segunda-feira, 4 de junho de 2018

Calote do poder público é apoiado pelas próprias vítimas

Flávio Azevedo
O atual comandante da Prefeitura de Rio Bonito se diz tão diferente da sua antecessora, mas os proprietários das Kombis que transportam estudantes estão, segundo uma desesperada fonte que conversou comigo nesse sábado (02/06), há três meses sem receber e não há previsão de quando irão receber pelos serviços prestados. 

No governo passado, aquele que o prefeito faz questão de lembrar que eu fiz parte, teve uma vez que depois de três meses de atraso, os proprietários de veículos foram chamados na Prefeitura para ouvir a seguinte proposta indecente: “vamos renovar o seu contrato, mas vamos te pagar daqui pra frente, pedimos que você esqueça a dívida passada”.

Os donos da Kombi se sujeitaram a concordar com essa canalhice, porque tinham que honrar as prestações das Kombis que compraram para prestar o serviço. Ou seja, nós estamos diante de governantes que se repetem no poder usando e abusando da picaretagem e do que eu chamo de “cretinismo administrativo”.

Há quase 30 anos Rio Bonito sofre com governos que se acusam disso e daquilo, mas que governam com a mesma lógica de exploração de pessoas, assediam moralmente colaboradores, fornecedores e servidores e através de seus modus operandi confirmam o tempo todo que o Brasil é o país da impunidade.

Mas nada está tão ruim que não possa piorar! O “cretinismo administrativo” forma o “cretinismo eleitoral”, uma síndrome patológica que faz o eleitor enxergar como normal os atos repugnantes de governantes inescrupulosos. Médicos psiquiatras e estudiosos da matéria explicam que a principal razão para o eleitor manifestar esse comportamento é o senso de autopreservação.

Enfim, para explicar a paixão doentia do riobonitense pela ultrapassada dupla, Mandiocão e Solange; também é possível citar a Síndrome de Estocolmo, quando o refém se apaixona pelo sequestrador ou quando a vítima se alia ao seu algoz em suas práticas criminosas. Não há outra assertiva que retrate tão bem a paixão doentia do eleitorado riobonitense por pessoas que gerenciam tão mal o município e que seguem sendo amadas por esses munícipes. Não é patetice ou falta de escolaridade é doença.

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