Nesse sábado (13/12) chamou a minha atenção nas redes sociais um material do vereador de Tanguá, Rafael Maçulo; tratando do desabastecimento hídrico do município de Tanguá/RJ. Dias atrás, o amigo, Celso Pereira; num dos nossos grupos de caminhada, publicou uma foto mostrando o Salto D’Água de Braçanã, onde está a barragem que capta água para abastecer Tanguá; praticamente seco.
Ambas as situações têm sido recorrentes. Já tivemos dias que a represa está cheia, mas as águas não rolam pelas pedras do salto, porque o volume diminui e a água que chega fica toda represada para abastecer Tanguá, o que empobrece o curso natural. Por vezes falta água em volume suficiente para impulsionar o abastecimento, sobretudo nos meses de calor. E a temporada 2025/2026 do verão ainda nem começou!
Diante do exposto, tanto por Rafael quando por Celso, vale ressaltar que o complexo problema tem algumas causas que tornam a questão muito complexa. Primeiro nós temos a questão climática, ou seja, falta chuva no sertão da Serra do Sambê, mais precisamente nas montanhas de Braçanã, onde nascem essas águas.
Depois precisamos tratar do desmatamento que há décadas aniquila as montanhas da Serra do Sambê, com maior gravidade no sertão de Braçanã, onde o território é limite dos municípios de Rio Bonito e Cachoeiras de Macacu. Ao longo das últimas décadas os governos desses municípios não deram importância, por conivência e/ou desinteresse, a atuação de motosserras e carvoeiros em seus territórios. As infrutíferas ações que ocorreram foram apenas pirotecnia e marketing do governo do Estado, principal responsável pelo problema.
Por exemplo: na Cabeça da Vaca, principal cume onde nascem as águas que irrigam o Salto D’Água de Braçanã, onde está implantada a barragem que abastece Tanguá, está sendo violentamente desmatada e os desinteressados governos de Rio Bonito e Cachoeiras de Macacu tem conhecimento disso e nada fazem.
Pessoalmente eu já falei a respeito disso com as autoridades tanguaenses. Com o atual prefeito e com o anterior, Rodrigo Medeiros e Valber Marcelo, respectivamente. Sei que a questão é complexa, porque as águas que abastecem Tanguá nascem em territórios que não estão sob a jurisdição da Prefeitura de Tanguá ou fiscalização dos vereadores tanguaenses. Penso que resta às autoridades de Tanguá buscar socorro no imprestável governo do estado, quando o assunto é fiscalizar o desmatamento na Região Leste Fluminense.
Aliás, é desafiador, inclusive, para o governo do estado. Penso que os municípios envolvidos nesse imbróglio só resolverão o problema se tiverem mentalidade “regional”. Se seguirem a lógica do “cada um por si e Deus por ninguém” e tratando o assunto somente em tempos de estiagem como é até aqui, a questão nunca será resolvida. A propósito, também é perda de energia oposição e situação tocarem bumbo para fingir atenção ao tema (postura bem brasileira).
Há cerca de dois anos, lá nas montanhas onde nascem as águas do Salto D’Água de Braçanã, eu fiz uma publicação a respeito do tema. O objetivo foi alertar e mostrar o desmatamento que toma conta dos cumes onde essas águas são captadas pela natureza. Até hoje eu não vi nenhum movimento no sentido de impedir o desmatamento, reflorestar as áreas degradadas, criar ferramentas de fiscalização. Sem mata, sem chuva! Sem chuva, sem água! Dessa equação da natureza ninguém escapa. Segue o link a baixo!





























