quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Ronaldinho Gaúcho não é mais jogador do Fluminense

Flávio Azevedo 
Eu não comemorei a chegada de Ronaldinho Gaúcho ao Fluminense. Quando chegou ao clube, a equipe brigava pelo título do Campeonato Brasileiro de 2015. Hoje, briga para fugir da zona do rebaixamento. Jogador que já foi considerado o melhor do mundo, o Gaúcho chegou sob desconfiança e se despede sob uma certeza: já foi tarde! É visível a queda de rendimento do time e a divisão do elenco a partir da sua chegada. A rescisão de contrato entre clube e atleta, que eu classifico como “ex-jogador em atividade”, foi decidida amigavelmente na noite dessa segunda-feira (28/09).

Segundo reportagem do G1, amigos de Ronaldinho afirmam que o camisa 10 "quer largar o futebol" e não aguenta mais jogar. Na análise desses amigos, "uma história linda não podia ser manchada dessa forma". A palavra usada no Fluminense foi de que Ronaldinho foi "digno" ao expressar sua vontade de deixar o clube e reconhecendo seu baixo rendimento. Eu concordo com essa análise! Se eu não me empolguei com a chegada dele, a forma como está saindo faz com que eu o admire: reconhecer que não dá mais e pedir para sair não é fácil e nem todos os atletas têm essa postura.

O comportamento de Ronaldinho no dia a dia do clube causou seu desgaste. O jogador chegava ao treinamento uniformizado e logo ia embora sem tirar o uniforme. Essa postura mostrava o isolamento de um atleta que não se envolvia nas questões relacionadas ao time. Diante do pouco que apresentou nos primeiros jogos pelo tricolor, ficou decidido que Ronaldinho precisava de recondicionamento físico, o que o tirou de algumas partidas.

Nos treinos marcados para o período da manhã, ele chegava bem antes do horário, sugerindo a possibilidade de estar virado. Os copos de café e os cigarros eram fiéis companheiros. Fica nítido que, aos 35 anos, Ronaldo não deseja ser e não reúne mais condições de ser um atleta profissional.

A postura do jogador incomodou o capitão Fred, que em várias ocasiões, mesmo vetado pelo departamento médico, vai ao estádio, inclusive, dando um forte sermão na equipe após as derrotas. “Quem tiver comprometimento com o clube deve remar junto comigo pela recuperação no Brasileiro”, disse o capitão. Na rodada seguinte, contra o Coritiba, no Couto Pereira, Fred ainda não tinha condições de atuar. Mas, para dar o exemplo, viajou com a delegação, ficou no banco de reservas e atuou como um "auxiliar" técnico.

Aos que tentaram comparar a contratação de Ronaldinho a de Deco, outro atleta brilhante, que chegou ao clube em fim de carreira, analisem a vida particular de ambos e você perceberá uma enorme distância entre o Gaúcho e luso-brasileiro. Sobre Ronaldinho, eu lamento o triste fim de carreira de um atleta que por muitos anos encheu os nossos olhos com o seu encantador futebol, marcou o seu nome como um dos grandes do futebol brasileiro e se despede do esporte de forma melancólica e triste.

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