Flávio Azevedo
Ao completar 515
anos, o Brasil é um país adolescente (indeciso). O seu povo está sem saber o
que fazer diante da escolha de continuar com o seu modelo colonial e estilo
feudal que norteia a sua lógica de existência e todas as suas instituições
(inclusive
as religiosas); ou migrar para o paradigma moderno, onde o povo é consciente e
as instituições são minimamente decentes e responsáveis com as suas atribuições.
Quem espera ver
essa mudança de paradigma começar na política está fadado ao fracasso. Enquanto
o nosso povo não perceber que a mudança vem dele, "tudo continuará como
dantes no quartel de Abrantes". A ideia dos nossos mandatários é mudar
para continuar do jeito que está. É claro que, ao povo, falta Educação para
entender isso, mas também é preciso bom senso, patriotismo, espírito
comunitário e coletivo.
Não são poucas as
correntes que em nome de defender o "status quo" criticam esse
discurso de chamar o povo à responsabilidade. Mas é isso que precisa acontecer.
E digo mais. Não é preciso ir para rua fazer papagaiada, quebrar vitrine de
lojas e tocar fogo em ônibus, quando diante da urna eleitoral nós mantemos o
que precisa ser mudado e votamos naquele candidato que alimenta em nós
interesses individuais em detrimento dos coletivos.
A verdade é que nós
precisamos apenas exercer a nossa cidadania. E como se faz isso? Frequentando
as sessões da Câmara de Vereadores, integrando os sindicatos e Conselhos
Municipais, fortalecendo as associações de moradores e, sobretudo esquecendo os
privilégios e benesses que a coisa pública oferece, por exemplo, essa lei
escrota de incorporação de salário que existe em Rio Bonito, um modo
institucional e legal que criaram para silenciar os funcionários municipais.
A lei de
incorporação, oferecida aos que ocupam cargos comissionados e de confiança na
Prefeitura, nos faz lembrar a canção de Dominguinhos: “Olha, que isso aqui tá muito bom, isso
aqui tá bom demais; olha, quem tá fora quer entrar, mas quem tá dentro não sai”.
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