sexta-feira, 27 de junho de 2014

Confusão e denúncias de perseguição no lançamento da Frente Popular no Rio de Janeiro

Flávio Azevedo 
Cabos eleitorais dos partidos (PT, do PCdoB, do PV e do PSB), que formam a Frente Popular, lançada nesta quinta-feira (26/06), em apoio ao candidato Lindbergh Farias (PT) ao governo do Estado do Rio de Janeiro, acusam os agentes do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de estarem a serviço do PMDB, ao tentarem impedir a realização do evento, que aconteceu na casa de espetáculos Via Show, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Cerca de 20 fiscais do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) estiveram no local para fazer cumprir uma decisão judicial que permitia acesso ao evento somente para pessoas filiadas aos partidos.

Antes de chegar ao evento, Lindbergh questionou o motivo do TRE não ter impedido a convenção do PMDB, que aconteceu no Centro do Rio.
– Eu só queria perguntar se houve o mesmo procedimento arbitrário do TRE na convenção do PMDB que aconteceu hoje. É um absurdo. Isso nunca aconteceu. Ninguém anda com a carteirinha do partido em todos os lugares. Dois pesos e duas medidas – analisou.

O senador Lindbergh chegou ao lado do deputado federal Romário, candidato ao Senado pelo PSB na chapa do petista. No discurso, Lindbergh criticou a gestão Sérgio Cabral, principalmente na área de segurança pública. Já Romário convocou a militância para ir às ruas pedir votos para a chapa e ressaltou o apoio a Eduardo Campos para presidência. “Nossa frente popular precisa tirar do poder essas pessoas que não nos representam mais no estado”, numa referência a Sérgio Cabral, Pezão e o PMDB.

A confusão

O imbróglio aconteceu no início da convenção, que recebeu cerca de 20 fiscais do TRE. Houve confusão e empurra-empurra. Informações veiculadas pela grande mídia noticiam que tumulto começou quando a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB) tentou impedir a ação dos fiscais do TRE e teria dito que não cumpriria a decisão judicial.

O TER informou que vai processar a deputada federal por tentar impedir a fiscalização do evento, mas a parlamentar comentou que é deputada e conhecedora das leis.
– Aqui é uma convenção partidária que vai apresentar uma chapa do meu candidato ao governo. E eu convido quem eu quiser. No “Aezão” não teve isso. Aqui é uma ação política e não tem nada de ilegal – alfinetou Jandira, referindo-se ao evento realizado pelo PMDB, no Rio, no último dia 05 de junho, em prol da candidatura de Aécio Neves.

A decisão é da juíza Daniela Barbosa, coordenadora estadual de propaganda eleitoral do TRE. Segundo a nota divulgada pelo TRE, o ato foi convocado nas redes sociais, mas a legislação proíbe encontros partidários abertos ao público. A juíza já havia tomado a mesma decisão sobre uma reunião partidária de Anthony Garotinho no Riosampa, válida para todos os pré-candidatos.

Ainda segundo a nota do TRE, os responsáveis pelo evento e a deputada teriam incitado “militantes a hostilizar fiscais do TRE, que vão ser processados por descumprimento da ordem judicial”. O relatório do TRE será encaminhado, segundo a nota, ao Ministério Público Eleitoral (MPE), que pode ajuizar ações por propaganda antecipada e abuso do poder econômico.

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