sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Mais um menor apreendido no Parque da Caixa D’água em Rio Bonito

Flávio Azevedo
O volume de envolvidos com o tráfico de drogas no local não diminui.
O bairro Caixa D’Água, mais precisamente o Parque da Caixa D’Água, se tornou um problema para o setor da Segurança Pública nos últimos meses em Rio Bonito. Apesar da atuação da polícia e das seguidas prisões e apreensões, o volume de envolvidos com o tráfico de drogas no local não diminui. Nessa quinta-feira (16/02), policiais militares apreenderam, no local, um menor de 17 anos. A história segue o roteiro de tantas outras que a nossa reportagem já contou de prisões na localidade.

Com o menor, os policiais encontraram uma Pistola, cal 9x19 mm, marca Canik Shark FC; um carregador e 14 munições intactas com numérica suprimida. Ele também tinha dois rádios Baofeng, um fone de ouvido e dois celulares. Pelo 190, a Polícia Militar recebeu denúncia de que elementos estariam traficando no local. Um cerco tático foi montado na mata, onde três elementos foram avistados. 

Ao verem a Polícia o trio fugiu, mas um deles foi capturado. O menor apreendido disse que estava há apenas um dia no tráfico da localidade e confirmou que um elemento chamado “Léo” é o gerente do tráfico no local. O menor foi conduzido a 119°DP, onde ficou apreendido e autuado conforme o Artigo 16 da Lei 10.826/03, que dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição; e o Artigo 35 da Lei 11.343/06, a chamada Lei do Tóxico.

Menores iludidos pelo tráfico

Menores continuam sendo presos, envolvidos em vários crimes, especialmente tráfico de entorpecentes. Na opinião do juiz da Infância e da Juventude de Ourinhos, Paulo André Bueno de Camargo, esta dura realidade que acontece em todo o Brasil é preocupante. “Os menores estão se iludindo no Brasil com o dinheiro fácil e os traficantes, cada vez mais, estão usando adolescentes no tráfico”. Para o magistrado, as crianças que não recebem assistência do Estado têm grande chance de serem seduzidas por traficantes. Ele acrescenta que adolescentes envolvidos em crimes já têm parentes na marginalidade. “O pai é traficante e está preso. A mãe também geralmente está envolvida no tráfico. Tudo isso é causado por uma desestruturação familiar” esclareceu.

Para especialistas em Segurança Pública, a contratação de menores pelo tráfico de drogas foi uma maneira do negócio sobreviver e manter os lucros. A estratégia dos criminosos é driblar condenações por tráfico de drogas e por isso recrutam menores de idade para fazer a venda direta ao usuário, uma vez que os adolescentes não cumprem penas, mas medidas socioeducativas. Diante desse cenário, adolescentes já envolvidos com o crime subiram no quadro hierárquico do tráfico. Eles deixaram o posto de “fogueteiro” (quem sinalizam a entrada da polícia no morro), para vender entorpecentes. Motivados pela oportunidade de ganhar dinheiro fácil, adolescentes que não integravam o tráfico também estão sendo atraídos pelos traficantes.

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