segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Sete presos em operação deflagrada pela PM na Serra do Sambê

Flávio Azevedo 
Durante uma operação deflagrada pelo Serviço Reservado de Inteligência (P2), do 35º Batalhão de Polícia Militar, foram presos, no último dia 20 de setembro, na Serra do Sambê, Jhone dos Santos Barbosa, (23); Jadir Soares Lima (23); Samara Cristina Conceição da Silva (19); Joel Ribeiro Borges Júnior (33), Jardel Alves da Silva (32); Diego Peclat do Espírito Santo (18); e Thiago Honorato de Souza (24). A acusação é de tráfico drogas e associação ao tráfico. Com o grupo, os policiais encontraram 537 sacolés de cocaína, 28 trouxinhas de maconha, uma pistola 9mm, celulares e dinheiro.

Os policiais chegaram ao bairro sem farda, fingiram que eram usuários de drogas e fizeram uma encomenda. Pensando apenas no lucro que teriam com os supostos clientes e sem perceber que se tratava de uma armadilha, os vendedores não se preocuparam em proteger o esquema. Muito a vontade, eles mencionaram os nomes dos envolvidos e expuseram os pontos onde as drogas estavam escondidas. Tudo isso facilitou o serviço dos policiais que, por várias horas, varreram a localidade em busca de outros envolvidos.

Triste rotina 
Quem mora na Serra do Sambê não comemora a prisão desses jovens, sobretudo porque rapidamente eles são substituídos em suas atividades. Como acontece em outros bairros do município, não é de hoje que a Polícia Militar visita a localidade, prende supostos traficantes, mas logo eles estão de volta à mesma atividade e fazendo ponto nos mesmos lugares, numa rotina desanimadora e irritante para ambos os lados. Ou seja, para os policiais e traficantes, que vivem num eterno jogo de gato e rato, que interessa somente a um sistema perverso que, diga-se de passagem, é mantido pela própria sociedade.

Em sua maioria, esses presos são filhos de pessoas de bem, gente trabalhadora, homens e mulheres responsáveis, cidadãos cumpridores dos seus deveres, que por uma série de razões perderam os seus filhos para o tráfico de drogas, que existe, e não é de hoje (e pelas mesmas razões), em todo município. Quantos dos nossos jovens não estão mais entre nós por envolvimento com essa desgraça? Não são poucos.

Se os envolvidos demonstram frieza e cara de pau, mais frieza e cara de pau têm a sociedade, que poderia contribuir mais significativamente na luta contra o flagelo das drogas. Contudo, por saber que alguns dos seus entes queridos sustentam, com o seu vício, esse sistema, muitos preferem fazer cara de paisagem e fingir que nada está acontecendo. É mais cômodo, por exemplo, para alguns pais, transferir a responsabilidade, que é deles, para a escola, para o líder religioso, para um parente, para o Conselho Tutelar, para a Casa da Criança, para o Balé, para a Capoeira, para o Curso de Idiomas, para alguma prática esportiva etc.

Sem querer desanimar os policiais que, nessa e em outras operações, tiveram brilhante atuação, a tarefa dos senhores é enxugar, sob intenso calor, uma grande pedra de gelo. A Justiça, que pela sua morosidade parece ser conivente, na verdade faz valer leis formuladas por deputados e senadores que se são, de quatro em quatro anos, eleitos com o nosso voto. Vale lembrar então, que se os nossos representantes políticos são ruins, é possível que seja exatamente nesse momento que eles estejam nos representando, porque juntos formamos uma sociedade que foge das suas responsabilidades, é egoísta, cínica, mesquinha, interesseira e, geralmente, mascara as suas intenções individualistas e perversas com um falso altruísmo e um caricato bom mocismo.

Tem solução? Tem, mas vai demorar! Até que isso seja resolvido nós ainda vamos perder muitas famílias e muitos jovens! Portanto, prezado leitor, seja o pai do seu filho, antes que um traficante o adote!

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