quinta-feira, 20 de junho de 2013

Mobiliza Rio Bonito

Flávio Azevedo

Cerca de 500 pessoas saíram do ponto de concentração, por volta das 18h30min, para a manifestação que foi recebendo adeptos ao longo do  percurso.
Uma noite épica... Uma ocasião especial... Uma data (19/06/2013) que muito pode representar para Rio Bonito. Estamos falando da mobilização de pessoas, que em número próximo ou superior a mil indivíduos, marcharam em passeata pelas principais ruas da cidade com o objetivo de chamar as autoridades, municipais, estaduais e federais; e a própria sociedade, à responsabilidade. Composta por jovens em sua esmagadora maioria, a marcha teve início na Padaria Japão, percorreu a Ruas Dr. Mattos, Getúlio Vargas, XV de Novembro, Conceição e concluiu no fim da Av. Sete de Maio, no posto de combustíveis.

Ten. Cel. Wagner Guerci e Major Otto Manato
De acordo com o tenente-coronel, Wagner Guerci Nunes, comandante do 35º Batalhão de Polícia Militar de Itaboraí, 38 policiais foram direcionados para a cidade “com o intuito de dar proteção aos manifestantes e manter a ordem em caso de alguma alteração”. Concluído o evento, o comandante da 3ª Companhia da PM de Rio Bonito, o tenente Lima, comentou que não houve nenhum incidente mais sério durante a manifestação e elogiou o comportamento pacífico dos manifestantes.

Entre os participantes do evento, todo tipo de queixa e inconformismo podia ser encontrado. Se inicialmente a motivação era reclamar o aumento das tarifas do transporte público do município, reajustadas em janeiro de 20013, pelo Decreto 001/13 do poder Executivo, outras cobranças também foram vistas. Os superfaturamentos das obras de construção dos estádios que serão utilizados na Copa do Mundo; a PEC 37, que se aprovada restringe o poder de investigação do Ministério Público; e em esfera local, a situação da Biblioteca Municipal, mal acomodada sobre o Supermercado Tinoco.

Cartazes criticando o salário diminuto dos servidores municipais; o aumento irrisório aprovado pelos vereadores há algumas semanas; o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR) dos servidores do município, que ainda não foi implantado; o Trânsito de Rio Bonito; e até o grande volume de policiais que a cidade recebeu (os manifestantes ironizavam perguntando por que não tem esse volume de PMS (38) todos os dias), foram temas questionados na ocasião.

Se a marca da mobilização foi a presença maciça de crianças, adolescentes e jovens, os adultos e até pessoas já com cabelos brancos também deram o ar de sua graça. Em frente ao Botequim MiraSauer, estabelecimento localizado próximo ao Cemitério Central, os manifestantes foram aplaudidos de pé por quem ainda curtia a vitória da Seleção Brasileira sobre o México (2x0). Os manifestantes ficaram agradecidos, mas gritaram: “vem, vem pra rua vem!”. Um dos momentos mais marcantes aconteceu na Praça Fonseca Portela, quando o Hino Nacional Brasileiro foi cantado por um coral de mil pessoas.

Para aqueles que não puderam participar, porque teriam recebido ordens de não ingressar na mobilização por questões político-partidárias, os manifestantes gritaram: “essa luta é por vocês também!”. Um dos organizadores da mobilização confirmou que alguns amigos seus foram orientados a não ingressar na mobilização por trabalharem na administração pública. Indignado, ele ressalta que “o cidadão, sobretudo quem não dependem de cargos políticos para sobreviver, precisa ir às ruas em manifestação, porque é exatamente esse estado de coisas, essa política revanchista e coronelista, do “manda quem pode, obedece quem tem juízo”, que precisa ter um fim”.

Encerramento da caminhada na Av. Sete de Maio, no posto de combustíveis.
Se alguns meninos e adolescentes estavam soltando bombas (cabeças de nego) entre os manifestantes, o cortejo logo gritava “sem vandalismo” e, identificados, os tais “homens bomba” logo eram enquadrados pela polícia, mas sempre com uma abordagem dentro dos critérios de civilidade. Nunca é demais lembrar, que em qualquer volume de pessoas sempre tem uma minoria que fere os princípios propostos pelo objetivo do evento, mas os próprios manifestantes, aqueles que compareceram por estarem motivados pelo espírito público, pela cidadania e/ou pela fraternidade que se via durante a caminhada, ajudava a polícia a combater quem não participava com esse objetivo.

A coordenação do evento se reuniu e definiu nova manifestação para o próximo sábado (22/06), às 10h30min.
Concluída a manifestação, por volta das 21h, a comissão organizadora se reuniu, discutiu o evento, os pontos negativos e positivos; e pensaram no que precisa ser mudado. Ficou decidido que no próximo sábado, às 10h30min, haverá nova mobilização. A concentração será na Praça da Bandeira (Mercado Municipal) e toda população está convidada a fazer parte desse novo ato público que os organizadores fazem questão de dizer que é um movimento estritamente “cidadão”.

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