sábado, 7 de abril de 2018

Para ricos e pobres a Justiça é servida de forma diferente

Flávio Azevedo
Nessa terça-feira (03/04) cinco pessoas foram presas em Rio Bonito. Na operação, que buscava combater o tráfico de drogas, houve troca de tiros com a polícia. Mas porque estão presos, se ainda não há sequer uma condenação em primeira instância? E a presunção de inocência? Conheço gente condenada em segunda instância que segue em liberdade aguardando embargo disso e daquilo. Como alguém comentou na postagem que noticiou a prisão das pessoas aqui de Rio Bonito: “liberdade aos cria”.

Eu fico intrigado: por que “os cria” estão presos, se Collor, Rocha Loures, Temer, Aécio Neves, Moreira Franco, Lula e tantos outros vagabundos estão soltos? A população carcerária no Brasil é de quase 300 mil pessoas. Metade dessa gente sequer foi condenada e muitos serão liberados depois de semanas, meses ou anos, porque foram detidas por engano.

Entre os quase 300 mil presos, nós temos mães de filhos pequenos que estão cumprindo pena. Parece que só a mulher do Sérgio Cabral tem direito a essa mordomia de ficar em casa por conta de filho menor. Entre os quase 300 mil presos, muitas pessoas estão doentes, fazem tratamentos por conta de enfermidades muito mais graves e complexas que a doença de Maluf, Picciani e tantos outros calhordas... Mas estão cumprindo pena.

A decisão de negar um habeas corpus para um cidadão que por acaso ocupou a presidência da República, não deve ser comemorada, porque ele e um grupo grande de bandidos de terno caro já deveriam estar encarcerados há anos, como foram presos sem clemência, sem recursos, sem juridiquês, os moradores do Boqueirão, na última terça-feira.

No Brasil, a Justiça é servida de uma forma para os ricos e de outra maneira para os pobres.

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