terça-feira, 8 de julho de 2014

Vereadores repudiam texto crítico sobre a “Marcha para Jesus”

Flávio Azevedo 
O vereador Márcio da Cunha Mendonça, o Marcinho Bocão, faz parte da bancada evangélica.
Na sessão Legislativa do último dia 12 de junho, um dos temas abordados foi a “Marcha para Jesus”, evento realizado no último dia 21 de junho. Os vereadores Márcio da Cunha Mendonça, o Marcinho Bocão; e Edilon de Souza Ferreira, o Dilon de Boa Esperança, integrantes da bancada evangélica da Câmara, criticaram o texto “Marcha para Quem?”, publicado pela última edição do jornal “O TEMPO” (Edição 49) e no Facebook pessoal do editor do jornal. O texto critica a subvenção de R$ 60 mil aprovada para o evento, faz reflexões sobre o foco da Marcha e comenta a questão das celebridades do mundo gospel.

Em suas falas, os vereadores, Dilon e Marcinho Bocão, defenderam o evento; criticaram o texto e afirmaram que os evangélicos e organizadores da “Marcha Para Jesus” ficaram indignados com a publicação. Enquanto Dilon disse que levou o caso a prefeita Solange Almeida e pediu providências; Marcinho Bocão revelou que o recurso de R$ 60 mil, apesar de aprovado pela Câmara, não seria mais liberado pela Prefeitura.

O vereador Dilon de Boa Esperança confirmou a tristeza de vários pastores e reclamou das críticas direcionadas ao poder Legislativo. “O assunto repercutiu nas mídias sociais, nos jornais, mas eu queria que as mídias sociais colocassem como esta Casa tem trabalhado, tem reclamado, que coloquem isso também!”.
– Os pastores da Unipas, pessoas sérias, pediram para agradecer o apoio dos vereadores e querem um direito de resposta, porque da maneira que se coloca, parece que os pastores que estão organizando o evento são incompetentes, não tem boa índole... Eu não gostei, eu não fiquei satisfeito, conversei com a prefeita, disse que não gostei, fiquei indignado e deixo aqui o meu repúdio a essa matéria, que não foi feita de boa fé. E estou falando aqui o que muitos evangélicos e, até alguns católicos, gostariam de estar falando – desabafou Dilon.

“Perseguição” 
O vereador Edilon de Souza Ferreira, o Dilon de Boa Esperança, repudiou o texto e disse que cobrou, da prefeita Solange Almeida, providências. 
De acordo com os vereadores, os pastores e evangélicos de Rio Bonito estão indignados com o conteúdo do texto. No entendimento dos evangélicos, segundo os vereadores, a intenção da publicação é levantar suspeitas e interrogar a intenção dos pastores. O vereador Marcinho Bocão lembra que o colega Aissar Elias explicou que como a “Marcha Para Jesus” é um evento que faz parte do calendário cultural do município, a subvenção é legal.
– É um evento cultural e a União dos Pastores (Unipas) de Rio Bonito está tentando fazer um evento que arrasta multidões em todos os lugares. As críticas dizem que a marcha não é para Jesus, mas isso aí a pessoa é que vai dar conta com Jesus, porque os pastores que estão fazendo são pessoas de bem, de respeito, que pretendem alcançar almas. Estão tentando deturpar dizendo que a marcha não é para Jesus, mas para homens – disparou Bocão.

O parlamentar também comentou que os jornais não se mostram contrários aos recursos destinados aos blocos carnavalescos, “apesar da indecência do Carnaval”.
– Eu sou evangélico, não vou ao Carnaval, quem gosta vai, não tenho nada contra, mas é uma festa indecente e recebe verba da Prefeitura. Homens vestidos de mulher, levantando a roupa no meio da rua, mulheres que não usam sutiã, só colam aquele monte de tinta no peito, ficam expostas em lugares públicos e ninguém publica uma matéria sobre isso. Aliás, os blocos também poderiam se juntar para arrecadar recursos para fazer o Carnaval como o texto sugere que as igrejas façam – analisa.

“Cada um tem o seu valor”

Ainda segundo Marcinho Bocão, o evento está sendo organizado pela Unipas e não por uma igreja. “Os pastores têm me procurado, eles estão muito tristes com essa situação, porque estão tentando tirar o brilho da Marcha Para Jesus”. O parlamentar revelou também, que o recurso aprovado pela Câmara, da ordem de R$ 60 mil, que seria destinado ao custeio do evento, não vai mais sair. Quanto a crítica direcionada aos cantores “celebridades”, o vereador argumenta que “todo mundo quer o melhor e Jesus também quer o melhor”.
– Se Jesus deu o dom e o talento para uma pessoa é porque ela tem o seu valor. Nós somos vereadores. Será que aquele que está capinando e roçando tem o mesmo valor que um vereador? Todos são iguais, mas para o presidente dessa Casa chegar onde está ele teve que ter 1.890 votos. Eu, para estar onde estou, precisei ter 841 votos. Se fosse fácil todo mundo tinha voto e todos seriam vereadores – destacou Bocão, lembrando que “se tanta gente vive da música, por que um evangélico não pode viver da música?”.

O vereador lembra que a Unipas pediu R$ 60 mil, mas poderia ter pedido R$ 10 mil. “Tem gente que não ganhou porque não pediu”. A própria Bíblia diz que “às vezes, você não recebe, porque pedistes mal”. O vereador estranha o fato da cantora Aline Barros, uma das atrações dos festejos de 168 anos de Rio Bonito, não ter sido alvo de críticas.
– Eu não sei nem o valor que foi pago a Aline Barros, mas poderiam convidar uma pessoa de uma igreja do interior. Por que na Festa da cidade pode contratar Aline Barros e para a “Marcha Para Jesus” não pode? No meio evangélico, as pessoas também têm a sua preferência como em qualquer outro setor. E que as indecências do Carnaval sejam mostradas pelos jornais, assim como também deveriam apontar o clima de harmonia da “Marcha Para Jesus” – concluiu Bocão.

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