segunda-feira, 21 de outubro de 2013

E agora Rio Bonito?

Flávio Azevedo

Boa parte dos comerciantes de Rio Bonito está preocupada com o que vem por aí! Na BR-101, em Manilha, está sendo erguido o Shopping Itaboraí Plaza, empreendimento que contará com mais de 170 lojas. Serão dois prédios de escritórios, um hotel, um hipermercado e seis salas de cinema, que serão construídos em uma área de 30 milm² de ABL.

Em entrevista recente ao jornal O TEMPO, o presidente da Associação Comercial e Industrial de Rio Bonito (Ascirb), Geison Demier, externou preocupação com os impactos do Itaboraí Plaza e falou que os empresários e comerciantes das cidades vizinhas devem se unir para evitar o êxodo de clientes em direção a “terra do Comperj”.

Historicamente, sob o pífio argumento de manter o status de “ilha de prosperidade”, a sociedade riobonitense, sempre fechada e seletiva, nunca permitiu que a concorrência estrangeira aportasse por aqui. O problema é que esse cenário criou uma perigosa zona de conforto que castrou a criatividade de quase todos. Ou seja, agora, apesar de estar há cerca de 25 km de distância, o adversário existe e a possibilidade de prejuízos é real. E, detalhe: não há o que fazer nos bastidores para impedir essa situação.

Não será muito simpático o que iremos escrever agora, mas é uma realidade o fato de que diante das adversidades nos acostumamos a ficar choramingando, reclamando e esperando o surgimento de um salvador da pátria. Se a colocação anterior foi deselegante, agora, nós iremos falar de esperança, porque quem pode mudar essa realidade é o próprio empresário riobonitense, já que historicamente o nosso comércio sempre foi referência, inclusive, recebendo, em 1946, o título de “Canaã Fluminense”.

Uma cidade de pequeno porte igual a Rio Bonito, com um Centro comercial relativamente pequeno; dona de uma classe média alta forte e com tanta gente preocupada, pode enfrentar o gigante que está sendo erguido em Itaboraí. Contudo, é preciso uma pareceria público privada, onde poder público, iniciativa privada e sociedade deem as mãos.

Diante da urgente necessidade de prestigiar o comércio local para manter a economia municipal aquecida, comerciantes e empresários devem pensar na possibilidade de diminuir a margem de lucro (para atrair o cliente). Por outro lado, o poder público, que precisa desse comércio aquecido, deve pensar alternativas que estimulem e auxiliem consumidores e empresários a se entender.

O mês de outubro chegou e o próximo dezembro pode ser encarado como laboratório para aperfeiçoar a relação entre setor comercial, poder público e sociedade, já que ao longo dos próximos anos o comércio externo irá crescer ainda mais e oferecer maiores perigos ao nosso mercado.

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