terça-feira, 14 de agosto de 2012

Turismo, Qualificação Profissional e consciência política, carências de Rio Bonito

Flávio Azevedo

Um dos quadros do “Programa Flávio Azevedo” são entrevistas com pessoas comuns da sociedade riobonitense, que tem a oportunidade de opinar sobre assuntos variados. Começamos com uma entrevista que fizemos na rampa de Voo Livre, da Serra do Sambê, onde estavam o Técnico de Informática, Rodolfo Bragança (32 anos) e o taxista Alessandro (38 anos). Eles falaram sobre Turismo, Educação, Qualificação Profissional, Emprego, Economia, Política, Comportamento e foram unânimes ao afirmar que “Rio Bonito precisa de mudanças”.

De acordo com os entrevistados, o setor de Turismo em Rio Bonito está “abandonado”. A rampa de Voo Livre, por exemplo, que poderia ser uma das locomotivas do setor, “não recebe investimentos e a devida atenção da Prefeitura Municipal.
– Poderia haver uma licitação para que uma empresa explorasse esse local. O por do sol aqui é lindo, mas nem todos têm condições de ver, porque o acesso é ruim, se chover ninguém sobe, falta iluminação, a estrada não é bem cuidada e quem poderia modificar esse cenário não está preocupado – considera Bragança.

Olhando sacolas e sacos plásticos que, impulsionados pelo vento, voam pela área da rampa, Alessandro faz uma reflexão: “as pessoas que conseguem chegar aqui não se preocupam em zelar pelo lugar. Eles jogam lixo pelo chão e não se preocupam em manter o local minimamente limpo”, reclama o taxista, que critica o flagrante abandono do espaço. “Burrice do governo, que não consegue perceber o potencial desse lugar”, dispara.

Qualificação

Jovens ainda, eles reclamam a falta de Qualificação Profissional para que as novas gerações tenham futuro diferente do deles. Eles concordam que uma Secretaria Municipal que acumula as pastas da Agricultura, da Indústria, do Comércio e do Turismo contribui para essa questão. “Também não adianta esses setores serem separados e entregues a pessoas que são amigas de A e B e apadrinhados políticos”, comenta Rodolfo.

Sobre a vida profissional do jovem riobonitense, Rodolfo e Alessandro comentam que a cidade é carente de cursos profissionalizantes e os que existem não são valorizados. “Muita gente faz um curso, mas não segue a profissão. Outros claramente escolhem determinadas ocupações simplesmente por que lhes falta opção. O problema é que ninguém se preocupa com isso”, comenta Rodolfo, acrescentando que em Rio Bonito é possível encontrar gente sem qualificação trabalhando e “isso contribui para a desvalorização de quem é qualificado”.

Já Alessandro ressalta a falta de investimentos, incentivos fiscais e comenta que está preocupado com o filho de 15 anos que está prestes a ter problemas semelhantes aos que ele enfrentou quando na adolescência.
– Essa incerteza e a luta pela sobrevivência me levaram para o Rio de Janeiro, onde eu tenho um TAX. A minha família, porém, está aqui e eu me preocupo muito com isso, porque entra ano, sai ano e a situação é a mesma. Se a garotada não se mobilizar para mudar esse cenário isso vai continuar do mesmo jeito – analisa.

Política

Sobre a postura do eleitor diante desse cenário caótico que persiste há muitos anos, Rodolfo afirma que “isso parece piada” e acrescenta que “não adianta reclamar durante quatro anos e fazer M... Naqueles poucos segundos em que se vota. Temos o hábito de votar em quem é gente de boa, mas precisamos ter mais critério nessa hora. Por outro lado, eu não sei o que certas pessoas pensam na hora de se candidatar a vereador. Nós precisamos cobrar, além de caráter, projetos e planos para Rio Bonito. É importante escolher quem pensa no coletivo e não nos benefícios individuais”.

Ao analisar a questão, o taxista Alessandro comenta que o voto errado é um dos sérios problemas do país e acrescenta que “atualmente não se pode confiar na classe política, por serem responsáveis por grande parte dos nossos problemas sociais.
– As notícias sobre política nos deixa com nojo, mas nós temos que participar do processo, não tem como tirar o corpo. É muito triste você exercer o seu papel de cidadão, mas o país não nos trata como cidadãos, porque o Estado é omisso... Política é algo que eu sou obrigado a digerir, porque vemos coisas que nos enojam – dispara.

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