segunda-feira, 4 de maio de 2015

Estamos fazendo a nossa parte?

Flávio Azevedo 
Depois do crime bárbaro que aconteceu no Parque Andréa na madrugada desse domingo (03/05), “in box”, muita gente me pergunta: “o que será feito para acabar com essa violência e mudar esse cenário de insegurança?”. Nas mídias sociais a principal pergunta é: “cadê a polícia?”. Exclamações do tipo “alguma coisa precisa ser feita!”, também vemos sendo escrita no Facebook.

Bem, a minha sugestão é que a polícia seja esquecida, porque ela tem feito o trabalho dela. A verdade é que a Polícia não pode ser responsabilizada, porque ela prende o indivíduo, mas as leis determinam que o indivíduo seja solto. Esse rapaz que foi assassinado em Parque Andréa, por exemplo, foi preso em fevereiro desse ano e já estava na rua desenvolvendo as mesmas atividades que motivaram a sua prisão.

O Brasil e o brasileiro tem o mau hábito de terceirizar os problemas. É claro que a maior parte dos nossos políticos é corrupta; quem não é corrupto, é omisso; quem não peca pela omissão é irresponsável; mas isso só acontece porque a sociedade é desinteressada e descaradamente transfere a responsabilidade que é dela para a Polícia e para a política. Está nítido que o nascedouro da violência está na eterna desigualdade social do país; e também está claro que não se resolve os problemas sociais com políticas compensatórias e paliativos eleitoreiros.

A pergunta, “cadê a Polícia?”, instituição que tem as suas falhas; o questionamento, “o que estão fazendo os nossos políticos?”, que sabemos ter muita culpa no cartório; não podem ser feitas sem indagarmos também “o que nós estamos fazendo para contribuir?”.

Eu defendo a instalação de cabines de Segurança nas entradas e saídas da cidade e o monitoramento do nosso território, sobretudo porque os assaltos e roubos que estão acontecendo em Rio Bonito estão sendo praticados quase em sua totalidade por marginais de municípios vizinhos. Contudo, papai e mamãe também precisam monitorar os seus filhos. Com quem estão andando; fazendo o que; a hora que saem; a hora que chegam etc.

A lerdeza de determinados pais me deixam com a impressão de que eles nunca passaram pela adolescência, época de rebeldia, período em que o sujeito está a fim de afrontar, quebrar regulamentos, transgredir regras... Eles parecem já ter nascido adultos e que nunca passaram por essa fase.

Sendo assim, não deixe de questionar a Polícia, cobrar dos políticos, mas se certifique de estar fazendo a sua parte e dando a sua contribuição a partir da vigilância e monitoramento dos seus filhos. Eu não tenho dúvidas de que quando isso começar a acontecer haverá um grande avanço no combate a violência, ao tráfico de drogas e a insegurança.

Resta saber se os setores que lucram com o caos permitirão essa mudança de atitude, uma vez que a insegurança é o principal ativo das indústrias, do tráfico de drogas e da violência, que estrategicamente financia setores, lideranças e discursos midiáticos contrários a mudança de postura da sociedade a partir das famílias.

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