segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Foi por você...

Flávio Azevedo

Filmes como o afamado “A Paixão de Cristo”, de Mel Gibson, levam muitas pessoas ao desespero e a comoção. Em março de 2004, quando o filme estreou no Brasil, o pastor José Geraldo Soares, de 43 anos, morreu vítima de um ataque cardíaco fulminante enquanto assistia o longa. O pastor era membro da 8ª Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte e presidente da Missão Amém, um grupo religioso independente. A igreja havia locado uma das salas de cinema do Minas Shopping para que cerca de 270 fiéis pudessem assistir o filme.

Foi a segunda morte registrada no mundo durante uma sessão de “A Paixão de Cristo”. Na estréia, nos Estados Unidos, (fevereiro/2004), Peggy Law Scott, uma mulher de 57 anos, desmaiou durante as cenas finais que mostram a crucificação de Jesus. O caso ocorreu numa sessão no Kansas. Ela foi atendida, mas não resistiu e faleceu.

As cenas protagonizadas pelo ator Jim Caviezel, realmente são carregadas de sangue, sofrimento e de meandros que indignam platéias mundo a fora. O longa me faz lembrar um texto que está escrito na página 83 do livro “O Desejado de Todas as Nações”, de Ellen G White. Far-nos-ia bem passar diariamente uma hora a refletir sobre a vida de Jesus. Deveremos tomá-la ponto por ponto, e deixar que a imaginação se apodere de cada cena, especialmente as finais. Ao meditar assim em Seu grande sacrifício por nós, nossa confiança nEle será mais constante, nosso amor vivificado, e seremos mais profundamente imbuídos de Seu espírito”.

Nenhuma tentativa de retratar a crueldade destinada a Jesus consegue mostrar o seu sofrimento na mão dos seus algozes.
Segundo alguns historiadores, o sofrimento e dor impostos a Jesus em sua via crucis foi tão descomunal, que nenhuma tentativa de retratá-lo conseguirá igualar a crueldade com a qual Ele foi tratado pelos seus algozes. Jesus, o filho de Deus, o Criador do universo, pereceu nas mãos da humanidade que Ele criou. De maneira impressionante, porém, Cristo rogava: “Pai! Perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”. Antes do sofrimento de Jesus acontecer, o profeta Isaías, talvez, como se estivesse numa sala de cinema, viu essas cenas e retratou o que viu no texto a seguir. 

Quem deu crédito à nossa pregação? E a quem se manifestou o braço do SENHOR? Porque foi subindo como renovo perante ele, e como raiz de uma terra seca; não tinha beleza nem formosura e, olhando nós para ele, não havia boa aparência nele, para que o desejássemos. Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum.

Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos.

Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca. Da opressão e do juízo foi tirado; e quem contará o tempo da sua vida? Porquanto foi cortado da terra dos viventes; pela transgressão do meu povo ele foi atingido. E puseram a sua sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte; ainda que nunca cometeu injustiça, nem houve engano na sua boca.

Todavia, ao SENHOR agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do SENHOR prosperará na sua mão (Isaías 53:1-10).

Mas não fique em desespero, porque tudo isso fez parte de um plano de redenção, afinal, o próprio Jesus disse para os discípulos em João 3.16: “Por que Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o seu filho unigênito, para que todo aquele que nEle crê não perca, mas tenha a vida eterna!”.

A canção ideal para acompanhar a leitura desse texto é de Leonardo Gonçalves: “Getsêmani

No Getsêmani foi que meu Jesus orou,
Se entregando ao Pai mais uma vez.
Logo vieram pessoas para o levar
Para a maior das provações
Ele tanto amou tudo suportou.
Ele carregou a nossa cruz.

Ver os cravos nas mãos, seu corpo a sofrer
Naqueles momentos de dor.
Ver o mestre a chorar e foi por você
Que ele mostrou tanto amor.

Os soldados cuspiam no seu rosto nu...
Posso ouvir o clamor da multidão.
E Jesus a olhar aquele céu azul
Pede ao Pai que lhes dê o seu perdão.
Ele tanto amou, tudo suportou.
Ele carregou a nossa cruz.

Ver os cravos nas mãos, seu corpo a sofrer
Naqueles momentos de dor.
Ver o mestre a chorar e foi por você
Que ele mostrou tanto amor.
Ele tanto, tanto me amou.
Ele tudo por mim suportou carregou minha cruz.

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