sábado, 28 de julho de 2012

Queda de braço entre Prefeitura e Darcy Vargas não é novidade

Flávio Azevedo

As últimas notícias envolvendo uma queda de braço entre a Prefeitura Municipal de Rio Bonito (PMRB) e a direção do Hospital Regional Darcy Vargas (HRDV) é antiga e remonta a gestão da ex-prefeita Solange Almeida (1997/2004). A falta de posicionamento imparcial e apartidário por parte do poder Legislativo e do Conselho Municipal de Saúde não é novidade. Falta de recursos para o HRDV e a ausência de um representante da Prefeitura no corpo diretivo da instituição, também são reclamações comentadas pelas partes há muito tempo. A presença do Ministério Público (MP) mediando os impasses entre PMRB e HRDV também não é novidade.

Em 2004, ano de eleições municipais, o prefeito José Luiz Antunes foi eleito com participação direta da maior parte dos membros da diretoria do HRDV. Eles entendiam ser a ex-prefeita uma figura que não gerenciava a pasta da Saúde como deveria. Ela era qualificada como uma política que fazia a sua gestão baseada no clientelismo e no assistencialismo, motivo para que boa parte dos diretores do HRDV apostasse as suas fichas na dupla Mandiocão e Abdalla.

De acordo com informações do HRDV, até 2004 a PMRB investia cerca de R$ 13 mil no Pronto Socorro (PS). Em 2005 esse recurso subiu para R$ 114 mil. Em 2006, o primeiro impasse. As negociações duraram dois meses, foram capitaneadas por Luis Fernando Romanelli Cardoso e contou com a mediação do MP. Entendendo que Rio Bonito não tinha como arcar com a construção de um hospital municipal em caráter emergencial, o promotor da 3ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva, Augusto Vianna Lopes, estabeleceu um acordo entre as partes, que chegaram a uma solução provisória. O custeio do serviço foi fechado em R$ 188 mil.

Entrega da Emergência a Prefeitura

No dia 21 de setembro ano de 2007, o assunto Centro de Terapia Intensiva (CTI) era o tema do momento. A PMRB doou R$ 150 mil ao HRDV e ficou acertado que o recurso seria doado em três parcelas de R$ 50 mil (foto). A questão do serviço de Emergência, porém, veio à tona mais uma vez. Nesse dia, porém, com a perspectiva de um final feliz para a população. O presidente do HRDV revelou que durante uma reunião entre os membros da diretoria do hospital e o prefeito, também ficou acertado que a partir do próximo ano (2008), a Emergência passaria a funcionar no Ambulatório Municipal Manoel Loyola, na Mangueirinha.

Durante a entrevista, o presidente do HRDV detalhou como seria feita a mudança. “Essa transferência não será feita de uma só vez. Isso ocorrerá de maneira gradativa e planejada. Será uma transição e ocorrerá de forma tranqüila, para não prejudicar o HRDV, a Prefeitura e principalmente a população. O HRDV será uma instituição exclusivamente hospitalar e a emergência ficará por conta do município”, frisou o presidente, lembrando que “o verdadeiro papel da filantropia é auxiliar o Estado e não assumir as obrigações do Estado como tem acontecido durante os últimos anos”, alfinetou.

Nova queda de braço

Em 2008, também ano de eleições municipais, nova queda de braço entre Hospital e Prefeitura. Dessa vez, a renovação do contrato para a manutenção da Emergência era o assunto em pauta. A direção do hospital propôs, à época, que o valor de R$ 225 mil fosse aumentado para R$ 408 mil mensais, um reajuste de 81,5%. Alegando dificuldades orçamentárias, o município queria a renovação pelos mesmos R$ 225 mil anteriores.

Em entrevista ao programa “O Tempo em Rio Bonito”, da rádio Sambê FM (98,7), no dia 9 de novembro de 2008, o então presidente do HRDV, Luis Gustavo Siqueira Martins, afirmou que a direção do HRDV não desejava mais prestar o serviço de Emergência e anunciou que o setor seria fechado nos próximos meses. Ele comentou que o Ministério Público (MP) seria convidado pelo HRDV para mediar essa situação. Ainda segundo Gustavo, o prefeito José Luiz Antunes e a ex-secretária de Saúde, Mônica Figueiredo conheciam a proposta de transferir a Emergência de forma gradual para o município.
– Eles acham viável essa situação, porque o município teria tempo para adequar as suas instalações (seria no Ambulatório Loyola) e contratar e treinar o seu pessoal para absorver o serviço, sem que haja um choque para a população – comentou o presidente do HRDV, revelando que o salário defasado dos médicos do HRDV, à época, estava provocando pedidos de demissão em massa.

Outra questão

Em 29 de janeiro de 2009, já com a Saúde sob o comando de Maria Juraci Dutra, o MP determinou, através do promotor Luciano Mattos, que o município retirasse a Emergência das instalações do HRDV e criasse um serviço próprio. Nesse tempo começou-se uma negociação que culminou com a implantação da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no município. O novo equipamento foi inaugurado no dia 24 de setembro de 2010.

No mês de maio de 2009, a juíza Roberta dos Santos Braga Costa, da Comarca de Rio Bonito concedeu liminar determinando o bloqueio de R$ 584 mil das contas da PMRB para pagamento de um convênio entre o município e o HRDV. O município devia os repasses de fevereiro e março daquele ano.

Com o objetivo de abordar este tema e esclarecer outros questionamentos, o programa “O Tempo em Rio Bonito” voltou a recebeu, no dia 3 de outubro de 2010, o presidente do HRDV. Ele disse que “a saída da Emergência era além de um antigo sonho, uma necessidade” para que o HRDV alcançasse melhor padrão de qualidade.
– Quando assumimos a direção do hospital, nós fizemos estudos e detectamos que por uma série de fatores, era preciso tirar esse serviço (Pronto Socorro) do corpo do hospital. Em 2007, a ideia foi discutida com o prefeito José Luiz Antunes. Quando surgiu o projeto da UPA e confirmou-se que Rio Bonito seria contemplado com uma dessas unidades, nós percebemos que esse projeto estava perto de ser concretizado – disse Gustavo.

Ainda segundo o presidente, a diretoria do HRDV fez estudos para detectar o impacto da falta do PS nas contas do hospital. Ele revelou que o contrato de prestação de serviço de Emergência, que terminaria no dia 30 de setembro de 2010, para que o serviço fosse migrando de forma gradativa para a UPA, foi ampliado até 31 de outubro. À época, ele disse que a UPA estava muito bem preparada para atender a população e destacou a chegada dos serviços de Alta Complexidade como o Centro de Terapia Intensiva (CTI) e a Unidade de Assistência de Alta Complexidade Oncológica (Unacon).

Opinião

Diante desse cenário de quase oito anos, não sabemos o motivo do desespero quanto ao iminente fechamento do Pronto Socorro do Darcy Vargas, uma vez que a falta de médicos na emergência do hospital é perfeitamente viável dentro da proposta que nesses últimos anos foi amplamente anunciada pela entidade: desativação GRADATIVA do Pronto Socorro, migração do serviço para a UPA e investimentos em equipamentos para transformar o HRDV numa unidade de Alta Complexidade.

Impasse entre Secretaria de Saúde e Hospital Darcy Vargas pode parar no Ministério Público

Flávio Azevedo

Orientada pela Procuradoria Geral do Município, a Secretaria de Saúde de Rio Bonito, na próxima segunda-feira (30/07), vai pedir que o Ministério Público (MP), através da Tutela de Saúde, auxilie nas negociações entre a Prefeitura Municipal e o Hospital Regional Darcy Vargas (HRDV), que, hoje, estariam emperradas. “O objetivo é manter o Pronto Socorro (PS) funcionando, porque a população não pode ser privada do direito a Saúde, já que tem recurso e o serviço está contratado”. Essas e outras informações foram anunciadas pela secretária de Saúde, Maria Juraci Dutra, na tarde dessa sexta-feira (27/07), em entrevista exclusiva concedida no seu gabinete.

Diante da matéria veiculada na edição 28 do jornal “O TEMPO”, onde parte da diretoria do HRDV faz duras críticas a secretária de Saúde, ela informou que os comentários “pejorativos e pessoais” contidos na reportagem serão levados a Justiça.
– São afirmações completamente desprovidas de conteúdos de relação institucional. É pessoal. Nessa relação entre nós (Secretaria de Saúde e HRDV) raras vezes não tivemos a presença do Estado, raras vezes a reunião não se transformou em objeto de uma resolução, em termo de adesão ou de compromisso. Eu não me relaciono pessoalmente com ninguém, principalmente com um hospital. Eu me relaciono através da pessoa jurídica, formal e institucional – disse a secretária.

Preocupação

De acordo com o procurador Geral, Leandro Weber, a situação está tomando um rumo que preocupa a Saúde de Rio Bonito, porque de 2008 a 2012 o volume de recursos transferidos ao HRDV foram significativos. “Mas estamos ouvindo histórias de comprometimento das atividades do hospital e já se identifica problemas de falta de médicos, de medicamentos... Então, a coisa vai ganhando um desenho de que a prestação de um serviço público essencial está em risco. Isso nos obriga a tomar algumas providências. E a primeira será representar ao MP, para que ele garanta, junto com o município, a prestação do serviço à população”.

A secretária acrescentou que baseada nos números que ela recebe da prestação de contas, ela é forçada a acreditar que a direção do HRDV não reúne condições de gerenciar um recurso da ordem de R$ 1,5 milhão. “Algumas coisas estão mal resolvidas e eu preciso que o MP, através de uma investigação, nos ajude a entender o que está acontecendo, porque nós temos certeza que pagamos ao hospital muito mais do que a instituição nos presta. Na última sexta-feira (20/07) nós pagamos R$ 1,2 milhão para tudo que está contratado esteja garantido, mas na maior parte dos dias não teve medico na emergência da unidade”, reclama Juraci.

Novamente baseada em números, a secretária destacou que o Hospital Universitário Antonio Pedro (HUAP), uma unidade bem maior que o HRDV, recebe R$ 2,8 milhões/mês. Já o Darcy Vargas recebe R$ 1,2 milhão. “Nós identificamos, por exemplo, um aumento na produção dos serviços de laboratório, que foram além do que entendemos ser razoável. De chegar ao ponto de para cada paciente atendido (na emergência) haver quatro, cinco pedidos de exame. Algumas questões sobre esse déficit de R$ 300 mil apresentado pela direção do hospital precisam ser esclarecidas e esse é o motivo de buscarmos o Ministério Público”, dispara a secretária, quem aponta falhas na prestação de contas apresentada pelo HRDV. “Nós temos um demonstrativo global, mas não recebemos informações pormenorizadas para entendermos os gastos”, acrescenta o Procurador Geral.

“Temos boa vontade”

Acompanhada do Procurador Geral do Município, Leandro Weber; e de dois técnicos da Secretaria de Saúde (Tereza Cristina Abrahão Fernandes e Luis Otávio de Carvalho), a secretária disse que “diante dos investimentos que o município fez no HRDV a partir de 2008, não existe mais como tentar provar a nossa boa vontade... Só recorrendo ao Ministério Público”.
– Quando eu cheguei a Rio Bonito havia um conflito entre a Prefeitura e o Hospital, que recebia do município, à época, R$ 595 mil. Logo nós aumentamos esse valor para R$ 714 mil e, hoje, nós chegamos a R$ 1,2 milhão – comentou Juraci, esclarecendo que como a diretoria do hospital não assinou o novo Planejamento Orçamentário Anual (POA), “que financeiramente é melhor para o hospital, porque o valor de 1,2 milhão sobe para R$ 1,5 milhão”, o antigo continua vigorando.

Pronto Socorro

Embora na entrevista concedida ao Jornal “O TEMPO”, a direção do HRDV tenha afirmado ter um déficit de R$ 300 mil mensais, sendo cerca de R$ 80 mil no Pronto Socorro, a secretária contesta os números e afirma repassar valores acima do que está contratado, “exatamente por conta dessa lógica de ajudar o hospital”. Ela também comenta que “confiando no ressarcimento dos recursos por parte do Estado, a Secretaria vem repassando, ao HRDV, valores contratados com o Estado, mas que ainda não foram pagos. Isso demonstra a nossa preocupação com a instituição”.

A secretária informou também, que os R$ 208 mil que o município destina ao Pronto Socorro deveriam ser, única e exclusivamente, investidos nos salários dos médicos. “Caso esse dinheiro fosse direcionado exclusivamente para esse fim, os salários seriam mais atraentes e não existiria essa dificuldade para a contratação dos profissionais”. Questionada sobre as demais despesas (pessoal técnico, material, medicamentos, entre outras coisas), a secretária comentou que eles já estão previstos no POA, classificados como atendimentos de ambulatório, onde são repassados R$ 109 mil.
– Se somarmos os R$ 208 mil para salários dos médicos com R$ 109 mil do ambulatório, nós chegamos a R$ 317 mil, somente na emergência. Isso sem falar dos recursos do Programa de Apoio aos Hospitais do Interior (PAHI), que são usados para a compra de medicamentos – frisa a secretária.

Ainda sobre esse recurso (R$ 208 mil), a secretária comenta que a diretoria do hospital não consegue prestar conta do valor integral contratado (3.240 horas). Segundo ela, a prestação média é de R$ 122 mil, porque como não tem médico em todos os plantões da semana, o dinheiro não é gasto na sua totalidade. Ela também afirma que os cerca de R$ 80 mil que não são devolvidos, o município entende que estão sendo utilizados em outras necessidades. “No novo POA, que ainda não foi assinado pelo presidente em exercício, esse investimento no salário do médico sobe para R$ 280 mil, o que imaginamos contribuir para que o médico tenha um salário da ordem de R$ 7,5 mil”, informa.

UPA

Ao contrário do que vem sendo dito, sobretudo pela oposição, a secretária comenta que a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) tem um custo mensal de R$ 650 mil. “Em maio, os gastos da unidade ficaram em R$ 628 mil”. De acordo com ela, mensalmente a UPA atende cerca de oito mil pessoas, sendo 30% deles de Tanguá, 3% de Silva Jardim, 9% de Itaboraí e 2% outros municípios. Os 56% restantes são de Rio Bonito. Sobre a questão de que a secretária teria feito uma manobra para que Rio Bonito recebesse a UPA tipo III, a secretaria comentou “isso não é manobra, mas uma definição da Secretaria Estadual de Saúde”.

A secretária também esclarece que caso a UPA seja desativada, os recursos destinados ao seu funcionamento, “ao contrário do que andam alardeando por aí”, serão retirados do município. “Por conta do programa em que UPA está inserida, os recursos da sua manutenção não serão encaminhados para o HRDV investir na sua emergência”, concluiu Juraci, reiterando que essa situação acaba tornando negativa a imagem do município, do hospital e, dificulta, inclusive, o credenciamento de outros serviços de Saúde.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

A política brasileira sofre de severa acefalia!

Flávio Azevedo

É impressionante como a oposição é desprovida de estratégia e, sobretudo de discurso! Isso sem falar nas inconstantes opiniões! Penso que as crianças da novela “Carrossel” têm mais argumentos para sustentar as suas intrigas infantis. Diante de crises eminentes, as lideranças opositoras se limitam a entrar na histeria e perdem tempo com pilhérias e piadinhas de mau gosto. E as propostas? O que farão de diferente?

Repito o que escrevi dias atrás: precisamente em Rio Bonito/RJ, se as propostas, concretas e inteligentes, estivessem chegando aos montes como chegam os jingles de campanha, adesivos, placas e totens, a partir de 2013 alcançaríamos status de cidade de primeiro mundo!

Por outro lado, também impressiona a capacidade que a situação para fazer merda.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Crise do Hospital Darcy Vargas

Flávio Azevedo

Depois de um dia inteiro ouvindo comentários sobre o Hospital Darcy Vargas, finalmente eu leio algo inteligente e muito bem colocado: "ridículo é a população não se manifestar a respeito", escreveu no Facebook, a advogada Kathia Mello.

Eu acrescento: não adianta ter alguém que bote a boca no trombone quando o povo é frouxo. Aliás, nos meus 37 anos de vida, eu estou farto de ver a “população” se vendendo, se trocando e/ou prostituindo os direitos coletivos por benefícios individuais.

E, detalhe: além de ver isso constantemente, eu noto que nas classes mais privilegiadas e dominantes isso é comum e encarado como normal.

Concluindo, eu não acho que a população se manifesta, ela reclama, o que é bem diferente. E mais, essa e outras questões não são abordadas apenas em ano de eleição. Os cínicos da oposição é que só dão ouvidos as reclamações nesse período.

Eleições 2012 - Em Rio Bonito...

Flávio Azevedo

Começou no último dia sete de julho a campanha eleitoral de 2012. Em Rio Bonito, a movimentação de candidatos e correligionários têm sido intensa. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) informa que 130 candidatos a vereador vão pleitear um lugar no Legislativo. Já a chefia do Executivo tem três pretendentes. O deputado estadual Marcos Abrahão (PT do B), líder da coligação “Por Amor a Rio Bonito”, conta com dois partidos e 20 candidatos a vereador. O seu vice é o ex-vereador Luiz de Mendonça, o Luiz da Luz (PT doB).

O vice-prefeito Matheus Neto (PSB), que concorre pela coligação “Quem Compara Vota”, tem a sua candidatura firmada em cinco siglas partidárias e 52 candidatos ao Legislativo. O ex-secretário de Esporte e Lazer, Ronen Antunes (DEM) é o seu vice. Já a ex-prefeita Solange Almeida (PMDB), que encabeça a coligação “Rio Bonito Pode Mais”, conta com cerca de 60 candidatos a vereador. Compõe a sua chapa, como vice, o empresário Anderson Tinoco Luz (PSDB).

No legislativo

Ainda segundo o TRE, seis coligações lutam pelas 10 vagas do Legislativo. Os 130 postulantes ao cargo estão divididos em 19 partidos. O PTN e o PT do B formam a coligação “Por Amor a Rio Bonito”, que sustenta a candidatura de Marcos Abrahão.

O PPS e o DEM estão juntos na coligação “Rio Bonito Seguir Crescendo”, que apóia o vice-prefeito Matheus Neto. Já o PT e o PSB, que também dão sustentação ao vice-prefeito, se coligaram com o nome “Por Uma Nova Rio Bonito”. O PDT, que estaria sem coligação, também dá apoio a Matheus Neto.

Também concorrem ao pleito, a coligação “Rio Bonito Uma Esperança Solidária”, formada por PP, PTB, PSL, PRTB, PHS e PV. Esses partidos apoiam Solange Almeida, que também conta com a coligação “Unidos Venceremos”, formada por PMDB, PR, PMN, PTC e PSDB. A coligação “Rio Bonito em Boas Mãos”, formada por PRB e PSC, também está fechada com a ex-prefeita.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

“Prejuízos do Hospital Darcy Vargas ocorrem por culpa da Prefeitura”

Flávio Azevedo

Contas que não fecham, repasses deficitários, subfinanciamento de serviços, desvalorização do Pronto Socorro (PS) em detrimento da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), acordos firmados que não estão sendo cumpridos e contratos desrespeitados. Essas foram apenas algumas das reclamações feitas por parte da diretoria do Hospital Regional Darcy Vargas (HRDV) em entrevista concedida a nossa reportagem na noite da última segunda-feira (23/07), depois de uma reunião que contou com a participação de diretores e membros do Conselho Fiscal da instituição.
– A coisa está muito complicada e a principal razão dos problemas que nós estamos atravessando está na Secretaria Municipal de Saúde, na pessoa da sua secretária, que com a sua forma de agir está prejudicando o município, a população, sendo o HRDV uma das suas principais vítimas, pois ao contrário dos anos anteriores nós estamos com um déficit de R$ 300 mil mensais – disparou o presidente em exercício Luiz Fernando Romanelli Cardoso.

As constantes faltas de médicos, sobretudo nos fins de semana; o subfinanciamento do PS (setor de responsabilidade do município); a prestação de serviços como Oftalmologia e Oncologia, que deveriam dar maior retorno financeiro ao hospital; e o mascaramento da Programação Orçamentária Anual (POA), são outras reclamações da direção da unidade. “Alguns recursos que nós tínhamos eram conquistas alcançadas durante esses 10 anos que nós estamos administrando o HRDV. Mas com a gestão plena (o município ordena os gastos com a Saúde), tudo passa pela Secretária. Com isso, ela está repassando benefícios e prêmios, que foram conquistas nossas, como subsídio ou pagamento por serviços prestados”, denuncia Romanelli.

Quanto as reclamações sobre as constantes falta de médicos na emergência, a direção da unidade não foge a essa responsabilidade e concorda que o salário (R$ 3,9 mil líquidos) dos médicos está defasado, “precisam ser revistos, mas não há recursos para fazer esse reajuste”. Segundo o gerente Lupércio Lopes, “A UPA está pagando bem mais que isso”. Para ilustrar a questão ele apresenta números que falam por si só.
– A nossa emergência conta com clínico, pediatra, cirurgião, anestesista, obstetra e ortopedista (12h). Só essa folha de pagamento mais os encargos chegam a R$ 257 mil. Mas ainda têm os gastos com materiais, água, luz, telefone, medicamentos e os profissionais técnicos (enfermagem, recepção, vigilante e auxiliar de serviços gerais), que custam cerca de R$ 35 mil aos cofres do HRDV todo mês – argumenta Lupércio, que aponta um déficit de cerca de R$ 80 mil mensais somente na emergência, “porque a Prefeitura paga, por esse serviço, apenas R$ 208 mil.

Ainda segundo o gerente, a falta de médicos não deixa doente apenas o cidadão, “mas o HRDV também sofre em termos financeiros”. Segundo Lupércio, o Pronto Socorro é o motor que move os setores do hospital. “Nós precisamos alcançar, por mês, uma meta de 430 internações, mas como não temos médicos, não internamos ninguém, o que gera prejuízo. Até o pouco que era arrecadado com os convênios e pacientes de Planos de Saúde (cerca de R$ 10 mil) nós perdemos, porque como não tem médico, as pessoas não buscam a emergência”.

Para Romanelli, sempre mais enfático em suas colocações, era isso que a secretária de Saúde (Maria Juraci Dutra) queria que acontecesse para que a Prefeitura pudesse assumir a direção do HRDV. “Infelizmente, nós acreditamos nas suas promessas. Pensávamos ser ela uma parceira. Mas a verdade é que ela estava preparando um golpe, um ataque pelas nossas costas”, dispara Romanelli, que atribui os problemas de saúde que afastaram o presidente titular do HRDV, o advogado Luis Gustavo Martins, às atitudes “traiçoeiras” da secretária.

Dúvida Cruel

O Centro de Terapia Intensiva (CTI), que junto com a Unidade de Assistência de Alta Complexidade Oncológica (Unacon – Centro de Oncologia Rio Bonito), são serviços recentes oferecidos no HRDV também foi abordado durante a entrevista. A situação do CTI é grave, “porque todo mês fechamos as contas desse setor com prejuízo”. De acordo com os diretores da entidade, o CTI contém sete leitos, sendo cinco conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS) e dois para convênios e planos de Saúde.
– Por 130 internações, agora subiu para 140, nós recebíamos R$ 153 mil mensais. O volume de internações, porém, é superior a esse número. Aliás, todas as internações acima do que está contratado (130 internações), cerca de 20 por mês, nós não recebemos porque o teto contratado já está ultrapassado – lamenta Lupércio.

Diante desse cenário, os diretores do HRDV apontam para um impasse. “Se o teto de internações (130) já foi ultrapassado, o correto é não internar, mas é justo deixar uma pessoa morrer, porque essa meta já foi alcançada? É isso que nós queremos? Não é mais fácil e humano o poder público pagar essa diferença? E como fica o médico? Será que algum profissional, por conta de teto de internação, vai se recusar a receber um paciente?”, questionam os diretores do HRDV, alegando que constantemente esses assuntos são levados ao município, a secretária de Saúde, “mas ainda não conseguimos sensibilizá-los”.

De acordo com os diretores do HRDV, a UPA de Rio Bonito, uma unidade tipo III, idealizada para atender municípios de até 200 mil habitantes, contribui de maneira significativa com o volume de internações (do CTI) acima do teto de internações.
– Quando a UPA veio para Rio Bonito, ele chegou com modelo regional. Para justificar 200 mil habitantes, calculou-se um perímetro que contempla Silva Jardim, Tanguá, Rio Bonito, parte de Casimiro de Abreu e Cachoeira de Macacu. Isso contribui para que os pacientes cheguem aos montes ao CTI, que é a referência da UPA. O problema é que nós ultrapassamos o teto de internações e o prejuízo é constante – afirma Lupércio.

A Unidade Intermediária (UI), classificada como “Enfermaria A” é outro “buraco sem fundo” e, segundo números oferecidos pelos diretores do HRDV, “uma constante fonte de prejuízos”. O setor é composto por cinco leitos, que consome os mesmos medicamentos e recursos do CTI, mas não tem igual remuneração.
– No CTI nós recebemos por dia, na UI, com pacientes da mesma gravidade, nós recebemos por internação. Se o paciente ficar no setor uma semana ou quinze dias, o que recebemos do SUS é a mesma coisa. A ideia era desativar a UI quando o CTI entrasse em operação, mas por conta de uma série de compromissos, que ainda não foram cumpridos, ela foi mantida. No fim do mês, porém, é o hospital quem paga essa conta – destacam.

Assembleia

Com o pedido de licença do presidente Luis Gustavo Martins, assumiu a direção do HRDV o vice-presidente Luiz Fernando Romanelli Cardoso, que durante a entrevista estava acompanhado do Procurador da casa, o advogado Luiz Guilherme Cordeiro; e do 2º tesoureiro, Antonio Pinto de Oliveira Neto. Conforme publicação feita no jornal Folha da Terra (edição de 21/07), a diretoria convocou uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para o próximo dia 1º de agosto (quarta-feira), “quando será discutido o futuro do HRDV e será exposta a situação da unidade. A assembleia, que será realizada no Esporte Clube Fluminense, acontece a partir das 19h, é aberta a população e o cidadão que estiver preocupado com o hospital deve participar”, convocou Romanelli.

Kickboxing comemora novas conquistas e espera trofeu

Flávio Azevedo

Dezoito medalhas, sendo cinco de ouro, sete de prata e seis de bronze, é a nova façanha da equipe de Kickboxing do Rio Bonito Atlético Clube (RBAC), que com 17 atletas participou, no último fim de semana (21 e 22/07), da 1ª Etapa do Campeonato Intermunicipal da categoria, no Clube Tamoio, de São Gonçalo. O professor Ronaldo Oliveira está empolgado e afirma que o objetivo do grupo é a conquista do troféu por equipes. Para isso os atletas já estão concentrados na 2ª Etapa da competição, que acontece no próximo dia 11 de agosto no Centro Esportivo Miécimo da Silva, em Campo Grande, no Rio de Janeiro.
– Conquistar o troféu é o nosso grande sonho. O resultado da 1ª etapa foi muito satisfatório, mas também estamos focados na 2ª etapa, porque para conquistar o troféu, a organização soma os pontos conquistados nas duas etapas – destaca Ronaldo, acrescentando que a delegação que vai para Campo Grande deve ter 20 atletas. Ele também revela que nessa competição haverá disputa da categoria sub – 17, o que, segundo ele, aumenta as chances dos atletas do RBAC voltarem com o sonhado trofeu.

Medalhistas

Ouro para a recordista de medalhas Rafaela Castilho (2), Wallace Farias, Márcio Dantas e Lucas Campos. Conquistaram as medalhas de prata, os atletas Ronaldo Oliveira, Saulo Moura, Wallace Cotrim, Wanderson de Souza, Lucas Campos, Luciano César da Silva e Renato Ribeiro. Já as medalhas de bronze foram conquistadas por Vagner Menezes (2), Márcio Dantas, Crésio Honorato, Wallace Cotrim e Ramires Gonçalves. Atuaram como árbitros nessa competição, os atletas Hélida Ribeiro, Jorge Cadilho e Leda Ribeiro.

Falta casa e falta água, porque falta vergonha

Flávio Azevedo

Um assunto antigo e desagradável foi relembrado, nessa terça-feira (24/07), pela TV Alto Litoral, afiliada da TV Globo: as casas dos desabrigados que, depois de quatro anos, ainda não foram entregues às vítimas dos temporais que atingiram Rio Bonito em 2008. O motivo alegado para não entregar as moradias, porém, provocam outras reflexões: por exemplo, o fornecimento de água para o 2º Distrito. Diante de tanta má vontade, incompetência e interesses escusos, concluo que a falta de brio é mais grave que a falta de casas e água.

Falta vergonha ao governante que antecedeu o prefeito José Luiz Antunes (DEM), que começou um Conjunto Habitacional no 2º Distrito sem os devidos licenciamentos;

Falta vergonha ao governo do estado daquele tempo, que compactuou com isso;

Falta vergonha a atual administração (Mandiocão), que em oito anos resolveu apenas parte desse problema (os licenciamentos), mas ainda não conseguiu acomodar as pessoas;

Falta vergonha ao governador Sérgio Cabral (PMDB), que botou a faca no pescoço dos políticos riobonitenses para que eles aprovassem uma ridícula concessão da água do município para a Cedae. Além de desavergonhado, o governador, junto com a sua tropa pretoriana, é mentiroso, porque a promessa era providenciar o abastecimento de água para o 2º Distrito (Boa esperança e adjacências) de maneira quase que imediata;

Falta vergonha aos políticos riobonitenses, que aprovaram de maneira unânime a tal concessão, simplesmente por terem medo de desagradar o governador e ficar sem apoio nas eleições que se aproximam;

Também são desavergonhados os integrantes da sociedade civil organizada, que ao tomar conhecimento do assunto, continuaram deitados em berço esplêndido e não se mobilizaram para impedir tal concessão. É claro que os políticos não seriam contrários aos interesses de toda uma sociedade;

Por fim, falta vergonha aos principais interessados, os tais desabrigados, que em nenhum momento fizeram qualquer tipo de manifestação cobrando agilidade na conclusão das 90 casas erguidas no 2º Distrito e rapidez na construção dos blocos de apartamentos que foram erguidos no Green Park para eles.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Falta casa, falta água e falta vergonha!

Flávio Azevedo

Depois de Rio Bonito aparecer na grande mídia por conta de uma suposta briga entre alunas do Colégio Estadual Professor Dyrceu Rodrigues da Costa, a cidade volta a aparecer num veículo de grande penetração, a TV Alto Litoral, filiada da Rede Globo. O assunto foi as pessoas que moram em áreas de risco. Segundo levantamento do Serviço Geológico do Estado, 574 pessoas estão morando em 158 imóveis ameaçados. Foram identificados 46 pontos onde podem ocorrer deslizamentos de terra ou inundações. O coordenador da Defesa Civil, Rafael Camilo, garante que as vistorias são feitas semanalmente e vinte moradias estão interditadas.

Também foi abordada a questão das casas populares construídas para essas pessoas. As moradias serão destinadas as famílias prejudicadas pelos fortes temporais do verão de 2008/2009. Segundo a reportagem são 147 moradias, sendo que 23 delas ainda em obra. O problema é que os novos bairros não contam com um suprimento básico: água.

À reportagem, a Prefeitura de Rio Bonito informou que as obras começaram em 2009 e que as 90 casas de Boa Esperança já estão concluídas. O que falta deve ficar pronto até o fim do ano. A Companhia Estadual de Água e Esgoto (Cedae) informou que o projeto de instalação da rede de água está pronto e depende da licitação que vai ser feita pela Secretaria Estadual de Obras. Disse ainda que o prazo para a conclusão da obra só poderá ser estabelecido após a escolha da empresa que será responsável pelo serviço. Já a Secretaria Estadual de Obras informou que a Cedae só enviou o projeto concluído no último dia 23 de julho.

Falta vergonha

Aqui nós pedimos licença ao amigo leitor para focar nessa questão do fornecimento de água, já que quanto a essa questão das casas, até os beneficiados, diante da possibilidade de morar em Boa Esperança (mais distante), muitos preferem morar em condições de risco, porém, próximo do Centro. Mas retornando ao assunto da água, a irresponsável declaração da Cedae confirma que oito meses depois de assinado o contrato de concessão entre Prefeitura e Cedae, a estatal ainda não colocou água em Boa Esperança.

Vale ressaltar que esse foi o argumento que convenceu os ideológicos políticos riobonitenses a concordar unanimemente com a concessão. Vale lembrar ainda, que em nenhum momento a sociedade foi ouvida para poder opinar (ou não) sobre o assunto, que de intero domínio e interesse público.

A assinatura

Em dezembro de 2011, o clima de Natal não estava presente apenas nas ruas da cidade. Mais precisamente no dia cinco, os vereadores em clima de recesso, por unanimidade, concordaram que a Prefeitura deveria permitir que a Cedae, por um prazo de 20 anos, explore a água do município. Faltaram a essa sessão, os vereadores, Carlos Cordeiro Neto, o Caneco (PR) e Aliézio Mendonça (PP), que seriam contrários a mensagem.

Aprovada a mensagem, ocorreu um fato curioso. Ela retornou ao parlamento com um veto do Executivo ao Artigo 5º da Mensagem. Os vereadores voltaram a acompanhar o chefe do executivo e mantiveram o veto. O tal artigo vetado determinava que caso a Cedae deixasse de ser controlada pelo Estado, a concessão perderia a sua validade e a água voltaria para o controle do município. Essa condição, porém, não agradou o Executivo.

Se oposição e situação vivem trocando gentilezas, nesse tema, governistas e oposição, de mãos dadas, deram ao estado o insumo mais precioso da nossa terra. O estranho é que parlamentares que se diziam contrários a mensagem (Humberto Belgues, Saulo Borges e Fernando Soares), justificaram a mudança sob o argumento de que estavam atendendo os telefonemas da ex-prefeita Solange Almeida (PMDB) e do deputado Paulo Melo (PMDB), que concordaram com concessão.

Em entrevista ao programa “O TEMPO EM RIO BONITO”, da Rádio Sambê FM (98,7), o deputado Marcos Abrahão, perguntado sobre esse tema, disse que como riobonitense ele é favorável a municipalização da água. “Mas como parlamentar da base governista, eu sou favorável, porque eu sou parceiro do governador Sérgio Cabral”, comentou.

Experiência

Em outubro de 2011, a nossa reportagem visitou a localidade de Cachoeira dos Bagres, onde a água, segundo moradores, está desaparecendo. No sítio do empresário e produtor rural, Anderson Tinoco, a cachoeira que corta a propriedade diminuiu mais de 50%. “Eu não acredito que Rio Bonito tenha condições de fornecer água para Tanguá e para o Comperj. Quem mora no perímetro urbano, não percebe a diminuição das águas; mas nós que moramos na Zona Rural percebemos que os mananciais estão desaparecendo – alerta o empresário.

O desmatamento e a escassez de chuvas são apontados por Anderson como motivos para a diminuição das águas. De acordo com ele, em Cachoeira dos Bagres as ruas eram sempre enlameadas, porque as chuvas eram constantes. “Antigamente chovia constantemente e em grandes quantidades. Hoje, porém, a realidade é outra. Num futuro muito próximo, a nossa água não vai abastecer nem Rio Bonito”, alertou o empresário.

Imbróglio

Segundo o procurador geral do município, Leandro Weber (foto), consultado à época pela nossa reportagem, a Prefeitura propôs a Cedae concessão de 10 anos, sem prorrogação, obras executadas em 12 meses, abastecimento eficiente em 100% do município e anistia das dívidas entre as partes. A última cláusula, porém, “caso a Cedae seja privatizada ou aconteça alguma mudança societária, a concessão está cancelada”, não agradou o governo do estado.

O mais curioso é que a tal Companhia Estadual de “Água e Esgotos”, pelo menos em Rio Bonito, só cuida da água, sobretudo, da tarifa. Mas e o esgoto? Não se tem notícias desse serviço sendo executado pela companhia. Mas o negócio dela não é ‘ÁGUA’ e ‘ESGOTO’?

Conclusão

A falta de casas e água é fruto da falta vergonha. Falta vergonha ao governante que antecedeu Mandiocão, que começou um Conjunto Habitacional no 2º Distrito sem os devidos licenciamentos;

Falta vergonha ao governo do estado daquele tempo, que compactuou com isso;

Falta vergonha a atual administração, que em oito anos resolveu apenas parte desse problema (os licenciamentos), mas ainda não conseguiu acomodar as pessoas;

Falta vergonha ao governador do estado, que botou a faca no pescoço dos políticos riobonitenses para que eles aprovassem uma ridícula concessão da água do município para a Cedae; além de desavergonhados, eles também são mentirosos, porque a promessa era providenciar o abastecimento de água para o 2º Distrito de maneira quase que imediata;

Falta vergonha aos políticos riobonitenses, que aprovaram de maneira unânime a tal concessão, simplesmente por terem medo de desagradar o governador e ficar sem apoio nas eleições que se aproximam;

Também são desavergonhados os integrantes da sociedade civil organizada, que ao tomar conhecimento do assunto, continuaram deitados em berço esplêndido e não se mobilizaram para impedir tal concessão. É claro que os políticos não seriam contrários aos interesses de toda uma sociedade;

Por fim, falta vergonha aos principais interessados, os tais desabrigados, que em quatro anos, em nenhum momento fizeram qualquer tipo de manifestação cobrando agilidade na conclusão das 90 casas erguidas no 2º Distrito e rapidez na construção dos blocos de apartamentos que foram erguidos no Green Park para esse fim.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Queremos mudar... Será?

Flávio Azevedo

Não se muda uma cidade ou um país sem mudar o seu povo! Enquanto prestarmos atenção nos governantes e não em nossos atos, tudo continua como dantes no Quartel de Abrantes.

Vou lembrar o que eu tenho dito e escrito nos últimos anos: "existe uma equação que não fecha. Queremos políticos "sérios e honestos", mas nós não somos "sérios e honestos"! Queremos políticos que governem "para" o povo e "pelo" povo, mas nós sempre nos aproximamos dos governantes pensando em ganhos particulares".

Precisamos mudar as pessoas, não as coisas! As coisas serão mudadas a partir do momento que as pessoas mudarem a forma de agir. Pensar diferente disso é contribuir com a manutenção do que precisa ser mudado!

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Alô Torcida do Flamengo!

Flávio Azevedo

Estou vendo a torcida arco-íris tripudiando sobre o Flamengo, por conta da notícia, estampada no Jornal Meia Hora de hoje (foto), informando uma suposta recusa do jogador argentino Riquelme, que estava sendo pretendido pela diretoria rubro-negra. O pior é que alguns flamenguistas realmente ficaram entristecidos, mas não precisa.

Esse tal de Riquelme seria o novo Ronaldinho Gaúcho. É um jogador que já há algum tempo vive de lampejos. E, amigo, não é disso que o Flamengo precisa. No Boca Jr., por exemplo, ele não jogou as partidas classificatórias da Libertadores. Só entrou em campo nos jogou chamados importantes. Para o Boca pode ter valido a pena, mas e no Flamengo? Será que é disso que o rubro-negro precisa?

Penso que o amado e odiado clube carioca não precisa de Riquelme. Na atual conjuntura, o Flamengo precisa de meia dúzia de bons jogadores, que não se importem em correr, dar carrinho, dar o sangue e esqueçam popozudas e a cínica mídia carioca. Aliás, muitos ídolos rubro-negros se consagraram assim. Embora não tivessem muito futebol, tinham compromisso com a camisa que vestiam e respeito com o torcedor.

O dinheiro que se empenharia na contratação de Riquelme, a diretoria pode direcionar na contratação de atletas operários. Jogadores desse tipo tem aos montes na 2ª Divisão do Brasileiro. Aliás, se bem conheço Joel Santana, com alguns atletas desse perfil, ele fará um ferrolho no meio campo e dará liberdade para, lá na Frente, Wagner Love dar o jeito dele e ele dará.

Não será um time para ser campeão brasileiro (esse ano), mas tenho certeza que não dará o vexame da última quarta-feira. O problema é que a diretoria não quer resolver o problema do Clube de Regatas Flamengo. Como eu já tenho dito, o que eles querem é tapar o sol com a peneira (os rombos são enormes e a má gestão é flagrante) e continuar enganando o apaixonado torcedor rubro-negro!

Que lixo!

Flávio Azevedo

A nossa leitora Elaine Mendonça, moradora do Loteamento Schueller expõe nesse dia 20 de julho, uma questão que dias atrás foi abordada pelo Grupo de Mídias “O TEMPO”, mas que não teve resposta e, pelo que vemos na foto, muito menos solução.

Os garis estão coletando o lixo da frente das casas e fazendo um monturo para facilitar o trabalho do caminhão de lixo. A nossa leitora afirma que não é a primeira vez que tal fato acontece, como também não é a primeira vez que coisa semelhante ocorre nos demais bairros do município.

No Loteamento Schueller, a argumentação é a ladeira, que seria muito íngreme para que o caminhão fique subindo e parando para coletar o lixo. Entretanto, nós também temos reclamações desse tipo de procedimento em bairros planos, onde nitidamente o objetivo é agilizar o serviço. O problema é que como os imprevistos acontecem, em várias oportunidades o caminhão demora e a montanha de lixo começa a exalar um odor desagradável que atinge toda vizinhança.

A nossa leitora, assim como os moradores de outros bairros, já levou o caso aos órgãos competentes, mas as providências não foram tomadas!

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Confira a Declaração de Bens dos candidatos a prefeito e dos vereadores de mandato de Silva Jardim

Flávio Azevedo

Para mostrar a evolução ou involução dos bens dos candidatos a prefeito de Silva Jardim, a nossa reportagem visitou o site do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para coletar dados oferecidos pelos próprios candidatos. Os números são interessantes. As informações transmitidas a Justiça Eleitoral já podem ser analisadas como um termômetro dos governos que eles pretendem realizar. Também pesquisamos os candidatos a vereador que estão exercendo o mandato. As declarações são surpreendentes.

Segundo o TRE, três candidatos pretendem administrar o território silvajardinense. Todos com chapas puro sangue (prefeito e vice do mesmo partido). O primeiro a figurar na lista de candidatos é o ex-prefeito Augusto Tinoco (PSB), que avaliou os seus bens em R$ 69,00 e estipulou os seus gastos de campanha em R$ 800 mil. O seu vice é o veterinário Carlos Alberto Picorelli (PSB), que declarou bens da ordem de R$ 821 mil (propriedades, ações, contas em banco, carro) e afirma não ter pretensões de fazer gastos durante a campanha.

Tentando dar continuidade ao mandato que teve início em 2009, o prefeito Marcello Xavier Cabreira, o Marcello Zelão (PT), declarou ter bens da ordem de R$ 250 mil (uma casa e um carro). Em 2008, Zelão avaliou os seus bens em R$ 180 mil (um carro e uma casa). Ele estipulou os seus gastos de campanha em R$ 1 milhão. O chefe do Executivo silvajardinense manteve na sua chapa como vice-prefeito, o professor Fernando Augusto Bastos (PT), que avaliou os seus bens em R$ 20 mil (um carro) e estipulou os seus gastos de campanha em zero.

O principal candidato da oposição é Wanderson Gimenez Alexandre (PRB) que declarou bens da ordem de – R$ 990 mil (empresas, casas, carro, terreno, caminhões), valor superior aos R$ 333 mil declarados em 2008, quando concorreu a prefeitura de Silva Jardim pela primeira vez. Ele estipulou os seus gastos de campanha em R$ 2 milhões. O companheiro de Alexandre é a técnica de enfermagem Ruth Teodoro da Silva, a Ruth da Saúde (PRB), que afirmou não ter bens a declarar e segundo dados do TRE não pretende ter gastos de campanha.

Legislativo

Entre os candidatos a vereador, a nossa reportagem vai informar apenas os candidatos que estão exercendo o mandato. O vereador Anderson Xavier (PP), segundo informações colhidas no TRE teve um crescimento aceitável em seus bens. Em 2012, ele declarou R$ 97 mil, já em 2008 a declaração foi de R$ 65 mil. O vereador Carlos Alberto da Conceição, o Bebeto (PTB), em 2012 manteve a declaração apresentada em 2008: nenhum bem declarado.

O presidente do Legislativo, vereador Flávio Eduardo da Costa Brito, o Flávio de Dezinho (PSC), surpreende ao avaliar os seus bens em 15 mil. Em 2008 ele havia afirmado não ter bens a declarar. Outra declaração interessante é oferecida pelo vereador Hélio Alfradique, o Júnior da Padaria (PSD), que empobreceu. Se em 2008 ele avaliou os seus bens em R$ 290 mil, esse ano, ele não tem bens a declarar.

Outro edil que tem declaração de bens interessante é o vereador Jonas Moraes (PSC). Se em 2008 ele declarou apenas R$ 5 mil, esse ano ele afirma não ter bens a declarar. Mantém a linha o vereador José Américo da Silva (PT), que em 2008 afirmou não ter bens a declarar e em 2012 oferece ao TRE uma declaração da ordem de R$ 40 mil. A vereadora Marcilene Xavier (PP) é a única que apresenta uma declaração condizente para o que se conhece dos parlamentares. Ela calcula os seus bens em R$ 535 mil, valor bem superior aos R$ 256 mil que ela apresentou em 2008.

O último vereador da nossa lista, que também mantém uma declaração de bens curiosa, é o vereador Robson Azeredo (PSC), que avalia os seus bens em R$ 198 mil. Já em 2008, ele ofereceu uma declaração onde ele avaliou os seus bens em R$ 62 mil. O vereador Selmo Correia de Sá, o Selminho (PR), não concorre às eleições desse ano.

Educação promove 1ª Feira do Livro de Rio Bonito

Flávio Azevedo

A Prefeitura de Rio Bonito, através da Secretaria Municipal de Educação e Cultura, realiza entre os dias dois e cinco de agosto, no Colégio Municipal Maurício Kopke, no Centro, a Primeira Feira do Livro de Rio Bonito. O evento acontece em parceria com a Associação Brasileira de Divulgação do Livro e Associação Biblioteca Nacional.

De acordo com ofício enviado a redação do Grupo de Mídias “O TEMPO”, o objetivo do evento é promover o acesso ao livro. Durante a Feira também serão oferecidas vagas para participação nos debates, palestras, oficinas, filmes e diversas apresentações culturais que serão oferecidas na ocasião, todas gratuitas.

A Primeira Feira do Livro de Rio Bonito será montada entre os dias 30 e 31 de julho, e 1º de agosto. A Feira será realizada em tempo integral (8h ás 19h) e será aberta ao público.

Igreja Presbiteriana de Rio Bonito promove Escola Bíblica de Férias

Flávio Azevedo

A Igreja Presbiteriana de Rio Bonito está promovendo entre os dias 19 e 22 de julho, a Escola Bíblica de Férias. O evento começa às 14h, com exceção do dia 22 (domingo), quando a atração terá início às 9h. Na tarde dessa quinta-feira (19), dezenas de crianças se divertiram com músicas, brincadeiras, histórias e muitas atividades. A principal atração é “Máquina do Tempo”, que empolgou a garotada! O templo presbiteriano está localizado na Rua Alcebiades Moraes, nº 46, no Centro (subida da Serra do Sambê). A entrada é franca e aberta ao público!

Rio Bonito se despede da professora Nazareth Mello

Flávio Azevedo

O cenário cultural e educacional de Rio Bonito ficou mais pobre na manhã dessa quarta-feira (18/07). Depois de 40 dias lutando pela vida no Hospital Regional Darcy Vargas, a professora Nazareth Mello (60 anos) faleceu. O sepultamento, que foi acompanhado por centenas de amigos e parentes, aconteceu às 17h, no cemitério Jardim das Acácias, no 3º Distrito. A cerimônia funebre foi realizada pelo padre Eduardo Braga, pároco da Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição. O corpo foi velado no Motorista Futebol Clube, no Centro de Rio Bonito.

Em suas reflexões e palavras de conforto, o padre Eduardo ressaltou a solidariedade e presença dos amigos, a importância da união da família e classificou a confiança em Deus como determinante para a superação desses momentos. Ele meditou na historia bíblica da ressurreição de Lázaro e destacou as palavras de Jesus: “quem crê em mim, ainda que esteja morto viverá”. O sacerdote também destacou os papeis que Nazareth protagonizou durante a sua existência. “Ela foi mãe, irmã, filha, amiga, educadora e deixa um exemplo de fé e vontade viver”, ressaltou.

Uma guerreira

Uma pessoa cheia de vida e que tinha um grande lastro de amizade, Nazareth Mello era muito querida. As limitações físicas que possuia por conta de uma paralisia infantil nunca a impediram de trabalhar, lutar e criar os seus filhos, o que tornava um exemplo de persistência e inclusão.
– A vida foi feita para ser vivida e não podemos permitir que as limitações que a nos são impostas não nos permita ser feliz. A amargura só potencializa os nossos problemas. Eu uso esse pensamento para enfrentar as minhas difuldades e tenho conseguido ser vencedora – disse Nazareth, numa rápida entrevista que concedeu a este jornalista, em 17 de maio de 2009, na localidade de Lavras, onde ela foi acompanhar a primeira apresentação do projeto cultural “Lona na Lua”, que sempre contou com o seu apoio e simpatia.

De acordo com familiares, os problemas de Saúde de Nazareth surgiram alguns dias antes dela ser internada e foram provocados por uma diverticulite (saliência que pode localizar-se em diferentes áreas do trato gastrintestinal). O quadro se agravou, segundo outro familiar, por conta de uma série de fatores, entre eles o fato dela não ter o movimento das pernas, o que prejudicava o fluxo sanguínio. “Chegou a ser operada mais de uma vez, estávamos confiantes no seu restabelecimento, mas infelizmente, a doença foi mais forte que ela e perdemos a nossa amada Nazareth”.

Tristeza e Saudades

Nas mídias sociais, o falecimento da querida professora, que deixa uma legião de amigos e alunos de todas as idades, foi o assunto do dia. A morte prematura de Nazareth causou comoção e os votos de pesar foram muitos. O advogado Valdir Júnior comentou que “a missão de Nazareth Mello foi cumprida e sua lembrança será eternizada em nossos corações. Ficará sempre acesa a lembrança da tua passagem por nossas vidas”.

Também lamentou o falecimento da professora, a amiga Ozimar Souza. “Amiga de velhos tempos, curtimos juntas toda nossa juventude. Sentirei mutas saudades. O bom é ter a certeza que nos encontraremos em outro plano bem melhor que esse”. A amizade e o trato diferenciado com as pessoas também foi externada pelas palavras de Rosimeire Souza. “Grande amiga de todos, sempre com palavras de carinho e sorriso terno! Que Deus conforte seus familiares e sua alma descanse”.

O também professor Francisco Calil Filho comentou que “nunca conhecerei uma pessoa tão carismática e de bem com a vida como Naza. Está nos braços e na luz do Senhor para sempre! Amém!”. A nova geração também se pronunciou. Jovens como Raphael Faria, que descreveu Nazareth como “uma mulher simplesmente incrível! Impossível de não amar e admirar! Fará muita falta! O céu cada dia mais lindo”, escreveu.

O jornalista riobonitense Vinícius Martins, radicado em Niterói, mas sempre antento aos acontecimentos da sua “terrinha”, relembrou o poema “Para Sempre”, de Carlos Drummond de Andrade, onde o poeta diz que “mãe não deve morrer nunca”. O jornalista completa: “Há pessoas que, embora não sendo nossa mãe, nos passa o mesmo sentimento”. E, acrescenta: “Recebo com muita tristeza a notícia de que Nazareth Mello passará a nos acompanhar de um outro nível, com certeza melhor. Aprendi com ela o sentido exato da palavra superação, inclusão e como se faz para ir à luta, muito antes dessas palavras entrarem para o nosso dia a dia. Uma das histórias de vida mais bonitas. Que fique em paz, minha querida!”.

O músico Guto Prevot, além de lamentar a morte de Nazareth, trouxe também uma novidade. Antes de dedicar a ela uma canção de João Nogueira (“Um Ser de Luz”), ele comenta que “por um bom tempo tive o prazer... A honra de conviver com Naza e privar da sua amizade. Continuamos amigos, todavia, sem o convívio de outros tempos. Conheci a pessoa fantástica que muitos conheceram, mas, como músico, tive a oportunidade de conhecer uma que poucos conheceram: a Nazareth cantora... de voz doce e afinada”, descreve Prevot.
– Quantas serestas fizemos juntos! Quantas noites cantamos juntos no Bossa Nova, no Tamariz, acompanhando o nosso querido e saudoso Tião. E, depois, nos Festivais da Canção, onde fizemos dupla interpretando lindas canções. Esta, a cantora, infelizmente, poucos conheceram – concluiu Prevot.

Um ser de luz

João Nogueira

Um dia
Um ser de luz nasceu
Numa cidade do interior
E o menino Deus lhe abençoou
De manto branco ao se batizar
Se transformou num sabiá
Dona dos versos de um trovador
E a rainha do seu lugar
Sua voz então
Ao se espalhar
Corria chão
Cruzava o mar
Levada pelo ar
Onde chegava
Espantava a dor
Com a força do seu cantar

Mas aconteceu um dia
Foi que o menino Deus chamou
E ela foi pra cantar
Para além do luar
Onde moram as estrelas
A gente fica a lembrar
Vendo o céu clarear
Na esperança de Vê-la, sabiá

Sabiá
Que falta faz tua alegria
Sem você, meu canto agora é só
Melancolia
Canta, meu sabiá, voa, meu sabiá
Adeus, meu sabiá, até um dia.

Para sempre

Carlos D. Andrade

Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.

Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo –
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Confira a Declaração de Bens dos candidatos a prefeito e dos vereadores de mandato de Tanguá

Flávio Azevedo

Para mostrar a evolução ou involução dos bens dos candidatos a prefeito de Tanguá, a nossa reportagem visitou o site do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para coletar dados oferecidos pelos próprios candidatos. Os números são interessantes. As informações transmitidas a Justiça Eleitoral já podem ser analisadas como um termômetro dos governos que eles pretendem realizar. Também pesquisamos os candidatos a vereador que estão exercendo o mandato.

Segundo o TRE, sete candidatos pretendem administrar o território tanguaense. Todos com chapas puro sangue (prefeito e vice do mesmo partido). O primeiro a figurar na lista de candidatos é o vereador Gilson Peixoto (PPS), que informou a Justiça Eleitoral não ter bens a declarar. Em 2008, quando foi eleito vereador, Gilson calculou os seus bens em R$ 70 mil (três terrenos e um carro). O limite de gastos calculados por ele para a campanha é de R$ 500 mil. A vice na chapa de Peixoto é a dona de casa Maricea da Silva (PPS), que declarou não possuir nenhum bem e que terá gasto zero na campanha.

Outro candidato a prefeito de Tanguá é o ex-vereador de Itaboraí Netinho Cardoso (PR). Ele declarou bens da ordem de R$ 3,8 milhões, entre propriedades, carros, gado e terrenos. Em 2008, ele declarou bens de R$ 834 mil (propriedades, carros, etc). Cardoso estabeleceu os gastos da sua campanha em R$ 950 mil. A sua vice, a funcionária pública Gracia Ribeiro, afirmou não ter bens a declarar e não ter pretensão de ter gastos durante a campanha.

Também busca a chefia do Executivo tanguaense o radialista Jonas Santana (PSC), que avaliou os seus bens em R$ 5 mil, mesma declaração que ele ofereceu ao TRE em 2008, quando foi candidato a vereador no Rio de Janeiro. Ele estabeleceu os gastos da sua campanha em R$ 300 mil. O seu vice-prefeito é o motorista Allan França (PSC), que declarou não ter bens e não ter previsão de gastos de campanha.

Outro candidato a prefeito é Nailto do Mutirão (DEM), que afirmou não ter bens a declarar. Ele repetiu a declaração de 2008, quando foi candidato a vereador. Ele fixou os seus gastos de campanha em R$ 1 milhão. O seu vice é o Comandante Gomes (DEM), que declarou bens da ordem de R$ 1,7 milhão (apartamentos, casas, carros e conta no banco) e afirmou não ter pretensões de ter gastos de campanha.

O candidato a prefeito Roberto Assis, o Beto (PRTB), que concorre pela primeira vez, afirmou não ter bens a declarar e estipulou os seus gastos de campanha em R$ 400 mil. A almoxarife Sandra Barbosa (PRTB) é a sua vice-prefeita, que também declarou não ter bens e pretende não ter gastos de campanha.

Tentando suceder o prefeito Carlos Pereira (PP), o candidato Rodrigo Medeiros (PP) declarou ter bens da ordem de R$ 5 mil e estipulou os seus gastos em R$ 600 mil. O seu vice-prefeito é o comerciante Venicius Souza (PP), que afirmou não ter bens a declarar e estipulou os seus gastos de campanha em zero.

O principal candidato da oposição é Válber Carvalho (PTB) que declarou bens da ordem de R$ 384 mil (carros, terreno, aplicações e imóveis), valor bem superior aos R$ 11 mil declarados em 2008, quando concorreu a prefeitura de Tanguá pela primeira vez. Ele estipulou os seus gastos de campanha em R$ 1,5 milhão. O companheiro de Válber é o empresário Nande da Posse (PTB), que declarou R$ 1,6 milhão (terrenos, casas, apartamentos, contas em banco, caminhões, negócios) e afirmou ao TRE não pretender ter gastos de campanha.

No Legislativo

Dos nove parlamentares de mandato, oito tentam a reeleição. O vereador Gilson Peixoto (PPS) disputa a Prefeitura de Tanguá. Na lista do TRE, o primeiro edil de mandato a aparecer é Alair Bandão (PTB), que afirmou não ter bens a declarar. Em 2008 ele declarou ter bens da ordem de R$ 4 mil. O vereador Alfredo Marins, o Alfredo da Clínica (PT), empobreceu. Se em 2008 ele declarou R$ 81 mil, nas eleições desse ano ele não tem bens a declarar.

O vereador Gilmar Cordeiro (PP), o Gilmar da Van, declarou bens da ordem de R$ 147 mil. Em 2008, ele havia declarado R$ 85 mil. A vereadora Hezimara Duarte (PP), como já havia feito em 2008, afirmou ao TRE que não bens a declarar. Outro que empobreceu foi o vereador Jailson Franco, o Gogossa (PMDB), que afirmou não ter bens a declarar. Já em 2008 ele havia declarado ter bens da ordem de R$ 439 mil.

O vereador Josué Lacerda, o Josué da Posse (PSB), manteve a média. Esse ano, ele declarou bens calculados em R$ 3 mil. Em 2008, a declaração foi de R$ 2,5 mil. O edil Luciano Lúcio (PSDB) é outro aumentou o patrimônio, mas dentro da normalidade. Em 2008 ele não teve bens a declarar. Esse ano, porém, ele declarou R$ 50 mil (um carro). O presidente da casa, o vereador Paulo Sérgio dos Santos Leite, o Paulo do Correio (PTB), calculou os seus bens em R$ 10 mil em 2008, mas para as eleições desse ano diz não ter bens a declarar.

Violência entre estudantes de Rio Bonito vira caso de polícia e repercute na grande mídia

Flávio Azevedo

Uma briga entre alunas do Colégio Estadual Dyrceu Rodrigues da Costa, no Centro de Rio Bonito, acabou virando caso de polícia e tema de extensa reportagem da TV Record. O caso foi denunciado nessa terça-feira (17/07), no programa “Balanço Geral”, que tem apresentação de Wagner Montes. As filmagens, feitas provavelmente por um telefone celular, impressionam. A adolescente agredida passou o fim de semana, segundo a família, se recuperando das muitas escoriações.

A família mora no bairro da Caixa D’Água. A reportagem visitou a casa da estudante e o pai dela, o popular Ronaldo Caburet, afirma que há cerca de quatro meses a sua filha estava reclamando das agressões. Ele revelou também, que buscou explicações da direção do colégio, perguntou que providências estavam sendo tomadas sobre o caso, “mas a diretora da unidade respondeu que eu queria mudar o regime do colégio”.

De acordo com a reportagem, a questão foi levada ao Conselho Tutelar, que encaminhou o caso a 119ª DP. O delegado Paulo Henrique da Silva Pinto registrou o caso como lesão corporal e disse que os procedimentos necessários estão sendo tomados. A agressão teria acontecido no beco que liga a Rua Santos Dumont, ao bairro da Caixa D’Água e margeia a lateral do Colégio Dyrceu. A direção do colégio não deu nenhuma declaração ao repórter da TV Record.

Já há algum tempo nós estamos relatando episódios de violência entre adolescentes e crianças da nossa cidade e região. Os casos de briga e agressão são constantes. Aliás, quando os episódios não são registrados entre estudantes, eles são flagrados entre adolescentes que buscam diversão nos bailes realizados nos clubes e casas do ramo de Rio Bonito. A reportagem deixa muito claro para pais, autoridades e representantes de instituições, como o próprio Conselho Tutelar, que o hábito de esconder os problemas sociais sob o tapete do “deixa isso para lá” precisa ter um fim!

O link da TV Record com as imagens:
http://noticias.r7.com/blogs/wagner-montes/2012/07/17/video-mostra-briga-violenta-entre-alunas-da-rede-publica-de-ensino/

Outros casos

No último dia 2 de julho, durante a reunião do Conselho Comunitário de Segurança (CCS), uma mãe e funcionária da Escola Municipal Dr. Albino Thomaz de Souza Filho, no bairro Monteiro Lobato (BNH) denunciou uma série de problemas que estão acontecendo no bairro e que acabam refletindo na unidade escolar. Segundo ela, “embora os problemas tenham sido informados às autoridades nada foi feito”. Com voz embargada, visivelmente emocionada, ela fez um relato desesperador. A sua narrativa expõe situações que se analisadas com o mínimo de lucidez percebe-se que ela tem razão em estar apreensiva.
– Estamos passando por uma situação muito difícil... Tem gente fumando maconha na porta colégio, o que faz as pessoas ficarem com medo de entrar e/ou sair da escola... Às vezes, pais de alunos são agressivos com a equipe da escola... A diretora já pediu um guarda municipal, mas disseram que não tem guarda disponível. A verdade é que nós estamos com medo até de chamar os pais para tratar do problema do filho e sermos agredidas na escola ou no trajeto que fazemos quando estamos indo embora para as nossas casas – denunciou a mãe.

A narrativa desesperada da mãe não parou por aí. Ela disse que o seu filho, um menino de seis anos, que também estuda na escola, foi agredido com um soco por outro menino, também de seis anos, “mas não há o que fazer”. De acordo com a mãe, sabendo da questão social que envolve a criança, ela recorreu ao Conselho Tutelar, “porque a mãe do menino está presa, o pai está morto... O Conselho Tutelar, porém, disse que nada poderia ser feito”.

Mais problemas

Também da Escola do bairro Monteiro Lobato vem a história do professor que foi agredido por um aluno com uma cadeira. O caso aconteceu em sala de aula. A agressão aconteceu no dia 11 de abril e também repercutiu no CCS. A nossa reportagem também noticiou o caso do aluno de 13 anos que foi surpreendido com um revólver na mochila. O aluno estudava no Colégio Astério Alves de Mendonça, aconteceu no dia 21 de fevereiro de 2010.

Pobres e ricos... Quem é o pior?

Flávio Azevedo

Analisando as declarações de bens dos candidatos que pleiteiam cargos públicos esse ano, eu concluo que a Secretaria Municipal de Bem-Estar Social deveria mandar uma assistente social na ‘humilde residência’ de determinados políticos. O objetivo seria ver se eles não estão passando necessidades e precisando de uma cesta básica!

Aliás, levar um administrador também é importante, porque tem pessoas que estão na vida pública a um, dois ou mais mandatos e afirmaram não ter bens a declarar. É bom saber que, em Rio Bonito, o salário do vereador gira em torno de R$ 6 mil.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Confira a Declaração de Bens dos candidatos a prefeito e dos vereadores de mandato de RB

Flávio Azevedo

Para mostrar a evolução ou involução dos bens dos candidatos a prefeito de Rio Bonito, a nossa reportagem visitou o site do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para coletar dados oferecidos pelos próprios candidatos. Os números são interessantes. As informações transmitidas a Justiça Eleitoral já podem ser analisadas como um termômetro dos governos que eles pretendem realizar.

As primeiras informações são do deputado estadual Marcos Abrahão (PT do B), que segundo dados do TRE ficou mais pobre nos últimos quatro anos. Esse ano, Abrahão declarou R$ 215 mil, entre casas, terreno e carro. Em 2010, quando foi reeleito deputado estadual, Abrahão afirmou não ter bens a declarar. Já em 2008, ele declarou R$ 265 mil. O deputado estipulou os seus limites de gastos com campanha em R$ 1 milhão. O candidato a vice, Luiz de Mendonça Martins, o Luiz da Luz (PT do B), declarou R$ 175 mil (casa e carro) e atestou que não pretende ter gastos de campanha.

O vice-prefeito Matheus Neto (PSB) declarou R$ 368 mil de bens, entre terrenos, operações financeiras e bancárias. Matheus evoluiu bastante em quatro anos, se levarmos em conta que em 2008 ele declarou R$ 54 mil (três terrenos, um carro e uma conta corrente). O vice-prefeito também fechou os seus gastos de campanha em R$ 1 milhão. O seu vice-prefeito, o ex-secretário Ronen Antunes (DEM) declarou bens da ordem de R$ 191 mil (empresa, conta de banco, imóvel e terreno) e estipulou seus gastos de campanha em zero. Bem a cara de Ronen que tem fama de ser ‘pão-duro’.

A ex-prefeita Solange Almeida (PMDB) declarou os seus bens em R$ 321 mil (terreno, sociedade em empresa, casa em construção e três carros). O crescimento dela também foi interessante, porque em 2008 ela havia declarado R$ 146 mil (dois terrenos, um imóvel, dois carros e sociedade em empresa). Em 2010, quando ela tentou retornar ao Congresso Nacional, a ex-deputada declarou um pouco mais que esse ano: R$ 326 mil. Em 2012, ela estipulou os seus gastos de campanha em até R$ 3 milhões. O seu vice, o empresário Anderson Tinoco (PSDB), declarou R$ 546 mil (empresas, apartamentos, casas, moto, carro, caminhão e aplicações) e informou ao TRE que não terá gastos de campanha.

Legislativo

Entre os candidatos a vereador, a nossa reportagem vai informar apenas os candidatos que estão exercendo o mandato. O vereador Abner Alvernaz Júnior, o Neném de Boa Esperança (PTN), segundo o TRE dobrou os seus bens. Se em 2008 ele declarou bens da ordem de R$ 35 mil, esse ano a sua declaração é de R$ 71 mil. O vereador Carlos André Barreto de Pina, o Maninho (PPS), esse ano declarou R$ 136 mil. Já em 2008 e 2010 (há dois anos ele foi candidato a deputado estadual), ele declarou R$ 75 mil.

Em busca do seu quinto mandato, o vereador Carlos Cordeiro Neto, o Caneco (PR) empobreceu. Em 2008 ele ofereceu uma declaração de 23 mil a Justiça Eleitoral. Esse ano, porém, ele não afirma não ter bens a declarar. Quem também ficou mais pobre foi o vereador Fernando Soares (PMN). Ao contrário de 2008, quando ele declarou bens da ordem de 321 mil, esse ano ele afirma não ter o que declarar.

Um dos parlamentares mais polêmicos da casa, o vereador Humberto Belgues (PSDB) declarou R$ 644 mil. Em quatro anos os negócios do parlamentar mais que duplicaram, porque em 2008 ele declarou bens da ordem de 298 mil. O parlamentar Márcio da Cunha Mendonça, o Marcinho Bocão (DEM), esse ano declarou R$ 45 mil. Já em 2008 a sua declaração foi de R$ 9 mil. A última, e, surpreendente, declaração é da vereadora Rita de Cássia (PP), que em 2012 e 2008 afirmou não ter bens a declarar.

Os vereadores Aliézio Mendonça (PP), Marcos Botelho (PR) e Saulo Borges (PTB) não serão candidatos a nenhum cargo eletivo em 2012.

Tecla Som comemora oito anos de fundação com recital memorável

Flávio Azevedo

Uma noite memorável! É como se pode classificar o recital promovido pela Tecla Som Escola de Música. O evento aconteceu na Primeira Igreja Batista de Rio Bonito, no Centro, na noite do último dia 14 de julho, quando a escola comemorou o seu 8º aniversário. Cerca de 150 pessoas, entre alunos, familiares, professores e amantes da boa música prestigiaram o evento que teve 23 apresentações. A diretora da escola, a professora Lídia Lisbôa, agradeceu a presença do público, a sua equipe, o empenho dos pais e em meio a algumas homenagens que preparou, também foi surpreendida com uma homenagem feita pela mãe de um dos alunos.

Destaque para a variedade de estilos musicais que pode ser observado no evento. O mais curioso, porém, é que tudo aconteceu sem que a qualidade e o bom gosto que se pretende num recital fossem perdidos. Se o Duo violino e piano (Concerto em Si menor, Opus 35, de Oskar Rieding), apresentado pelos professores Cesar Tardony e Lídia Lisbôa, respectivamente, encantou os presentes, o Rock (Wonderwall/Oasis) trazido por Nicoly Barreto (foto) também encheu os olhos do público, assim como a dupla Lucas Marcelo e Pedro Mello, que tocaram “Wish you were have”, do Pink Floyd.

“Carneirinho Carneirão”, de Villa Lobos, melodia tocada ao piano por Rayssa Conceição, também arrancou aplausos, assim como o tradicional “Brasileirinho”, de Valdir Azevedo, interpretado pelo aluno Emerson Hyppolito, que está na aula de violão há apenas três meses. Também mostrou excelente aproveitamento Jiuliano Ribeiro, com a música “Jade”, de João Bosco. O professor Cláudio Ignácio com “Stairway to Haven”, do Led Zeppelin, também foi muito aplaudido.

Melodias curtas também fizeram sucesso, como “Marcha dos Gafanhotos” (Antonio Diabelle), tocada por José Ricardo Castedo; “Hino da Alegria” (Beethoven), melodia executada por Nathália Soares, que fez sua primeira apresentação em público; “Clarão do Luar” (musica tradicional francesa); “Ballada” e "Terezinha de Jesus", apresentadas pelas alunas Lívia Dário, Shayenne Duarte e Larah Hyppolito, respectivamente; e a turminha de musicalização infantil com “Dorme a Cidade”, de Chico Buarque.

Emoção também na apresentação da música “Amigo”, composta por Keiphany Cristina (foto). A música foi interpretada pela própria Keiphany, que é aluna de canto do professor Paulo Saveedra. A aluna é uma velha conhecida da Tecla Som e foi homenageada pela diretora Lídia Lisbôa, por ter sido, em 2004, quando a escola foi fundada, a primeira aluna. “Ela tinha apenas cinco anos, estudava piano, agora está na aula de canto, mas o importante é que continua conosco exercendo o seu talento e trata-se de uma boa aluna”, disse a diretora da Tecla Som.

No fim do evento, cada aluno recebeu um certificado de participação. Orgulhosos, papais, mamães, vovós e titias se dirigiram ao palco para entregar o certificado aos futuros músicos e artistas que estão sendo forjados pela Tecla Som Escola de Música. Para quem não pode comparecer ao evento, a diretora da unidade já confirmou que em dezembro a escola promoverá novo recital.

Outras imagens
Emerson Hyppolito

Nathália Soares

José Ricardo Castedo

Lucas Marcelo, Pedro Mello e Prof. Cláudio Ignácio

O cenário político e algumas demandas riobonitenses

Flávio Azevedo

Diante de tantos temas interessantes abordados nas mídias sociais, eu vou retomar alguns conceitos já defendidos por mim em outras postagens. Acho importante mencionar que eu sempre me baseio, para desespero de alguns, na premissa de que nós riobonitenses não sabemos cobrar os benefícios a que temos direito. Aliás, eu arriscaria dizer que nós nos contentamos com pouco e até com nada.

FACULDADE: segundo informações, imposições “surreais” que estão sendo feitas pelas faculdades particulares deixaram o nosso bravo Mandiocão assustado. Mas o que é isso? Seria o mesmo surrealismo que espantou Solange Almeida, salvo engano em 2002? A época, diante da possibilidade de implantar um núcleo da UFF no Colégio Municipal, ela pulou fora sob o argumento de não ter condições financeiras de assumir o custo. Estaria o nosso Mandiocão cometendo erro semelhante?

TRANSPORTE UNIVERSITÁRIO: vale realmente a pena, o município ter uma frota de ônibus que rivalize com Rio Ita e São Geraldo? Porque se comprar ônibus para atender os universitários de maneira digna, tem que adquirir no mínimo dois veículos todo ano, porque o volume de universitários, graças a Deus, só aumenta. Não seria mais inteligente TERCEIRIZAR o serviço? Ou seja, contratar uma empresa para transportar os universitários, como acontece em vários municípios vizinhos?

CURSOS TÉCNICOS: muitos jovens que viajam nos ônibus “UNIVERSITÁRIOS” não estão indo para universidade, mas para escolas técnicas. Pergunto: Já que trazer uma faculdade é “surreal”, por que não oferecer pelo menos cursos técnicos em Rio Bonito? Argumento: “mas já oferecemos Enfermagem, Contabilidade, Magistério, Mecânica e Informática”. Pergunto: “só isso?”. Alguém se lembrou de encomendar uma pesquisa para saber quais serão as principais demandas das empresas que estarão se instalando na região? De posse dessa pesquisa pode se ter um norte de qual serão as profissões mais requisitadas.

EL DOURADO PETROLÍFERO: a impressão que temos é que esse negócio de petróleo é uma epidemia e as pessoas só veem isso pela frente. Estão esquecendo que as 250 mil pessoas que virão morar na região, certamente comem, bebem, se divertem, buscam lazer e diversão... Pergunta: todos esses cursos (Enfermagem, Contabilidade, Magistério, Mecânica e Informática) qualificam o sujeito a atender quem está se divertindo, recreando, buscando uma trilha para caminhar, uma rota em meio ao verde etc.?

FALANDO NISSO... Quais são as propostas possíveis e reais para setores que inexistem como TURISMO, AGRICULTURA, ESPORTE, LAZER, CULTURA, entre outros? Argumento: “mas, nós promovemos uma corrida rústica (qual a visibilidade disso?), nós fizemos uma pinacoteca sobre o Banco Itaú (que ninguém conhece); eun comprei ambulâncias (e daí?); promovemos a vacinação contra a aftosa (única atividade do setor Agrícola); realizamos o aniversário da cidade (uma vez por ano)...

Viu como as coisas que acontecem são pequenas? Pior: viu como os argumentos são pífios e nós aceitamos. E isso não é de agora. É um cenário que se arrasta pelos menos há 40 anos. Quando eu estava na 6ª, 7ª, 8ª série (década de 80), eu já ouvia essa história de faculdade. Lembro de Abdala e Bidinho na minha casa prometendo ao meu pai que eu faria o meu curso superior em Rio Bonito. Dois humoristas!

A verdade é que ninguém... Ninguém tem propostas de cunho estrutural, porque o investimento estrutural contribuiria para derrubar esse castelo de cartas que é a sociedade riobonitense, onde estão inseridas pessoas que se acham a última bolacha do pacote, mas na verdade vivem de aparência, são provincianas, representam o atraso e o principal: “temem perder os seus lugares para o mais pobre caso o ensino superior e técnico seja democratizado”. Essa é a raiz do problema!

domingo, 15 de julho de 2012

Programa “O TEMPO EM RIO BONITO” recebe Mauro Prevot e Sander

Flávio Azevedo

O juiz aposentado Mauro Prevot, líder do Grupo de Serenata Lua Branca; e o músico e ativista, Sander, foram os convidados do programa “O TEMPO EM RIO BONITO”, desse domingo 15 de julho. Com o objetivo de comemorar o Dia Municipal do Seresteiro, o Lua Branca promove entre os dias 27 e 28 de julho, dois eventos que pretendem marcar os setor cultural riobonitense.
– No dia 27, no Auditório Olívio Osório Rodrigues, na Sociedade Musical e Dramática Riobonitense, nós vamos fazer um tributo a Noel Rosa. Vamos tocar muita Música Popular Brasileira e relembrar os velhos carnavais – disse Prevot, destacando que no dia 28 a programação acontece na Praça Fonseca Portela que recebe o clássico regional do Lua Branca, que fará nessa noite a tradicional Serenata nos jardins da praça.

Já o músico e ativista, Sander, integrante do Projeto “Cidadania Viva”, foi recebido para falar sobre o lançamento do seu primeiro CD. O disco, intitulado “Kaia na Real”, será apresentado ao público no dia 11 de agosto, no Espaço Cultural Lona na Lua. O CD foi gravado nos estúdios Maverick e conta com a produção do músico e produtor Marcelo Cardoso, o Marcelo Kaus, que além de liderar a banda Maverick, tem se dedicado a gravação de discos, sobretudo de artistas locais.

De acordo com Sander, o trabalho tem músicas de composição sua e o principal objetivo é alcançar a juventude que a cada dia está mais exposta aos efeitos das drogas e a influência da mídia, que “atende a vontade do povo” (letra de uma das músicas do CD) no oferecimento de nada. “O horário de TV é extremamente caro, vale milhões, mas o conteúdo é muito pobre, exatamente para fazer as pessoas permanecerem vazias”, comentou Sander, destacando que a família é a entidade que mais sofre diante desse cenário.

Investimento em Cultura

Se o líder do Grupo de Serenata Lua Branca parabeniza a iniciativa de Silva Jardim, onde a Prefeitura local criou o Teatro Municipal Zezé Macedo e o Centro Cultural Capivari, ele lamenta não ver a mesma disposição por parte da Prefeitura de Rio Bonito. “Nós não estamos mal. Só temos uma estação queimada, a Biblioteca está escondida e a antiga sede da Delegacia, que poderia abrigar um equipamento voltado para a Cultura, está fechada”, ironizou.
– Muito se fala da importância de se criar a Secretaria Municipal de Cultura. Contudo, é bom lembrar que em Silva Jardim, por exemplo, não existe Secretaria de Cultura, mas os investimentos no setor aconteceram. Isso prova que investimentos no setor cultural é uma questão de vontade política – critica Prevot.

A corrupção do Funk

Para Sander, além da falta de investimentos no setor Cultural, o fomento ao debate é nulo. O ativista comenta que até os movimentos sociais e manifestações culturais que tinham identidade com o pobre e as classes desfavorecidas foram corrompidos pela “lógica midiática” e dá exemplos.
– O Funk surgiu com o propósito de expor a realidade das favelas, das pessoas pobres, mas o mercado fonográfico e as gravadoras se apropriaram e acrescentaram a pornografia. Com isso, o movimento que nasceu para conscientizar acabou se transformando numa arma de alienação. Hoje, o Funk é sinônimo de muita bunda, muito peito, muita coxa e tornou-se imoral – destaca Sander.

O músico não para por aí. Ele cita o Funk “Eu só quero é ser feliz”, de Cidinho e Doca, um dos primeiros a ganhar fama, que segundo Sander, “hoje é tido como careta”. Ele afirma que esse é um exemplo clássico da mudança de paradigma e canta o refrão para exemplificar.
– Eu só quero é ser feliz, andar tranquilamente na favela onde eu nasci, é. E poder me orgulhar e ter a consciência que o pobre tem o seu lugar! Fé em Deus... Percebe como essa letra é um pedido de socorro? E o que temos hoje? – questiona Sander.

Andrezinho Chock

O fenômeno Andrezinho Chock, o MC riobonitense que está fazendo sucesso por quase todo Brasil, menos no Rio de Janeiro, é outro exemplo apontado por Sander para ilustrar a força do mercado que só investe no que é ruim. Segundo ele, “como Andrezinho mantém a ideologia de fazer letras com conteúdo, com fundo político e se recusa a fazer apologia ao sexo a as drogas, ele acaba sendo excluído do mercado local e só aparece fora do Rio de Janeiro”, revela Sander, expondo a cruel realidade das “glamorosas” e “popozudas” que acabam se sujeitando a exposição por conta do status e posição social que vem a reboque do espetáculo.