terça-feira, 13 de setembro de 2016

A política e os seus caminhos imprevisíveis

Enquanto acompanhava a cassação de Eduardo Cunha, nessa segunda-feira (12/09), um filme passava pela minha cabeça. Lembrei as duas visitas desse senhor a nossa cidade. Ao lado do deputado estadual, Paulo Melo, ele era apresentado como um “baita parceiro de Rio Bonito” e o cara responsável por manter no mandato quem deveria ter deixado o cargo por uma série de irregularidades.

Pois bem. Em 2014 eu acompanhei bem de perto a candidatura ao cargo de deputado federal do vereador Marquinhos Luanda. Inicialmente a ideia foi ridicularizada por muitos, inclusive, por colegas de parlamento. Ele não se importou e saiu em busca dos votos. Eu consigo recordar cada caminhada, cada movimento gesto de Luanda e não consigo esquecer, sobretudo, a perseguição deflagrada contra ele, porque a cúpula do governo municipal entendeu a candidatura dele como um movimento subversivo.

Só para refrescar a memória de alguns, eu gostaria de lembrar que 99% dos funcionários da máquina, ligados a Luanda, foram exonerados. Quem decidiu dar apoio a ele e não a Eduardo Cunha foi pressionado. Na Serra do Sambê, um vizinho nosso que prestava serviço para a Prefeitura promoveu uma confraternização e convidou Luanda. Passou por lá um espião (integrante do DOI-CODI), deu a planta do que estava acontecendo aos seus superiores (que vieram conferir) e no dia seguinte o sujeito estava na rua.

Quem decidia por placa de Luanda em casa era visitado por integrantes do governo. A missão da “guarda pretoriana” era tirar o voto de Luanda e direcioná-los a Eduardo Cunha. Para a candidatura, Marquinhos Luanda só dispunha do Facebook como ferramenta de comunicação. Uma das suas estratégias era publicar fotos das reuniões que fazia na sua mídia social. Curiosamente, no dia seguinte a residência recebia uma reunião pró Eduardo Cunha. É que a “guarda pretoriana” via as fotos no Facebook e partia para lá! Não foram poucas as vezes que isso aconteceu! O remédio foi parar de divulgar as visitas, as reuniões, os encontros, que passaram a ser fortuitos, porque a “guarda pretoriana” estava de olho.

Nada como um dia após o outro...

Dois anos depois, o “baita parceiro de Rio Bonito” está cassado. Aliás, a tal parceria não resultou em nada de bom para a nossa cidade. Dois anos depois, Marquinhos Lunda é candidato a prefeito de Rio Bonito, uma candidatura que não foi planejada pela líder do diretório municipal do PMDB, pois ela tinha outros planos e outros nomes para representar o partido, mas o desempenho de Luanda para a vaga de deputado federal e a forma como lidou com o “vento contra” mostrou que não haveria nome melhor para representar o partido nesse pleito.

Injustamente rotulado como candidato da máquina, Marquinhos Luanda enfrenta outra batalha: mostrar para a população que embora esteja no PMDB ele não é igual ao que representou a sigla até aqui. Digo que é injusto esse argumento de que “Marquinhos é o candidato da máquina”, porque essa máquina que dizem estar ao lado dele é essa que oferece ruas escuras; Saúde doente; postos de Saúde sem medicamentos; falta de exames; entulhos e resto de obras, acumulados e mal descartados; servidores, ativos e inativos, reclamando atraso nos salários; escolas sucateadas; bairros abandonados; folha de pagamento insuflada; obras paralisadas; prédios públicos fechados e abandonados e privados alugados... E dizem que essa máquina que está a serviço do candidato.

É Luanda... Eu conheço a sua história e sei que você está acostumado a superar desafios quase intransponíveis. Penso que você está diante de outro desses desafios! Por isso, como você sempre escreve: “que Deus ilumine os seus caminhos”!

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