sexta-feira, 6 de junho de 2014

Lona na Lua recebe visita do senador Lindberg Farias

Flávio Azevedo 
O Senador Lindberg Farias defende a participação popular no governo.
Depois de receber o deputado federal, Antony Garotinho (PR), no último dia 17 de abril, o Espaço Cultural Lona na Lua recebeu, na tarde do último dia 23 de maio, a visita do senador Lindberg Farias (PT) e a “Caravana da Cidadania do PT”. Ambos estão na corrida pelo governo do Rio de Janeiro. A equipe do Lona espera receber os demais candidatos a governador. O assunto predominante foi Cultura, mas o senador também respondeu perguntas sobre Saúde, Educação, Segurança e Cidadania.

Participação popular no governo (caso seja eleito), distribuição de investimentos para regiões, que serão divididas de acordo com as suas características; foram temas abordados pelo senador. “Não adianta você trazer tudo para uma cidade, esquecendo a Região. Isso tem que acontecer de forma organizada, descentralizada, para que os municípios se desenvolvam com igualdade”, declarou.

Para alcançar essa realidade, o senador comentou que, caso seja o governador do Rio de Janeiro, irá criar uma secretaria de Governo na Região. Segundo Lindberg, essa é a única maneira do povo ser ouvido, através de “consulta e de um orçamento participativo, para as pessoas não ficarem dependendo de um coronel”, comentou.

Marcaram presença, integrantes do PT de Rio Bonito e Silva Jardim. Ex-vereadores como Luiz de Mendonça Martins, o Luiz da Luz; e Arnupho Dobbin Ferro, o professor Arnupho; também prestigiaram o evento. O ex-prefeito de Silva Jardim, Marcelo Xavier, o Zelão; a ex-prefeita de Rio Bonito, Maria Luiza Cid Loureiro; a vereadora de Silva Jardim, Zilmara Brandão da Silva, a Zilmara Xavier; e lideranças petistas do município de Maricá, entre eles a primeira dama daquele município, Rosangela Zeidan; também passaram pelo Lona na Lua para ouvir o senador.

Reflexão

Em tempos de eleição, cada um puxa brasa para a sua sardinha, defende as suas ideias e tenta garantir um lugarzinho ao sol. Na alça de mira dos pré-candidatos, o cidadão, que como diz o compadre Washington: “sabe de nada inocente!”. Afirmamos isso, porque até quem é culto, por vezes não percebe que a política, aquela que nasceu na Grécia e está nos livros universitários, não é praticada em nenhum lugar do Brasil. O que se em terras tupiniquins é a política partidária, exercida sobre interesses individuais e nunca coletivos.  

Vale ressaltar que nenhum político entra para a vida pública pensando em se locupletar ou se servir do povo. Alguns são mais operacionais, outros não, mas todos querem ajudar a população. Contudo, ao chegar ao poder, para executar aquele monte de promessas, o político precisa enfrentar o “sistema”, um ser mitológico, midiático, abstrato e perverso, que se contrariado agride e fere quem o cutuca.

Independente de quem está no governo é o sistema quem comanda. O político é apenas a ‘carinha’ sorridente que aparece nos noticiários. Para enfrentar o sistema só convocando o povo (“o povo, unido, jamais será vencido”!). Contudo, esse povo está sem ideais, descrente da política e não confia no político, porque o sistema fez o povo acreditar que o político, que também é vítima do sistema, é o grande vilão.

Para enfrentar o sistema e conseguir o poio popular, o Brasil não precisa de um político, mas de alguém que reconheça publicamente a existência do sistema, que só permite mudanças quando ele tem certeza de que as coisas vão continuar do jeito que estão. Entretanto, por medo de ofender o povo, por receio de perder votos, ou por desconhecimento de causa, poucos têm coragem de reconhecer a existência do sistema, que ironicamente se alimenta do próprio povo. Sim, o povo fortalece o sistema com as suas incertezas, o cultural oportunismo, a avidez pelas facilidades, a busca pelo ganho fácil, a paixão pela corrupção e a conivência com a impunidade.

O político não é um alienígena. Ele também não é sueco, finlandês ou moçambicano. Ele é brasileiro e leva, para política ou para qualquer outra atividade, os seus hábitos e práticas. Ignorar essa realidade, que muitos não querem enxergar, é continuar se enganando; é manter a maléfica transferência de responsabilidade; é permitir que o sistema continue governando em nosso lugar.

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