quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Gestão da Educação de Rio Bonito volta a ser assunto na Câmara de Vereadores

Flávio Azevedo

A vereadora Rita de Cássia
A gestão da Educação municipal de Rio Bonito voltou a ser assunto na Câmara de Vereadores nessa terça-feira (27/08). A vereadora Rita de Cássia (PP), que já esteve à frente da pasta por oito anos, criticou a forma como o setor vem sendo gerenciado e discorreu sobre “uma série de problemas que estão acontecendo”. A parlamentar comentou que esperou seis para se pronunciar e disse que “por ser governo fica mais confortável para criticar”. Segundo a parlamentar, “no governo passado, eu não era situação, eu tinha mais cuidado, mas eu era muito mais ouvida e recebida do que hoje, mas não é porque eu sou situação que eu vou me calar”.
– A Educação do nosso município está um caos. Estão faltando professores, merenda, eu estou recebendo telefonemas de mães e diretoras; e visitando as escolas eu estou constatando esses problemas. A Secretaria de Educação não tem dinheiro para comprar um prego para as escolas, que não receberam uma obra nesses seis meses, a não ser o Raulbino (escola do Parque Indiano), onde foi feita uma maquiagem, e por sinal, umas cores horrorosas, para mim aquilo foi mal e parcamente feito – disparou a vereadora.

A parlamentar também questionou a obra que foi feita no prédio da Secretaria de Educação. De acordo com ela, “gastou-se cerca de R$ 10 mil nessa obra, mas e as escolas?”. A tramitação do concurso público para a Educação; os salários continuam muito baixos “e não vão atrair ninguém”; a distribuição de cargos, demonstrados no documento encaminhado aos vereadores e que dará origem ao edital do concurso, também foram questionamentos feitos pela vereadora. “Quem é o orientador pedagógico que vai trabalhar 40 horas para receber R$ 700,00? E esse profissional não trabalha 40 horas”, criticou. Para a vereadora, a secretaria está sendo marcada pelo atropelo, “é o carro na frente dos bois”.
– Não estou aqui falando da pessoa da secretária, mas da inexperiência, da imaturidade... Naquela secretaria, todos os cargos de direção foram desfeitos, porque não conseguiram se entender; as diretoras não são recebidas pela secretária, que só fez uma reunião, aqui na Câmara, agora, com os diretores, que se dirigem ao balcão para conseguir atendimento... Se eu tenho um cargo de gestão e não tenho proximidade com os meus cargos de chefia, como eu vou trabalhar? E Rita é que era uma pessoa muito difícil quando era secretária, mas eu nunca recebi oficial de Justiça na minha porta cobrando satisfação em relação a recursos – afirmou.

Quanto ao comentário de que a Secretária de Educação Lucy Teixeira é cria da vereadora, por ter feito parte do seu staff de trabalho quando ela esteve à frente da Educação, a parlamentar afirmou que ela só tem quatro filhas e não aceita isso. “A merenda tem que ter melhor controle, ninguém sabe o valor, quem comprou é uma firma e se não foi entregue corretamente, não assina a nota de pagamento”. A vereadora também falou sobre o transporte escolar. “Tinha uma pessoa tomando conta do transporte, agora já não é mais, continua o transporte com crianças pelo ladrão dentro da Kombi”. Falta de dinheiro, falta de material nas escolas, a Secretaria de Educação pegando material no Colégio Municipal, pessoas respeitadas na cidade não são recebidas pela secretária de Educação, também foram situações apontadas pela vereadora.

As críticas também foram dirigidas aos coordenadores articuladores, profissionais que fazem visitas itinerantes nas escolas, mas segundo a vereadora, “essas visitas não estão ocorrendo”.
– Eles não estão indo as escolas e nós demos aumento de 100% para essa função. As atribuições da lei 1188 não estão sendo cumpridas e os alunos e professores estão ficando sem o respaldo desses profissionais. Mas por que eles não estão atuando? O professor e os alunos precisam deles – ponderou a vereadora, que também falou sobre a Supervisão. “A diretora das supervisoras está no Ministério Público, por conta de uma atitude que tomou e ela coordena todas as supervisoras”, discorreu Rita, que se mostrou preocupada e acrescentou que “reverter é difícil e providências precisam ser tomadas”.

As insatisfações da vereadora, segundo ela, já foram apresentadas a prefeita Solange Almeida (PMDB), “que está sobrecarregada e com dificuldades, porque tem que ser gestora de cada Secretaria”.
– Um prefeito que sai do seu gabinete, para ir ao Parque Andréa, numa escola, resolver problema de aluno com professor, não tem condições... É uma série de fatores que tem me entristecido, mas não posso mais me calar, preciso me posicionar, a minha forma de pensar é essa; e precisamos parar de achar que administração pública é para colocar, nos cargos, só os nossos amigos, quando o que deve ser determinante é a competência – destacou a vereadora que ainda falou sobre outros temas, mas relacionados a outros setores e sem polemizar.

Um comentário:

  1. Esquanto os profissionais da educação não forem valorizados em nosso municipio, continuaremos presenciando evasão para os municipios vizinhos como Tanguá, Silva Jardim e Itaborai.

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