sábado, 14 de setembro de 2013

Oficina de Educação Patrimonial chama atenção para a preservação da identidade riobonitense

Paula Brito

Palestrante Louise Alfonso durante a palestra sobre os bens patrimoniais de Rio Bonito e região. 
A Prefeitura Municipal de Rio Bonito, em parceria com a Autopista Fluminense e a Zanettini Arqueologia, promoveu no último dia 20 de agosto, a oficina “Educação Patrimonial”, com uma aula prática que foi oferecida na Pinacoteca Municipal Antônio Benevides Filho, no Centro. Durante a oficina foram abordados temas como Arqueologia, Mapeamento Cultural, Identidades Locais e Patrimônios. Contratada pela Autopista Fluminense, a ação faz parte do trabalho de estudo de impactos ambientais, obrigatório para a duplicação da BR101. De acordo com a coordenadora do Projeto de Educação Patrimonial, Louise Alfonso, quinze sítios arqueológicos foram encontrados entre Rio Bonito, Silva Jardim e Casimiro de Abreu, o que mostra a necessidade de investimento e valorização dos bens patrimoniais.

Além da coordenadora da Pinacoteca, Cátia Costa, toda a parte estrutura patrimonial teve a colaboração do professor Gelson Gomes e da secretária municipal de Comunicação Social, Rosilane Matos, que também responde pelo Departamento de Cultura da Prefeitura de Rio Bonito. 
– É um projeto muito importante, uma semente plantada para que o riobonitense possa ter consciência de seu patrimônio. Acho que esse é o início de uma parceria longa e de sucesso. Nós temos o projeto de gerar uma estrutura de leis que possibilite que o próprio município possa ser responsável por seus tombamentos e recursos para manter os bens patrimoniais. Rio Bonito possui apenas a Igreja de Sant’Ana tombada, sendo que temos tantos outros patrimônios. Estamos trabalhando para ampliar isso – disse Rosilane.

O professor Gelson acredita ser importante levar o projeto até as escolas municipais e particulares. “Nossa ideia é fazer com que as pessoas entendam a importância dos pontos culturais da cidade. O povo precisa visitar esses lugares e preservar a nossa memória histórica. Essa semente nós pretendemos expandir para os alunos da rede, para que nossas crianças conheçam e preservem a nossa história”, afirmou. Gelson destacou também, a necessidade de criação de um Conselho, como forma de representação civil, para que o processo aconteça com sucesso.

Impressões dos pesquisadores

Sobre o trabalho realizado pela Autopista Fluminense,  Louise afirma que a duplicação da BR101 é de suma importância. Segundo ela, durante todo o trabalho de pesquisas locais e entrevistas, ficou clara a quantidade exorbitante de pessoas que já morreram na rodovia. Mas ela também acredita ser de suma importância que sejam realizadas as pesquisas especializadas em cada área a ser afetada com a obra.
– Há uma série de empresas analisando os âmbitos que serão atingidos com a duplicação. Nós encontramos uma gama de bens patrimoniais, porém, pouco valorizados pela comunidade local. Fizemos uma primeira visita a região, conversamos com algumas pessoas, fizemos reuniões e entrevistas. Agora estamos tentando fazer com que as pessoas passem a ter um novo olhar para as coisas do cotidiano. A nossa proposta é pensar no uso qualificado do patrimônio, que esses bens possam gerar benefícios para a comunidade, inclusão social por meio da Cultura, diminuição de preconceito, sustentabilidade etc. – destacou.

Sobre a importância histórica do território, Louise falou a respeito de 15 sítios arqueológicos encontrados, além de vasto material histórico, que pode auxiliar para a descoberta de comunidades indígenas locais. “Nossa proposta é valorizar esses grupos que viveram, ou vivem aqui, que nem sempre tiveram seu patrimônio cultural valorizado e sua história contada. Vemos tantos casarões sendo destruídos para construir shoppings, estacionamentos etc. O brasileiro precisa entender que não é necessário desvalorizar o passado para se construir o futuro”, afirmou.

A Pinacoteca ainda é desconhecida

Segundo a coordenadora da Pinacoteca, Cátia Costa, um evento como esse é de enorme importância para Rio Bonito. Ela destaca a carência de colaboração dos artistas locais, que muitas vezes desconhecem a Pinacoteca, que está disponível para a visitação e exposição de trabalhos. “Vemos muita gente reclamando da falta da Biblioteca Municipal, mas o espaço da Pinacoteca é pouco visitado. É um local muito importante para o setor cultural e educacional do município. Nossa intenção é trazer os artistas de Rio Bonito para expor os seus trabalhos aqui, mas poucos conhecem o local. Por isso, nós estamos divulgando o espaço e convidando os artistas para conhecerem e mostrar o seu trabalho”, disse.

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