terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Tragédia do “Charlie”: toda ação gera uma reação

Flávio Azevedo 
Desculpe aos profissionais do Charlie mas essas charges são indecentes, imorais e desnecessárias.
Eu não me interesso por assuntos do Oriente Médio, porque acho um noticiário enfadonho. Ninguém me tira da cabeça que os Estados Unidos da América (EUA) só ficam lá perturbando por causa do petróleo. Leve o petróleo para o Polo Norte e os esquimós serão os terroristas da vez. Quanto aos habitantes do Oriente Médio, classificados pela mídia ocidental como “terroristas”, eu acho que essa é a natureza deles. O que o juízo de valor ocidental classifica como “atrocidade”, o juízo de valor do Oriente Médio chama de “cotidiano”. Precisamos entender de uma vez por todas que o patriarca ensina os seus filhos de 7, 8, 9, 10 anos a atirar, com a mesma naturalidade que nós levamos os nossos filhos de 7, 8, 9, 10 anos, para as escolinhas de futebol.

Agora vem cá! Você já imaginou um exercito de outro país invadir o Brasil e determinar que o Futebol, o Carnaval e o churrasco estão proibidos? Qual seria a nossa reação? Qual seria o seu, o meu, o nosso comportamento, se colocarem diuturnamente um soldado estadunidense ali na esquina proibindo você de bater uma pelada com os amigos? E se você insistir, você é listado como “terrorista”. Ninguém parou para analisar que a morte, a destruição e a guerra, para esses povos são elementos culturais como o futebol e o Carnaval para nós.

O que classificamos como “inferno” por conta dos nossos valores ocidentais, os povos do Oriente Médio classificam como “dia-a-dia”. O que chamamos de “sossego” eles chamam de “chatice”. Sinceramente, forçar esses povos a mudar a Cultura deles é entendido por eles como um ato de violência descomunal. Eles não querem mudar. Eles são assim!

Partindo dessas premissas, eu classifico as charges publicadas pelo jornal francês Charlie (pelo menos as que eu vi) como de péssimo gosto. Aliás, eu tenho certeza que elas em nada mudaram a maneira de ser dos islamitas. Aliás, como “toda ação gera uma reação”, deu no que deu. É claro que eu não concordo com a violência dos islamitas, mas eu classifico as charges e cartuns que motivaram essa tragédia como ofensivas, indecentes, imorais e desnecessárias. Nenhuma das charges eu interpreto como crítica e sim como deboche!

O meu pai era um lavrador, um homem sem formação acadêmica, mas era um sábio! Acostumado a lidar com tropa de animais, certo dia ele me disse que “quando o burro te dá um coice, você não mata o burro, porque você é gente e o burro é burro”. Outra vez ele me disse que “quando o cachorro te dá uma mordida, você não morde o cachorro de volta, porque ele é cachorro e você é gente”. Partindo da lógica do meu velho, eu defendo a ideia de que os povos do Oriente Médio tem uma Cultura, nós temos outra e precisamos aprender a conviver com essas diferenças!

Enfim, eu nunca serei islamita; e nunca forçarei um islamita a se tornar um cristão, a não ser que ele queira mudar voluntariamente.

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