sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Igualdade no Legislativo riobonitense é um sonho distante

Flávio Azevedo

Plenário da Câmara Muncipal de Rio Bonito. Legislatura 2009/2012.
Tudo indica que o Projeto de Resolução que, se aprovado, poderia estabelecer igualdade entre os vereadores de Rio Bonito (o projeto foi proposto pela mesa diretora há cerca de 20 dias), vai por água abaixo (pelo menos esse ano). Se, parte dos vereadores é favorável, outra parte é contrária. Algumas desculpas e argumentações são descabidas, outras, porém, bem razoáveis.

Analisando o caso percebe-se que forças ocultas estariam contribuindo para a não aprovação dessa mudança, que é inovadora e tornaria o Legislativo riobonitense, uma instituição a caminho da seriedade. Todavia, o cenário que se desenha mostra que parte dos vereadores (atuais e futuros) curte o espúrio, apoia o obscuro e tem como marca de personalidade, a estima pelo grotesco e a apreciação pelo que é condenável! Tomara que estejamos enganados!

Para quem não sabe do que se trata o Projeto de Resolução, nós podemos afirmar que ele acaba com a farra das assessorias serem unicamente do presidente da Casa. Ele dá aos 10 parlamentares, direitos iguais. Podemos considerá-lo uma carta de alforria, porque a partir dele, não será mais necessário o vereador “beber da água do presidente” para ser contemplado com os instrumentos (carro, telefone, combustível, assessores etc.) que o mandato lhe concede, diga-se de passagem, por direito.

Entretanto, sem esse ambicionado poder (a gestão dos tais benefícios), além do presidente perder força política (poder entre os homens significa dinheiro), ele torna-se um parlamentar igual aos seus pares. Logo, a desejada cadeira da presidência perde o seu encanto.

Resumindo: parte dos nossos vereadores, atuais e futuros, não concordam com essa lógica por alimentar a expectativa de um dia, no futuro, alcançar o cargo, ser o dono do tesouro e retribuir aos colegas tudo aquilo que ele recebeu enquanto esteve fora da Presidência da Casa.

Transparência é sempre um problema

Sobre a falta de transparência, no Senado Federal, uma Casa que faz questão de manter valores condenáveis como estamos percebendo no parlamento de Rio Bonito, o jornalista Alexandre Garcia disse o seguinte, em 2009:

“... Afinal ,esses repórteres intrometidos só descobriram que se pagava hora extra nas férias, por causa dessa maldita TRANSPARÊNCIA; descobriram a terceirização entre amigos; que a filha do senador gastou R$ 14 mil no celular do Senado, em passeio no México; que a sogra do assessor de imprensa de Renan Calheiros ganha R$ 4,9 mil, do Senado, sem sair de casa; que a assessora de senador, filha de Fernando Henrique Cardoso, tão pouco sai de casa, porque acha o Senado uma bagunça; que se pode trocar passagens aéreas por jatinhos; que há 181 diretores e uma infinidade de Conselhos bem remunerados e parentes de toda ordem, igualmente bem remunerados, só por causa dessa TRANSPARÊNCIA! Baixe-se, portanto, a OPACIDADE, contra desvios que afetam a constitucional moralidade”.

A verdade é que não tem como olhar o poder Legislativo de Rio Bonito e não perceber que as mazelas, aqui e acolá, são iguais e preservam a mesmíssima lógica corrupta, perversa e individualista!

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