sexta-feira, 18 de abril de 2014

Sexta-feira da Paixão

Flávio Azevedo 
A cruz para os romanos era símbolo de suplício e castigo. Para a humanidade, porém, ela representa oportunidade de salvação.
Na página 83 do livro “O Desejado de Todas as Nações”, obra assinada por Ellen G White, a escritora faz o seguinte comentário: Far-nos-ia bem passar diariamente uma hora a refletir sobre a vida de Jesus. Deveremos tomá-la ponto por ponto, e deixar que a imaginação se apodere de cada cena, especialmente as finais. Ao meditar assim em Seu grande sacrifício por nós, nossa confiança nEle será mais constante, nosso amor vivificado, e seremos mais profundamente imbuídos de Seu espírito”.

Portanto, a “Sexta-Feira Santa”, como muitos falam, não é apenas um feriado onde se deve passar o dia comendo canjica, peixes e imaginando os ovos de Páscoa que chegarão no “Domingo de Páscoa”. Outras pessoas chamam a data de “Sexta-Feira da Paixão”, que nada tem haver com os casais apaixonados que se deliciam com a tradicional troca de chocolates da ocasião.

A palavra “paixão” remete ao sofrimento de Jesus, que segundo a Bíblia, deveria sofrer e morrer crucificado. O relato sagrado garante que o sacrifício do “Filho de Deus” é o único caminho para a salvação da humanidade, que deveria receber justo castigo por ter escolhido desobedecer a Deus e se sujeitar ao Diabo (história de Adão e Eva/Gênesis 3).

Os relatos que falam sobre a crucifixão de Cristo afirmam que Jesus morreu a hora nona, o que podemos compreender como 15h. No livro de Mateus (27.45), o apóstolo conta que entre 12h e 15h houve trevas sobre a terra. Essa escuridão é uma representação do quanto o pecado é pernicioso. Ele é tão ruim que foi capaz de matar o Filho de Deus. Para o homem, porém, essas trevas prenunciam salvação. Elas sinalizam que Jesus venceu o conflito entre o bem e o mal. Essa vitória oportuniza a salvação a quem quiser.

No seu evangelho, João reproduz as palavras de Jesus: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai se não por mim” (João: 14-6).

Se nesse momento eu falo, através desse texto, com alguém que passa por um grande sofrimento... Alguém que por forças das circunstâncias está sendo forçado a acreditar que Deus o abandonou... Alguém que sofreu uma perda... Enfrenta uma desilusão... Eu quero dizer que eu também passo por momento semelhante... Para nós resta apenas meditar no que escreveu S. Pedro, na sua primeira carta: “Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós para vos tentar, como se coisa estranha vos acontecesse. Mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis” (I Pedro: 4-12 e 13).

Que Deus nos abençoe!

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