sexta-feira, 10 de agosto de 2012

“Programa Flávio Azevedo” entrevista vereadora Rita de Cássia

Flávio Azevedo

Iniciando uma série de entrevistas com os vereadores de Rio Bonito, o “Programa Flávio Azevedo” entrevistou na última quinta-feira (09/08), a vereadora Rita de Cássia Borges Martins Gomes (PP). Ela respondeu uma série de perguntas relacionadas aos edis do parlamento riobonitense, a dinâmica do mandato (ela está no segundo), a busca pela reeleição, a descrença do eleitorado na classe política e temas como compra de voto e o polêmico concurso público para o Legislativo local que foi cancelado por ação direta da parlamentar.
– Embora eu seja membro da Mesa Diretora, eu não tive acesso a essa negociação. O presidente Marcus Botelho havia informado que a empresa seria responsável pela devolução do dinheiro, depois eu vi uma entrevista onde ele disse o contrário, mas eu particularmente acho que as pessoas não podem ficar no prejuízo e a Câmara e a empresa tem responsabilidade – ponderou a vereadora, destacando que uma solução legal precisa ser encontrada.

Sobre a não participação dos membros da Mesa Diretora na abertura do concurso, a vereadora esclareceu que o edital publicado foi assinado unicamente pelo presidente. “Eu discordo disso porque ao contrário do que disse um colega, um concurso não é um ato discricionário. O Regimento Interno da Casa aponta que deve ser um ato da Mesa Diretora”, destacou Rita. A respeito da aprovação de familiares de vereadores de Rio Bonito e Silva Jardim no concurso de Itaboraí (o Ministério Público estaria investigando uma suposta fraude nessas aprovações), a parlamentar concorda que isso denigre a imagem da classe política.
– Existe realmente a aprovação dessas pessoas, mas a suposta fraude só pode ser comprovada pela Justiça. Acredito que o povo está certíssimo em ficar preocupado com os seus representantes e isso tem motivado uma melhoria no senso crítico do eleitor – pondera a vereadora, alegando que a eleição de 2012 está tendo um desenrolar diferente dos pleitos anteriores por que o eleitorado busca representantes melhores.

Quanto a concorrer ao Executivo, um projeto que era acariciado pela vereadora, ela comentou que recebeu muitos incentivos, mas informou ter desistido do projeto porque “uma campanha não se faz só de desejo”. Ela também frisou que para ser candidata a prefeita, “algumas articulações que eu não vejo com bons olhos seriam necessárias”. Rita acrescentou que trabalharia muito, mas não teria chances de chegar. “Por isso, eu resolvi adiar a ideia e decidi buscar a reeleição para o Parlamento”.

Sobre a possibilidade de ter prejudicado a sua imagem ao se envolver na disputa pela presidência da Casa, a vereadora discorda dessa leitura e afirma que, numa pendenga é preciso tomar um lado. “Na existência de dois grupos não tem como ficar de fora, porque a vida não é formada só de pares... Também temos os ímpares. Naquele momento nós compartilhávamos das mesmas ideias, hoje, isso mudou um pouco, mas tudo isso faz parte da vida política”.

Quanto as afirmações de que “essa a pior Câmara de todos os tempos” e sobre a renovação do parlamento riobonitense, a vereadora afirma que “renovar é sempre importante”. Ela acrescenta que a renovação não garante que não acontecerá uma decepção. “O caso é que as pessoas dizem uma coisa, mas quando chegam aqui dentro (na Câmara) mudam, porque os interesses são diferentes”.
– Nós iremos perder alguns colegas, outras pessoas, que também merecem participar dessa Casa, irão chegar. Várias pessoas dizem não gostar de política, mas esquecem que é através da política que as mudanças ocorrem. Mas alguns pares que fazem parte dessa Casa merecem voltar e acredito que nós precisamos de mais mulheres no parlamento, por elas serem mais sensíveis – analisa.

A postura do eleitorado, que em grande maioria exige políticos sérios e honestos, mas não se porta com seriedade e honestidade, também foi tema da entrevista. A vereadora afirma que “os comentários sobre compra de votos são fortes e assegura que os políticos que utilizam esse expediente, caso não recorressem ao poder do dinheiro, não teriam 100 votos, porque não tem trabalhos de quatro anos, mas de três meses”. Para a Rita, o eleitorado precisa escolher candidatos que não encarem a função de vereador como emprego. “Vivem do salário de vereador e isso é preocupante”.

A respeito das críticas feitas a classe política, que em vários momentos se corrompe para atender ‘propostas indecentes’ da sociedade que não age conforme o discurso que prega, Rita acredita que “as pessoas a cada dia que passa estão muito conscientes”.
– Eu faço reunião na casa das pessoas, sempre falo da importância de não se vender o voto, mas você acha que diante das dificuldades alguém abre mão de R$ 250,00? É claro que elas irão pegar o dinheiro, mas precisam não votar em quem age dessa forma. Sei também que algumas pessoas vivem disso... Gente que estão em busca do hoje... Pessoas que em troca de dinheiro e gasolina oferecem o carro e casa para colocar placas e adesivos... Mas a maioria está escolhendo melhor e tenho esperança que aqueles candidatos que estão esperando ter mil votos terão quinhentos. Mudar tudo isso depende de nós – concluiu.

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