terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

“Quem tá fora quer entrar, mas quem tá dentro não sai”

Flávio Azevedo 
Ao completar 515 anos, o Brasil é um país adolescente (indeciso). O seu povo está sem saber o que fazer diante da escolha de continuar com o seu modelo colonial e estilo feudal que norteia a sua lógica de existência e todas as suas instituições (inclusive as religiosas); ou migrar para o paradigma moderno, onde o povo é consciente e as instituições são minimamente decentes e responsáveis com as suas atribuições.

Quem espera ver essa mudança de paradigma começar na política está fadado ao fracasso. Enquanto o nosso povo não perceber que a mudança vem dele, "tudo continuará como dantes no quartel de Abrantes". A ideia dos nossos mandatários é mudar para continuar do jeito que está. É claro que, ao povo, falta Educação para entender isso, mas também é preciso bom senso, patriotismo, espírito comunitário e coletivo.

Não são poucas as correntes que em nome de defender o "status quo" criticam esse discurso de chamar o povo à responsabilidade. Mas é isso que precisa acontecer. E digo mais. Não é preciso ir para rua fazer papagaiada, quebrar vitrine de lojas e tocar fogo em ônibus, quando diante da urna eleitoral nós mantemos o que precisa ser mudado e votamos naquele candidato que alimenta em nós interesses individuais em detrimento dos coletivos.

A verdade é que nós precisamos apenas exercer a nossa cidadania. E como se faz isso? Frequentando as sessões da Câmara de Vereadores, integrando os sindicatos e Conselhos Municipais, fortalecendo as associações de moradores e, sobretudo esquecendo os privilégios e benesses que a coisa pública oferece, por exemplo, essa lei escrota de incorporação de salário que existe em Rio Bonito, um modo institucional e legal que criaram para silenciar os funcionários municipais.

A lei de incorporação, oferecida aos que ocupam cargos comissionados e de confiança na Prefeitura, nos faz lembrar a canção de Dominguinhos: “Olha, que isso aqui tá muito bom, isso aqui tá bom demais; olha, quem tá fora quer entrar, mas quem tá dentro não sai”.

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