque fica muito nítido, que as autoridades, as instituições e, sobretudo a família, por descaso, covardia, desinteresse, conivência, politicagem, ou tudo isso junto, não cumprem o seu papel de direito. Fica então a pergunta: “até quando estaremos expostos a esta situação?”.

domingo, 6 de junho de 2010

Estudantes, cuidado com o Fies!

Picaretagens de pessoas físicas incomodam bastante, mas picaretagens do governo ou daqueles que deveriam defender o povo, sobretudo os menos favorecidos... Francamente, incomoda muito mais! A revista Caros Amigos de junho, edição 158, trás uma matéria sobre o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior, o famoso Fies, que é um crédito educativo do governo federal destinado aos estudantes de baixa renda que passaram no vestibular de faculdades particulares e não têm como bancar os estudos.

De acordo com a matéria, assinada pela jornalista Lúcia Rodrigues, o programa se tornou um problema na vida de milhares de estudantes brasileiros, porque a dívida acumulada com a Caixa Econômica Federal (CEF) no decorrer do curso acaba crescendo, e se torna impagável após a formatura. Aliás, em época de vestibular, nós acreditamos que esse assunto é bem oportuno!

A matéria conta a história do jornalista Edney Mota, formado pela PUC de São Paulo, em 2002, que por não conseguir saudar a dívida de R$ 9.896,39 está com o nome sujo no Serasa há cinco anos e atualmente deve R$ 49.153,70. O jornalista é de família pobre – o pai é pedreiro, a mãe, dona de casa, sofreu um derrame, e sua irmã é excepcional. Segundo ele, a dívida não foi quitada porque não conseguiu emprego depois que se formou.

Os efeitos negativos do financiamento estudantil não atingiram apenas ele. Seu irmão, o fiador da dívida, também foi atingido. A CEF pediu o bloqueio da sua conta bancária. A Justiça determinou que 30% do dinheiro que entra na conta do irmão do Edney sejam bloqueados. Além disso, o irmão também corre o risco de perder o carro, único bem que possui, para saldar parte da dívida. Essa situação gerou um problema familiar entre os irmãos.

Ainda, de acordo com a matéria, o banco não fala sobre inadimplência e não quis se manifestar sobre o assunto. Em abril, o Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp) divulgou o índice de inadimplência. O percentual teria recuado 2,74% em 2009 em relação ao ano anterior, mas atinge 23,9% dos estudantes. Na região metropolitana da capital paulista, o percentual é maior, e chega à casa dos 33,9%.

A preocupação com esse problema fez nascer um movimento social chamado Fies Justo. A advogada Daniela Pellegrini Nóbrega, líder do movimento de defesa dos direitos dos estudantes que possuem o financiamento federal, orienta os inadimplentes a entrarem com embargo de execução na Justiça. A medida, no entanto, tem apenas caráter protelatório e não afasta de vez o risco da execução da dívida. Maiores detalhes podem ser encontrados no site www.fiesjusto.com.br.

A advogada também está empenhada em demonstrar que a Caixa cobra juros indevidos dos estudantes que buscam financiamento para estudar. As novas regras que Ministério da Educação (MEC) está propondo para o novo Fies, com a expectativa de resolver problemas dessa natureza, segundo Daniela, não resolvem o problema dos estudantes.

O deputado federal gaúcho, Paulo Pimenta, defensor dos estudantes, adverte que no Brasil há mais de 43 mil fiadores com dívidas sendo executadas. “Têm casos dramáticos, em que os estudantes morreram e mesmo assim a dívida foi executada pelo banco”, denuncia. Segundo o parlamentar, a entrada do Banco do Brasil no processo de financiamento estudantil é uma alternativa. Porém, é preciso ficar de olho, porque este pode ser mais um a subtrair recursos indevidos dos brasileiros.

Na verdade, sentimos vergonha ao vermos a Caixa Econômica Federal extorquindo pobres brasileiros que estão honestamente correndo atrás de educação e qualificação! Talvez, seja por isso, que a marginalidade continua crescendo, as penitenciárias continuam cheias, e as pessoas, sobretudo as mais jovens, continuam sem oportunidade. Veja bem: vermos um banco do governo, ludibriando estudantes, que confiaram o seu futuro num financiamento social (pelo menos deveria), só nos causa estarrecimento, horror e indignação!

quarta-feira, 2 de junho de 2010

O Dia dos Namorados e o namoro

Conhecemos várias versões sobre a origem do Dia dos Namorados. A primeira aponta um festejo romano chamado de ‘Lupercália’. Em Roma, Lupercus, um deus romano, era invocado para manter os lobos distantes das casas. No dia 15 de fevereiro um festival homenageava esta divindade. O festival consistia em escrever o nome das meninas em papel e colocá-los em frascos. Os rapazes escolhiam um papel e a escolhida seria a sua namorada naquele ano.

Existe outra versão para o Valentine’s Day, ou Dia de São Valentim, como o Dia dos Namorados é chamado nos EUA e Europa. Na Roma antiga estava difícil conseguir homens dispostos a servir o exército. Eles não queriam abandonar mulher e filhos para ir à guerra. Assim, o imperador Claudius II proibiu os casamentos. Apesar disso, o bispo Valentim continuou, secretamente, realizando casamentos. Mas ele foi descoberto e preso. A história diz que a filha cega do carcereiro que cuidava de Valentim visitou o bispo. Eles se apaixonaram e ela recuperou a visão. Porém, no dia 14 de fevereiro de 270 d.C, o bispo foi decapitado. No lugar onde Valentin foi martirizado, o papa Júlio I ergueu uma basílica.

O Dia dos Namorados também tem uma versão judaica. Em Israel, tornou-se o feriado das flores, porque neste dia é costume dar flores de presente a quem se ama. Na antiguidade, o casamento só era permitido dentro da própria tribo, um sistema semelhante as castas da Índia. O Feriado do Amor era celebrado com tochas e fogueiras. Hoje, em Israel, é costume enviar flores a quem se ama ou para os parentes mais íntimos. Canções românticas são tocadas nas rádios e festas celebram o 'Feriado do Amor' em todo o país.

No Brasil, a origem da data é comercial. Alguns atribuem a sua criação a uma promoção pioneira da loja Clipper, que aconteceu em São Paulo em 1948. Outros afirmam que a data foi introduzida no Brasil, em 1950, pelo publicitário João Dória, que criou um slogan: “não é só com beijos que se prova o amor”. Algumas correntes defendem que o Dia dos Namoradores brasileiro foi estabelecido no dia 12 de junho, porque era uma época de pouco movimento comercial. Outra versão aponta uma referência ao dia de Santo Antônio, o santo casamenteiro, que acontece no dia 13 de Junho.

Mas afinal, o que é o namoro? A psicóloga e psicoterapeuta, Olga Inês Tessari, define o namoro como uma fase de conhecimento no qual se percebem semelhanças e diferenças que irão aproximar o casal ou fazer com que eles terminem a relação. Ela diz que na década de 50, era comum que o casal só ficasse a sós depois que se casassem, o que dificultava o conhecimento, a troca de ideias, carícias e um conhecimento mais intimo. Ela também diz que na atualidade, o namoro é mais aberto, as pessoas dormem juntas, viajam juntas e conversam mais. Segundo Tessari, este convívio mais íntimo é importante para que os casamentos sejam mais estáveis. Será?

O namoro tem preocupado algumas famílias, professores, pesquisadores, autoridades civis e eclesiásticas. O motivo dessa preocupação se baseia, por exemplo, na história relatada a este colunista por um empresário, que surpreendeu um casal de adolescentes transando atrás da sua loja. De acordo com ele, o casal não tinha mais que 15 anos, julgavam estar protegidos por um capinzal e utilizavam como colchão, os uniformes do colégio. Alguns dizem que o casalzinho estava namorando. Será?

Mas, infelizmente, esse não é um caso isolado! Recentemente, nós soubemos que numa dessas festas que rolam nas noites riobonitenses, alguém surpreendeu um casal transando. A menina era menor de idade, e questionada sobre a maneira como entrou na festa, ela esclareceu que estava acompanhada da mãe. Perguntada pela mãe, ela apontou um casal que estava a alguns metros. Ao se aproximar do casal indicado, os organizadores da festa descobriram, constrangidos que a mãe da adolescente também transava com alguém. Também neste caso, muita gente diz que mãe e filha estavam namorando. Será?

Com a palavra os especialistas, as autoridades, as famílias e, por que não, os casais.