sábado, 10 de maio de 2014

CMDCA promove Audiência Pública para debater utilização dos recursos da Infância e da Juventude

Flávio Azevedo 
Mesa diretora do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, tendo ao Centro, o presidente Jorge Wallace Bretas.
A Câmara Municipal de Rio Bonito recebeu na noite do último dia 14 de abril, uma Audiência Pública que foi promovida pelos conselheiros do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA). O principal objetivo do encontro, que foi prestigiado por conselheiros tutelares, secretários municipais, representantes de entidades assistenciais que trabalham com crianças e adolescentes, foi a utilização dos recursos do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, hoje, cerca de R$ 300 mil.

O presidente do CMDCA, Jorge Wallace Bretas, abriu os trabalhos falando sobre uma série de aspectos que devem ser observados e respeitados para se usar o recurso do fundo, comentou a importância de se fortalecer o conselho e abriu espaço para responder perguntas sobre os recursos e sobre o CMDCA. Ele também explicou que o dinheiro do Fundo tem origem em doações; multas pagas por pessoas que infringem normas de proteção a criança e adolescente; e lembra que pessoas físicas e jurídicas podem doar e deduzir a doação no Imposto de Renda.

O secretário municipal de Planejamento, Marcelo Soares, comentou que “ações pontuais que façam a coisa, realmente, acontecer, com transparência na aplicação dos recursos, certamente incentivarão as doações”. Para o secretário, clareza, objetividade e publicidade na aplicação dos recursos são elementos que conseguirão sensibilizar a classe empresarial a fazer doação para o Fundo. “Eu venho da iniciativa privada e percebo que a morosidade gera desconfiança nas pessoas e o resultado nós já sabemos: ninguém se engaja nessas questões”, analisa.

Estruturas e destinação dos recursos

Um dos temas comentados, na Audiência Pública, foi a violência contra a criança. Para o presidente do CMDCA, “se existe um órgão que precisa ser cobrado por ser o principal responsável por esse problema é o CMDCA”. Wallace acrescenta, porém, que 90% dos conselhos não funcionam em sua plenitude. “Aqui em Rio Bonito nós até temos um estrutura muito boa, mas para a maior parte dos conselhos a realidade não é essa”, destaca Wallace, acrescentando que “no caso dos Conselhos Tutelares essa questão de estrutura e condições de trabalho é ainda pior”.

A Secretaria Municipal de Promoção Social, Rosemary Cerqueira, parabenizou a iniciativa do CMDCA em realizar a Audiência Pública e trouxe para o debate a Casa da Criança, “hoje, com 23 internos e com um custo para município de R$ 36 mil mensais”.
– Esse recurso é aplicado no pagamento de funcionários, estrutura de trabalho, alimentação, lazer que proporcionamos aos internos; e entendemos que esse recurso também pode beneficiar a manutenção da Casa da Criança – analisou Rosemary, que defende a presença do CMDCA participando diretamente das políticas públicas voltadas da sua secretaria.

A secretária disse ainda que o seu trabalho diariamente, em vários eventos e momentos, é falar desse tema. Ela também comentou que os conselhos ligados a Secretaria de Promoção Social (Conselho Municipal de Assistência Social, Conselho Municipal do Idoso e Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência) estão abertos a participação de todos e frisou que “é preciso capacitar as pessoas que atuam com crianças e adolescentes e esse recurso também deve ser destinado a esse fim, inclusive, com destinação para prevenção”, comenta Rosemary.

Entidades deverão ter registro no CMDCA

Outro tema comentado na Audiência Pública é que toda e qualquer instituição que trabalhe com crianças e adolescentes deverão estar inscritas no CMDCA, independentemente de usar recurso público, dinheiro do Fundo da Infância ou não.
– De acordo com a resolução que publicamos recentemente, essas entidades tem cerca de 120 dias para se organizar. O que recomendamos é que os responsáveis por esses entidades procurem o CMDCA para receberem as devidas autorizações, saber que documentos deverão apresentar e, se não tem, saber o que e como fazer para se legalizarem. Esse movimento nos permitirá fazer um RX de quem faz, o que fazem, como funcionam, quantas crianças atendem e, inclusive, como podemos ajuda-los a buscar recursos e prestar melhores serviços – comentou Wallace, lembrando que as reuniões do CMDCA acontecem as segundas e quartas terças-feiras de cada mês, “são públicas e todos devem participar”.

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