Flávio Azevedo
Os dias de repouso estão me permitindo acompanhar mais de perto as notícias e na condição espectador. Minha gente é assustador o volume de “feminicídio” em todo Brasil. Estou apavorado com o índice de assassinatos e atentados contra mulheres por iniciativa de ex-maridos, ex-companheiros, ex-namorados e afins. O volume de homens maus resolvidos, ciumentos e babacas no que tange aos seus relacionamentos amorosos é aterrorizante e precisamos falar disso.
Quem escreve e fala sobre o tema não pode ter receio de ser desagradável, porque é preciso ser. Minha gente, todo agressor é filho de uma mãe e de um pai. Aproveito então a oportunidade para perguntar aos papais e mamães Brasil a fora: que diabos de educação vocês estão oferecendo aos seus filhos? Que merda de convivência é essa que vocês têm dentro de casas que está levando os meninos se tornarem homens possessivos, idiotas e o mais grave: se achando donos de suas esposas, companheiras, noivas e namoradas?
Penso que existe uma esquizofrenia coletiva nesse país, sobretudo quando nos recusamos a exorcizar os nossos próprios demônios. O feminicídio, que enxergo como fenômeno social, é um caso clássico de sociedade enterrando a cabeça na areia enquanto o fiofó fica exposto. Precisamos de uma vez por todas deixar de lado a hipocrisia, o cinismo, a cara de paisagem e assumir a nossa responsabilidade nessa patologia existencial que é coletiva.
Eu sou adepto do seguinte pensamento: o que você faz dentro da sua casa e dentro de quatro paredes é problema seu e eu não tenho nada com isso. Todavia, determinadas situações estão saindo do âmbito privado e invadindo o espaço coletivo. A questão do feminicídio, crime geralmente cometido por “maridos babacas”, é um exemplo clássico disso.
Quanto a clássica pergunta “o que fazer?”, a primeira iniciativa é parar de transferir a responsabilidade que é nossa para os outros. Esse é um tema que não tem que ser atribuído aos políticos. Essa é uma chaga que precisa ser curada pela atuação de papai e mamãe. A minha postura na condição de chefe da casa, líder da hierarquia familiar será o exemplo que norteará a postura dos indivíduos em formação que vivem naquele núcleo de pessoas. Os exemplos somados as personalidades darão forma ao comportamento do futuro adulto que ali é forjado. Existem exceções a essa regra, mas esse é o caminho natural.
Se os pais de cada um desses agressores de esposas, companheiras, noivas e namoradas; sentarem num divam e fizerem um regresso hipnótico ao passado, eu não tenho dúvidas de que encontrarão em algum ato, fala, atitude, o “start” que ajudou acrescentar na personalidade confusa e egoísta dos seus filhos, os aspectos doentios do ciúme, da intolerância e do espírito possessivo que é natural nesses criminosos.
Sobre relacionamentos, seja você homem ou mulher, por favor, transe com quem quiser, mas seja cuidadoso. Traste não trás letreiro na testa, mas se bem analisado – coisa que o fogo do tesão somado a fogo do álcool, por vezes, não permite acontecer –, certamente as chances de se livrar de um bacamarte serão bem maiores. Observe bem com quem você se envolve, para não viver na vida real o título de um clássico da ficção muito assistido nos anos 80: “Pague Para Entrar, Reze Para Sair”. Vamos em frente! #flavioazevedo
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