Divisor de águas na Educação de Rio Bonito

Flávio Azevedo

Depois de ver uma professora ser agredida em sala de aula (pelo responsável de uma aluna), os profissionais de Educação do Colégio Municipal Dr. Kingston de Souza Motta, no Parque Andréa (2º Distrito) fizeram, nessa segunda-feira (08/04), uma paralisação. O objetivo do movimento foi cobrar segurança e atenção para a referida unidade escolar. Esse movimento pode ser um divisor de águas para o setor educacional de Rio Bonito, já que há anos esses problemas acontecem em várias escolas, mas são ignorados e/ou abafados.

A ação estimula o surgimento de novas paralisações por conta de outros problemas "insolúveis" que atingem a categoria há anos, por exemplo, a desvalorização da categoria, que recebe o pior salário da região, uma covardia que persiste por seguidos governos. 

Finalmente chega ao debate, a trágica ação das famílias que estão transferindo as suas responsabilidades para a escola. Essa também é a oportunidade de se refletir sobre os contravalores dentro da família, que acabam desembocando nas escolas e no colo do professor.

Na tarde dessa segunda-feira, eu visitei, mais uma vez, o Colégio Kingston Motta (fui muito bem recebido) e entrevistei a diretora Cíntia Campos, que falou sobre a agressão da professora Rita de Cássia Mello. Ela também comentou a reunião que aconteceu, na manhã de hoje, com a prefeita Solange Almeida e a secretária de Educação; e fez ponderações sobre a Educação escolar e familiar.

Os profissionais da Educação que desculpem a minha sinceridade, mas nem a própria categoria se valoriza e/ou se respeita. Sob essa argumentação “covarde” de que “eu serei colocado em Tatus”, muita gente prefere se omitir diante dos problemas. Pergunto: se os cerca de dois mil profissionais da Educação decidissem reivindicar, todos eles seriam transferidos para Tatus? Será que a humilde escolinha de Tatus comporta dois mil profissionais?”.

Infelizmente, ainda tem aqueles que preferem ficar calados por conta de R$ 200,00 ou R$ 300,00 de gratificação. Diga-se de passagem, penduricalhos que não seguirão para a aposentadoria. Gente, ninguém vê isso? Está na hora de acordar! A ditadura acabou há cerca de 30 anos!